Quase dois anos volvidos sobre a apresentação efectiva da candidatura (15 de Dezembro de 2015), o Comité Olímpico de Portugal viu ser reconhecido o esforço feito pela iniciativa tomada, com a decisão favorável que saiu da Assembleia Geral do Comité Internacional dos Jogos Mediterrâneos (CIJM), reunida na cidade espanhola de Tarragona.
Este processo, no entanto, tem duas décadas, quando foram feitos os primeiros contactos para que Portugal pudesse integrar este grupo de países, cujo papel é o de promover o Desporto e o Olimpismo, seus ideais e valores.
Para regozijo de José Manuel Constantino, presidente do COP, e dos pares que o acompanharam à reunião magna, a Assembleia não teve dúvidas em aprovar a integração do nosso país, aumentando para 27 os que vão estar presentes na próxima edição, já em 2018, precisamente em Tarragona.
Os Jogos Mediterrâneos vão comportar a presença de cerca de 4.000 atletas, em 31 modalidades, sendo mais um passo importante para colocar à pros os atletas portugueses que, desta forma, terão mais uma competição de alto nível.
No discurso que antecedeu a votação da entrada de Portugal para o seio do CIJM, José Manuel Constantino, teve oportunidade de afirmar que “temos a convicção profunda de que Portugal tenha lugar nesta organização por motivos culturais, institucionais e desportivos, tanto mais que o nosso país, em vários desportos, já teve laços estreitos com organizações desportivas mediterrânicas.”
Reforçou, depois, que “a presença de Portugal, um país com profundos desenvolvimentos históricos e culturais no Mediterrâneo, contribuirá para o aprofundamento, percepção, conhecimento e interpretação colectiva da riqueza do Mediterrâneo como uma herança, tangível e intangível, que transpõe limites físicos e cria espaços para o diálogo intercultural.”
Finalizou dizendo que “acreditamos que a presença de Portugal reforçará a expansão dos ideais e princípios do Olimpismo conforme definido na Carta Olímpica, bem como a disseminação da educação olímpica nos nossos países, fortalecendo os laços de amizade pela paz entre jovens e
desportes mediterrânicos.”
A que será a 18.ª edição dos Jogos do Mediterrâneo – 1 de Junho a 22 de Julho de 2018 – “foge” à calendarização inicialmente definida, porquanto devia ter sido realizada este ano (2017), precisamente em Tarragona, mas que foi adiada devido a problemas de financiamento causados pela situação política em Espanha.
Estes Jogos são um evento multidesportivo disputado por atletas de 27 países banhados pelo Mar Mediterrâneo, onde a Europa, África e Ásia se encontram. A primeira edição teve lugar em 1951 e desde então o evento foi realizado de quatro em quatro anos.
O símbolo dos Jogos do Mediterrâneo são três aros que simbolizam os três continentes que se unem por intermédio da competição, se bem que nas últimas edições tenham sido admitidos outros países fora do contexto “mediterrânico”, logotipo que vem sendo utilizado desde 1979.
Argélia, Egipto, Líbia, Marrocos, Tunísia, Líbano, Síria, Albânia, Andorra, Bósnia e Herzegovina, Chipre, Croácia, Eslovénia, Espanha, França, Grécia, Itália, Malta, Mónaco, Montenegro, Turquia, Sérvia, São Marino, são alguns dos habituais países presentes, ainda não se sabendo quem estará presente em 2018 face a algumas condicionantes de ordem político-militar que são públicas.
A ideia dos Jogos do Mediterrâneo foi proposta durante os Jogos Olímpicos de Verão por Muhammed Taher Pasha, presidente do Comité Olímpico do Egipto, sendo colocada em prática em 1951.
As primeiras dez edições ocorreram sempre um ano antes da Olimpíada. No entanto, a partir de 1993, foram realizadas no ano seguinte aos Jogos Olímpicos. Os Jogos do Mediterrâneo foram inaugurados em Outubro de 1951, em Alexandria (Egipto). Nessa primeira edição, 734 atletas de dez países disputaram provas em 13 desportos. Desde então, eles acontecem a cada quatro anos sem qualquer interrupção.
Os Jogos do Mediterrâneo representam uma oportunidade para a competição atlética pacífica entre jovens de diferentes continentes, culturas e religiões – todos unidos através de um ideal olímpico comum, que teve início na Grécia, o berço da civilização ocidental contemporânea.
Resta aguardar conhecer o planeamento global para os Jogos de 2018, no que se refere às modalidades e às regras de presença, bem como aos escalões etários que serão considerados.