Sábado 02 de Novembro de 7258

Será que o desporto sempre une os povos?

PyeongChang 2018 bandeirasPoderá ser à volta deste tema que se medirá – ou se irá medir a partir desta edição – o valor da realização dos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang’2018, sobre todos os pontos de vista.

Do desporto à política – cada vez tudo é mais politizado, seja onde for e porque for – existiram factores que tem que ser analisados à luz desta organização, não esquecendo que, afinal, a dopagem continua a campeã e na mesma área geográfica.

Na verdade, a Coreia do Norte como que foi “obrigada” a abrir a porta a um “entendimento” (Trégua Olímpica) – tal como nos Jogos Olímpicas de outrora – vertente que se espera possa ser uma realidade mais efectiva.

Fixemo-nos apenas no campo desportivo, na alegria e tristezas de uns e outros, nas medalhas que conquistaram, nos comportamentos que tiveram, enfim, na festa que devia ser uma festa e que o foi, pelo menos pelas reacções (positivas) que foram soando dia a dia.

Contaram-se (e contam-se) histórias – verdadeiras ou não nem tanto – somam-se as medalhas que cada um conseguiu amealhar, conhece-se um pouco mais da vida de cada um, mas … será que houve “rei” e “rainha” dos Jogos?

Que parâmetros devem ser considerados? Pelo número de medalhas e pelo valor de cada uma?

A única estatística global que sai deste tipo de (mega) eventos corresponde ao número de medalhas conquistadas. A nota “artística” também é um importante vector de avaliação.

É preferível utilizada a escala do medalheiro e aqui surgem, à cabeça, o claro triunfo da Noruega na questão das medalhas – 39, sendo 14 de ouro, 14 de prata e 11 de bronze – que é um novo recorde das Olimpíadas de Inverno, ainda que a Alemanha também tivesse conquistado 14 medalhas de ouro, pelo que se pode considerar um “empate técnico”. Mas não é assim porque contam todas.

No aspecto individual, diz-se à boca cheia que a norueguesa Ester Ledecka foi a “rainha”, IOC Winter Olympics Headshotsainda que apenas tenha conquistado duas medalhas, em duas disciplinas diferentes: esqui alpino (super gigante) e snowboard, mas sendo a primeira mulher a fazê-lo.

E porque não a também norueguesa Marit Bjoergen, que conquistou cinco medalhas (2-1-2), porque em cinco provas diferentes, o que obrigou a um maior esforço prolongado?

No lado masculino, parece não haver dúvidas que os “reis” foram dois: o norueguês Johannes Klaebo e o francês Martin Fourcade, que conquistaram três medalhas de ouro.

Além disto – e muito mais que se poderá comentar – fica para a história o facto da Noruega e da Alemanha terem conquistado o maior número de medalhas de ouro, sendo seguidas pelo Canadá (11-8-10), os Estados Unidos (9-8-6), a Holanda (8-6-6), a Suécia (7-6-1) e que a Coreia do Sul saltou para o 7º posto (5-3-6) com a Suíça a subir ao 8º posto (5-6-4), fazendo descer a França ao 9º (5-4-6) e a Áustria ao 10º lugar (5-3-6).

JOInverno-Encerramento-25-2-18

DR

Nesta breve “viagem” pelos magníficos espectáculos que foram proporcionados, uma referência para a dupla portuguesa presente que, apesar de não terem sido os melhores dos melhores, cumpriram a sua missão com brio e até com um lugar que se deve enaltecer para quem, há quatros anos, esteve muito abaixo das capacidades normais, como or se verificou.

Foi o caso de Arthur Hanse, que brilhou a grande altura na prova de Slalom Gigante ao obter um extraordinário 38º lugar na classificação geral após as duas mangas da competição, tendo alguém lembrado que a melhor presença lusa foi um 21º lugar de Mafalda Queiroz Pereira, no esqui acrobático, em Nagano’1998. O que é verdade, porque os registos estão feitos.

Mas o número de participantes há 20 anos era o mesmo do que agora? Toda a envolvência era semelhante? Por certo que não!

Arthur Hanse _23_2018

DR

Hanse que obteve ainda um bom registo (66º) no Slalom Gigante (Esqui Alpino), depois de completar as duas mangas regulamentares.

Na primeira, Hanse conseguiu o 76ª posto entre os 110 que estavam inscritos, com o tempo de 1.22.43, ficando a 14,16 do vencedor, o austríaco Marcel Hirscher, que completou com 1.08.27, tendo terminado 85 concorrentes.

Na segunda, Hanse foi ainda melhor, porquanto chegou na 66ª posição (1.21.52) ganhando alguns segundos e que o fixaram no referido lugar, com um total de 2.43.95, a 25.91, do austríaco, que repetiu o triunfo, com o tempo 1.09.07 (total de 2.18.14.

O outro português – de origem macaense – Kequyen Lam – que se estreou nestes Jogos, acusou, de alguma forma, o peso da estreia e obteve o 113º lugar na prova de 15 km no esqui alpino, finalizando com o tempo de 54.34,1.

Esta disciplina do esqui alpino remonta à pré-história, se bem que a vertente moderna seja do século XIX, na Noruega. Faz parte dos Jogos desde 1936 e é um dos desportos de inverno mais espectaculares com provas de velocidade e técnica.

Posto isto, ponto final!

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