Homenageando a mais uma lenda (real) do desporto português – depois de Eusébio – a Imprensa Nacional Casa da Moeda deu “à luz” a moeda que distingue um campeão que, aos 38 anos, se sagrou campeão olímpico da maratona, o primeiro luso a atingir o mais alto lugar do pódio entre os “Deuses” do desporto.
Em 1984, a cidade norte-americana de Los Angeles, em plena pista dos Jogos Olímpicos, lançou para todo o mundo a imagem de um campeão de fibra, “calibrado” para ganhar desde o primeiro segundo dos 42.197 metros do percurso.
É o primeiro campeão olímpica da história nacional, o pioneiro da evolução do desporto português sob a batuta de outro campeão (fazedor), como foi Mário Moniz Pereira e por onde passaram muitos mais campeões mundiais e europeus.
Fazendo jus a uma brilhante carreira – onde foi ainda tricampeão mundial de corta-mato, recordista do mundo dos 10.000 metros e da maratona, para além de outros triunfos de elevado relevo – Lopes viu agora a sua figura (cara e pernas) ser publicada numa moeda de valor fácil de 7,50 euros, que dentro de dias circulará de banco em banco até chegar aos portugueses e estrangeiros que a queiram adquirir. Para coleccionadores a moeda existe ainda em prata e ouro.
Num encontro com a comunicação social – repleta de altas figuras do desporto nacional e políticas – a Imprensa Nacional justificou o acto, no âmbito do projecto Ídolos do Desporto, o que faz prever a saída de mais moedas relativamente a outros desportistas portugueses de nomeada, que chegará, putativamente, a mais três campeões olímpicos, como são os casos de Fernanda Ribeiro, Nélson Évora e Rosa Mota.
No palco onde estão os registos de maior notoriedade desde campeão estão expostos – Pavilhão Carlos Lopes – a saudade esteve bem patente entre os presentes (homens e mulheres do desporto em primazia) ao recordarem o feito deste campeão, que teve oportunidade de agradecer (e recordar) Moniz Pereira, o Sporting, a família e todos os que o ajudaram a chegar ao top olímpico.
“Ter sido pioneiro deu muito trabalho mas os sacrifícios valeram a pena!” – salientou Lopes.
Também por astúcia e inteligência técnica e táctica uma vez que desistiu nalgumas provas “para não dar nas vistas” mas observar cada um dos seus adversários, tendo na mente (naquela altura) a amplitude da passada de cada um, o tamanho de cada passada e outros pormenores que lhe deram um “up grade” para chegar, ver e vencer, tendo começado a ganhar ainda bem cedo na prova do ouro.
Entre as figuras prominentes presentes, refira-se o Secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo.