Sábado 19 de Abril de 2025

Ivo Oliveira vice-campeão mundial indoor num feito inédito

ivo oliveira“A medalha pode ser de prata, mas a página é de ouro na história do ciclismo português: Ivo Oliveira sagrou-se vice-campeão do Mundo de perseguição individual, conquistando, em Apeldoorn, Holanda, a primeira medalha do ciclismo de pista luso em mundiais de elite”.

Foi com esta frase, a transbordar felicidade – que é comungada por todos os desportistas portugueses – que a Federação Portuguesa de Ciclismo, na sua página na internet, deu a notícia deste feito inédito para a modalidade, mais a mais obtido por um jovem ciclista que, desde 2013, tem conquistado medalhas atrás de medalhas, totalizando a dezena.

Ivo bateu-se na final com o italiano Filippo Ganna, companheiro de Rui Costa na UAE Team Emirates. O luso começou o contrarrelógio de 4 quilómetros mais rápido do que o adversário, comandando a prova até estarem percorridos 2,75 quilómetros. A partir daí Ganna acelerou e deu a volta à corrida.

Filippo Ganna completou os 4 quilómetros em 4.13,607, melhorando a marca que levou do apuramento e confirmando uma velha máxima: quem consegue melhorar da qualificação para a final “arrisca-se” a ganhar. Ivo Oliveira também andou muito bem na corrida mas concluiu a prova em 4.15,428, a terceira melhor marca portuguesa de sempre, sendo a melhor (4.12,365) obtida pelo próprio Ivo no apuramento para esta final.

Ainda segundo o site da Federação, Gabriel Mendes, seleccionador nacional, salientou que ”o Ivo teve uma prestação de excelência, vencendo a qualificação com o melhor tempo pessoal de sempre. Conseguiu ser regular durante os primeiros três quilómetros da final, faltando apenas a capacidade de acelerar no quilómetro final, quando tudo se decidiu. Ano após ano, vamos colocando a fasquia num patamar mais elevado para, no futuro, lutar novamente pelo título mundial”.

Por seu lado, feliz mas não totalmente Ivo Oliveira referiu que, “as primeiras horas são um pouco de desilusão, porque faltou muito pouco para chegar à medalha de ouro. Amanhã, quando acordar e assimilar o que consegui, acho que vou ficar muito feliz, porque esta é a medalha mais importante da minha carreira, até ao momento. Nos treinos, ainda em Sangalhos e já aqui, percebi que iria fazer um bom tempo, talvez na casa dos 4m14s. Nunca imaginei que chegasse aos 4m12s. Tenho de agradecer a toda a comitiva que aqui está comigo, incluindo aos meus companheiros Rui [Oliveira] e [João] Matias. Agradeço também a toda a gente que está em Portugal a apoiar-me e à minha equipa, por permitir que continue a fazer estas competições de pista”, disse Ivo Oliveira, depois da cerimónia do pódio.

Esta foi a décima medalha de Ivo Oliveira em campeonatos do Mundo e da Europa. O pecúlio começou em 2013, na categoria de juniores e já foi enriquecido com pódios em sub-23 e em elite, em quatro disciplinas diferentes, perseguição individual, omnium, corrida por pontos e madison.

Aqui fica o registo (e se recorda) das medalhas ganhas por Ivo Oliveira.

2013

Campeonato do Mundo de Juniores: Bronze na corrida por pontos

2014

Campeonato do Mundo de Juniores: Ouro em perseguição individual

Campeonato da Europa de Juniores: Ouro em perseguição individual

Campeonato do Mundo de Juniores: Bronze em madison (em equipa com Rui Oliveira)

Campeonato da Europa de Juniores: Bronze em omnium

2016

Campeonato da Europa de Sub-23: Prata em perseguição individual

Campeonato da Europa de Sub-23: Bronze em omnium

2017

Campeonato da Europa de Elite: Prata em perseguição individual

Campeonato da Europa de Sub-23: Prata em perseguição individual

2018

Campeonato do Mundo de Elite: Prata em perseguição individual

Outro português, João Matias, também correu na competição por pontos, tendo o tido o 14º lugar

com 6 pontos em dois dos primeiros sprints, mas não voltou a pontuar, numa prova de enorme intensidade e velocidade – média de 52,552 km/h – na qual onze corredores conseguiram dobrar o pelotão. Matias melhorou o 17º lugar obtido o ano passado.

Este sábado – final de provas com portugueses – Ivo Oliveira vai competir nas quatro corridas do concurso de omnium. O ciclista entra em pista às 13h40, para a prova de scratch, seguindo-se tempo race, eliminação e corrida por pontos, esta cerca das 20h00.

A participação de Rui Oliveira não poss´rvel por motivo de lesão.

Previa-se a participação de Rui Oliveira. No entanto, o corredor sofreu de sintomas gripais ao longo de toda esta semana, motivo pelo qual o desempenho na prova de scratch, na qual conseguiu um excelente quinto lugar, não foi o esperado. A comitiva nacional resolveu manter o estado de saúde de Rui Oliveira sob reserva até ao momento da inscrição no concurso de omnium, pois, caso a opção fosse pela participação de Rui Oliveira, era importante não tornar público, junto dos adversários, a fragilidade do ciclista luso, cujo esforço para obter o quinto lugar em scratch é digno de registo.

 

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