Com um resultado que podia ter outra configuração numérica (diferença mínima, que se considera mais real), o Benfica afastou o Vitória de Setúbal dos oitavos de final da Taça de Portugal, numa partida em que teve bons momentos de futebol, porque mexido de parte a parte.
O primeiro momento de perigo foi criado pelo Vitória, quando João Amaral (50 segundos) surgiu isolado, na linha da grande área, tendo sido Varela a chegar primeiro e a afastar a bola para longe.
Varela que voltou a estar em evidência (5’) quando foi obrigado a sair de entre os postes e socar a bola que chegou à zona central da grande área provindo de um livre marcado por Nené Bonilha, na direita do ataque setubalense.
Na resposta (6’), Krovinovic, em contra ataque, chegou-se junto da grande área da baliza e rematou forte obrigando Cristiano a outra excelente defesa.
Estando ligeiramente adiantado ao último defesa setubalense (por isso em posição de fora de jogo não assinalado), Jonas (16’) galgou terreno até à grande área do Vitória e, “cercado” por vários defesas, ainda conseguiu rematar e obrigar Cristiano a outra grande defesa.
Luisão também tentou o golo (23’) quando forçou Cristiano a outra de defesa de recurso, a soco, no seguimento de um pontapé de cato, elevando-se mais alto que os defesas e levando o guardião sadino a defender como pode.
Com tanta pressão, o Benfica acabou por abrir o activo (25’), com um golo obtido no seguimento de um passe magistral de Pizzi (da direita para a esquerda), tendo aplicado um forte remate que levou a bola a entrar na baliza de Cristiano, que não esperava o remate.
Ainda assim, recorde-se que o passe de Pizzi foi feito com a bola a “correr” rasteiro, sem que os defesas centrais ou os médios do Vitória estivessem na zona mais perto da linha delimitadora da grande área, pelo que Cervi ficou sozinho. Um excelente remate, uma bola teleguiada e só parou no fundo da rede.
O Setúbal “estremeceu” um pouco – estava a atingir o objectivo de não sofrer golos – mas o Benfica como que aproveitou para “aliviar” o andamento, o que levou o Setúbal a crescer mais um pouco e com João Amaral (33’) a infiltrar-se pela esquerda do seu ataque, chegar à linha final, voltar para trás e rematar forte mas a levar a bola a sair a poucos centímetros do poste mais longe, ainda que tivesse tido um ligeiro desvio por obra do defesa benfiquista.
No segundo tempo, o jogo recomeçou precisamente da mesma maneira, com o Vitória disposto a recuperar no marcador, tendo uma jogada de Arnold (46’) criado algum perigo junto de Varela, mas a bola saiu ao lado do poste.
No minuto seguinte, foi Gonçalo Paciência que atirou de longe e obrigou Varela a esticar-se para segurar a bola rematada pelo atacante setubalense.
O Benfica recompõe-se e Krovinovic remata em arco, com a bola a tabelar ainda num defesa setubalense e a obrigar Cristiano a outra excelente defesa, com Varela, no outro lado do campo, a parar um remate de João Amaral que, ainda que forte, foi à figura.
Nos minutos seguintes foi o Setúbal a pressionar e Semedo (60’) rematou para mais uma grande defesa de Varela. O Benfica ripostou e Luisão, no seguimento de um livre, cabeceou para Cristiano agarrar, chegando-se logo a seguir (73’) ao primeiro caso do jogo.
Podstawski, defesa do Vitória, e Rafa, disputam a bola na grande área, até quase à linha final, altura em que, numa luta ombro a ombro, os dois jogadores caiem, com o árbitro a assinalar um pontapé de baliza para o Vitória, não se justificando a grande penalidade pedida pelo Benfica.
Outro caso, no lado contrário, surgiu aos 79’, quando João Amaral entra na grande área do Benfica, ultrapassa Jardel, enquanto Varela saiu da baliza e prendeu a perna do atacante vitoriano, que o obrigou a cair, e que o árbitro nada assinalou.
Revistas as imagens, a grande penalidade é indiscutível mas não foi assinalada.
Dois minutos depois o Benfica aumentou a vantagem para 2-0, com um golo de Krovinovic ao dar a melhor resposta a um centro feito por Cervi, para fazer a recarga vitoriosa à segunda tentativa.
Com uma meia casa a valer 28.835 espectadores, por certo que a nação benfiquista ficou satisfeita com mais este triunfo, com a equipa a seguir para a fase seguinte.
Bruno Varela, Luisão, Krovinovic, Pizzi, Cervi, Rafa e Jardel (Benfica) e Cristiano Podstawski, Arnold, Gonçalo Paciência e João Amaral (Setúbal) a sobressair em cada conjunto, para João Capela (o árbitro do encontro) fica o ónus da grande penalidade não marcada para o Setúbal, num trabalho que correu bem, pese embora os assistentes tivessem fases diferentes: Nelson Moniz mais activo e bem; Paulo Brás, menos activo e não tão bem, porque em matéria de estar em linha com o último defesa “esqueceu-se”.
As equipas alinharam:
Benfica – Bruno Varela; Douglas, Luisão, Jardel e Grimaldo; Pizzi (Keaton, 70’), Samaris (André Almeida, 86’) e Krovinovic; Rafa, Jonas (Raul, 82’) e Cervi.
Vitória de Setúbal – Cristiano; Arnold, Pedro Pinto, Tomas Podstawski e Nuno Pinto; Nené Botilha, Costinha e Semedo (João Teixeira, 68’); João Amaral (Edinho, 82’), Gonçalo Paciência e André Sousa (Vasco Costa, 66’).
Disciplina: amarelos para Tomas Podstawski (37’) e Pizzi (45’)