Não há uma sem duas, nem duas sem três (a pensar já no Mundial), como diz o ditado, porquanto a segunda já cá canta. Depois do europeu de futebol de 2016, Portugal conquistou o Europeu de Futsal, depois de bater o “terror” de 2010 – a Espanha.
Num jogo electrizante de princípio a fim, com mais ou menos sorte de ambas as equipas, a verdade é que o triunfo foi luso ante uma Espanha, que nos bateu oito anos atrás – ainda que por um 3-2 de “aflitos” mas justificado a poucos minutos do fim da segunda parte do prolongamento.
Pela primeira vez na história das onze presenças (desde 1996), Portugal consagra-se como campeão europeu, um facto inédito, histórico e merecido. Portugal.
De partir antes que torcer, a formação lusa soube “regenerar-se” nos momentos cruciais do jogo, em especial porque o golo do empate (2-2) foi marcado no último minuto (39º) do tempo regulamentar (Bruno Coelho foi o autor, chutando a centímetros da baliza, para a rede superior, não dando hipóteses ao guardião espanhol, que se fartou de defender.
Ricardinho colocou Portugal na frente logo no primeiro minuto de jogo, fazendo o 1-0, com o espanhol Marc Tolrà a empatar (19’), ou seja a um minuto do intervalo.
No segundo tempo foram os espanhóis que se colocaram em vantagem, por intermédio de Lin (32’), que na marcação de um livre directo (sexta falta portuguesa) perto da linha da área do guarda-redes jogou com a cabeça e com a vista, para colocar a bola em Lin, que estava só no lado esquerdo e que marcou à vontade.
A barreira estava bem formada mas o quarto jogador, colocado atrás dos referidos três (incluindo o guarda-redes), devia estar no lado contrário, dado que o avançado espanhol estava lá sem ninguém para cobrir.
No seguimento de uma bola parada (livre directo), a bola foi lançada para Lin sem ninguém por perto e obter um golo fácil.
Com o jogo a aproximar-se do final, houve necessidade de mudar de táctica, que passou para um 5×4 (guarda-redes na frente quando Portugal atacava), o que aconteceu a partir dos 37’, tendo a formação lusa algumas oportunidades, concretizando apenas uma: a que originou o 2-2, por intermédio de Bruno Coelho (39’).
Veio o prolongamento sem resultados práticos na primeira parte e, na segunda, Ricardinho foi obrigado a sair (lesão), levando Jorge Braz (o seleccionador) a tentar outras alternativas para chegar ao triunfo. Que surgiu por intermédio de Bruno Coelho, na marcação de um livre de dez metros.
Mais uma verdadeira epopeia de sacrifício e exemplo de determinação que a formação portuguesa deu, “desforrando-se” da derrota sofrida há oito anos atrás, na Hungria.
A Taça foi muito festejada, como se calcula, e é um prémio que assenta à melhor equipa europeia da actualidade.
Ausente em 2010, por lesão, Ricardinho tinha um grande “nó” (poder não ser campeão europeu) para desmanchar, mas o triunfo alcançado reconfirmou que foi justa a sua conquista.
A comitiva lusa deixa Liubliana no domingo, pela madrugada, tendo chegada prevista a Lisboa pelas 13h20 (voo LH 1790), proveniente de Munique.
A medalha de bronze foi alcançada pela Rússia, que venceu o Cazaquistão (1-0), golo obtido por Éder Lima