Para felicidade do Sporting – que faz parte do jogo – o portista Marcano esteve na origem dos golos que deram a qualificação ao Sporting, jogador que, por certo, ainda não estará em si, face a estes acontecimentos, pese embora o Sporting tivesse sido quem mais procurou o golo, conseguindo o seu intento.
Ao minuto 84’, na sequência da marcação de um pontapé de canto por Bruno Fernandes, a bola foi para Marcano que tentou fazê-la sair da área mas com pouca força e em direcção a Coates, que estava à sua frente, aproveitando este para rematar e fazendo a bola bater na parte interna do poste onde se encontrava Casillas e entrar na baliza, fazendo o único golo nos noventa minutos, o que empatou a eliminatória, porquanto o F. C. do Porto venceu o primeiro jogo pelo mesmo resultado.
A segunda “machadada” foi dada com a falha na marcação da primeira grande penalidade para os portistas, o que permitiu ao Sporting manter-se sempre na dianteira do marcador. Há dias em que “não se pode sair de casa”. E foi isso que se verificou com Marcano.
Embora com maior percentagem de posse de bola (53/47%) os homens de Sérgio Conceição não conseguiram criar perigo eminente na maior parte do jogo, o que resultou no “jejum” verificado no final do tempo regulamentar, tendo falhado também nas grandes penalidades, ainda que em apenas uma, o que fez toda a diferença.
O Sporting foi mais “atrevido” mas encontrou quase sempre pela frente uma forte oposição das linhas recuadas dos portistas, o que levou Casillas a um estado de “descanso”, o mesmo sucedendo aliás por parte dos leões, com Rui Patrício também não teve muito trabalho, pelos mesmos motivos.
O golo esteve eminente apenas aos 39’, quando Gelson, dentro do seu tipo de jogar (que não resulta vezes demais), que é pegar na bola e tentar fugir para a linha de baliza para depois centrar para o miolo da área. Desta vez conseguiu e fê-lo tão bem, centrando rasteiro (de bandeja) onde Bas Dost estava só e com a baliza toda escancarada mas que não conseguiu esticar a perna para fazer o desvio da bola para dentro das redes. Uma grande oportunidade … perdida.
No segundo tempo, o Sporting entrou com vontade de resolver o jogo, com Bruno Fernandes a acorrer a um centro da esquerda mas rematou fraco e para as mãos de Casillas.
Numa ofensiva portista (52’), Mathieu fez carrinho para desviar a bola do atacante portista e a bola, toda “enrolada”, foi bater no braço do central leonino, com o árbitro Jorge Sousa a deixar seguir porque entendeu que não houve intencionalidade do defesa dos leões.
O Porto esteve mais racional nos ataques e contra-ataques, com a bola a passar de jogador em jogador, perdendo as jogadas face à “muralha” formada pelas linhas atrasadas do Sporting, o que resultou numa falta de “trabalho” para os dois guarda-redes.
Para tentar obter resultados positivos, Sérgio Conceição fez entrar Aboubakar e o Porto começou a ser um pouco mais acutilante, ainda que os resultados pretendidos surgissem.
E foi o Sporting, com o tal lance “provocado” por Marcano (84’), que chegou ao golo, através do remete de Coates – apanhando de surpresa Casillas.
O Porto ainda teve oportunidade de empatar, dois minutos depois, com três cabeceamentos à barra, entrando a bola de seguida na baliza de Patrício mas, neste caso, apanhando Soares na situação de fora-de-jogo, prontamente assinalado pelo árbitro assistente, confirmado pelo árbitro alguns segundos depois de obter a informação do VAR, ainda que sem necessidade de recorrer às imagens no écran.
Com o “serão” marcado, trinta minutos de prolongamento onde apenas Gelson e Brahimi tiveram oportunidade de marcar e, quiçá, “rematar” o jogo para um dos lados, a verdade é que o empate na eliminatória prevaleceu e houve que recorrer às grandes penalidades.
Irrepreensíveis, Bruno Fernandes, Bryan Ruiz, Mathieu, Coates e Monteiro cumpriram a missão de não desperdiçar nada, enquanto no lado portista Marcano voltou a ser o “carrasco” da sua própria equipa, ao ser o único a falhar uma grande penalidade, precisamente o que justificou o apuramento do Sporting par a final, que defrontará o Desportivo das Aves, que teve algumas dificuldades para afastar a simpática formação do Caldas (desta vez venceu por 2-1, no total 3-1) no dia 20 de Maio, no Estádio Nacional.
Jorge Sousa não teve problemas de maior, deixou jogar – não indo nas “fitas” que os jogadores fizeram – e os assistentes Ricardo Santos e Nuno Manso também estiveram ao mesmo nível.
As equipas alinharam:
Sporting – Patrício; Piccini (Ristovski, 71’), Coates, Mathieu e Fábrio Coentrão (Montero, 75’); Gelson, Battaglia, Bryan Ruiz e Acuña; Bruno Fernandes e Bas Dost.
F. C. Porto – Casillas; Maxi Pereira, Felipe, Marcano e Alex Telles; Ricardo, Otávio e Herrera; Oliver, Soares e Brahimi.
Amarelos: Felipe (54’), Herrera (67’) e Acuña (78’)