Depois da fuga dos pais até Macau, onde nasceu, e do salto que se seguiu para o Canadá, onde vive, o português Kequyen está (38 anos) pronto para representar o país nos Jogos Olímpicos de Inverno, que estão a decorrer em PyeongChang, na Coreia do Sul.
Kequyen Lam, estará – esta sexta-feira – nos 15 km de Esqui Nórdico Crosse Country, que decorrerá em Alpensia Cross-Country Centre e cuja partida está marcada para as 15 horas locais (6 horas da madrugada em Portugal), se bem que dependa do sorteio da respectiva hora de saída.
Lam, antes de praticar o esqui fez Snowboard Cross e falhou a qualificação para os Jogos de Sochi (2014), pelo que é a primeira participação olímpica, cumprindo o seu sonho de criança.
Para Portugal é a oitava presença nestes Jogos.
E a propósito destes jogos saliente-se que também é a primeira vez que os atletas portugueses (bem como os técnicos e chefe da comitiva) são portadores de equipamentos especiais “made in Portugal”, produzidos pela marca Scoop, da Suber Innovations.
Uma excelente mostra a nível mundial que pode abrir portas a encomendas de outros países.
Alemanha mais primeira nas medalhas
Em relação a esta quinta-feira, o nono dia cumpriu-se com o reforço da Alemanha no topo da conquista de medalhas, que subiu das 12 para 15, sendo agora nove de ouro, duas de prata e quatro de bronze.
A Noruega (que estava em 4º, com 14) subiu ao segundo lugar, com 17 (6-7-4), baixando a Holanda à terceira posição, com 12 (5-5-2), seguindo-se os Estados Unidos da América, com 8 (5-1-2), Canadá, com 13 (4-5-4).
A Suécia subiu ao 6º lugar, com 5 (3-2-0), à frente da França, com 6 (3-1-2); Áustria, com 6 (2-1-3); Itália, com 5 (1-1-3) e a Coreia do Sul, com 2 (1-0-1). A equipa dos Atletas Limpos de Doping conta com 5 medalhas (uma de prata e quatro de bronze).
Nigeriana Simidele Adeagbo em estreia
A nigeriana Simidele Adeagbo é a primeira mulher africana negra a competir na prova de Luge (trenó) que consiste numa descida em pista de gelo, singular ou em duplas. Saindo mais lento, o luge torna-se depois muito mais veloz do que qualquer outra prova de trenó, sendo também o mais desprotegido e perigoso.
Nas seis corridas realizadas, Simidele fez os tempos mais lentos entre segunda e quarta-feira no Olympic Sliding Center em Pyeong Chang.
Numa entrevista concedida à AIPS (Associação Internacional de Imprensa Desportiva) Adeagbo disse: “Cada dia trouxe uma experiência diferente. Todas as vezes que passo na pista aprendo algo novo, pelo que estes últimos três dias não foram diferentes. Agora, para mim, trata-se de entrar no dia da corrida e poder tirar dessas experiências diferentes e juntar a melhor corrida que posso”.
A atleta nigeriana (foto Getty Images) salientou ainda que “uma das coisas básicas que você tem que fazer quando está no trenó é relaxar e é tão contra-intuitivo porque você está indo tão rápido – 80 milhas por hora. O rosto está a poucos centímetros da pista e, às vezes, você está tenso, o que é o oposto do que quer fazer. Hoje senti que estava um pouco tensa e preciso voltar ao básico”.
Para os 36 anos, os últimos três dias ainda trouxeram uma nova experiência.
Os tempos realizados podem não dar para ganhar uma medalha de Adeagbo em PyeongChang 2018, mas são sinais de grande progresso na sua jornada histórica, porque apenas no mês passado completou os treinos. Embora esses tempos tenham recebido medalhas de bronze na Copa da América do Norte, eles não têm lugar na fase de Olimpíadas.
“Se simplesmente relaxar no trenó e simplesmente aproveitar e se divertir, você irá mais rápido só porque está relaxado. Esses são alguns dos lembretes “, acrescentou Adeagbo enquanto compartilhava sua experiência na pista com a AIPS.
A prova de Skeleton em PyeongChang 2018 durará dois dias – sexta e sábado – e há quatro séries. O competidor com o tempo combinado mais rápido após as quatro corridas ganha a medalha de ouro. Adeagbo percebe que ela é a menos experiente porque acabou de tocar um trenó pela primeira vez em Setembro do ano passado, mas prometeu dar tudo para representar o país, Nigéria.
O Skeleton é uma modalidade disputada numa pista marcada num rinque com partida colectiva. Nesta vertente da patinagem, os atletas competem uns contra os outros e não interessa o relógio. Uma vez que as mãos tocam no gelo para manter o equilíbrio nas curvas, os atletas usam luvas que os protegem das lâminas dos adversários.
Mais uma história a acrescentar a tantas outras.