De “golpe” em “golpe”, de um e de outro lado, Portugal voltou a não conseguir conquistar o título mundial de hóquei em patins, desta vez na longínqua cidade de Nanjing (China), pela primeira vez que esta competição chegou ao oriente.
Cremos que a junção de todas as disciplinas da patinagem (acrescentadas a tudo o que tem rodas de patins ou semelhantes) foi um ponto alto para a modalidade, como forma de promoção, naquelas paragens orientais, só possível pelo “apport” financeiro local, mas em que o hóquei praticado não ajudou muito, porquanto deixou de haver “estrelas cintilantes” como um Jesus Correia, Ramalhete, Livramento (a principal), entre muitos outros.
Parecia estar escrito algures que Portugal não chegaria a campeão.
Primeiro porque na fase de grupos teve dificuldades (internas) em se impor perante uma Itália e uma Argentina (campeão em título) que seria acessível se o hóquei praticado pela selecção tivesse tido maior qualidade, tendo presente ainda que contra a França (6-5), na última oportunidade de ocupar o terceiro lugar e chegar aos quartos-de-final, a estrelinha esteve com a equipa nacional.
Com Moçambique, a situação começou a melhorar, replicou-se com a Argentino (nuns impensáveis 5-0) e, com isso, a presença numa final mais ou menos inesperada.
Último jogo – com a Espanha – em que a equipa entrou com nervoso (não se sabe se “empolado” pelo facto de ter “dado” cinco aos argentinos) já que só “aguentaram” vinte minutos, altura em que dos espanhóis se adiantarem no marcador. E aumentaram para 2-0 a um minuto do final do primeiro tempo.
No segundo período, Portugal entrou para o “tudo ou nada” e a bola rolou a ser favor, com Hélder Nunes (a grande figura da selecção nacional) a marcar o primeiro golo (3’) e, de rajada, Gonçalo Alves (5’) empatar a partida.
Depois de dez minutos sem golos – embora com oportunidades para e um outro lado – a Espanha voltou a adiantar-se (15’), tudo fazendo prever que seria difícil a Portugal voltar a recuperar, porque andou sempre a reboque do “prejuízo”, o que, em termos psicológicos, não ajudou.
Mesmo assim, o incondicional Hélder Nunes – aproveitando um livre directo por expulsão de um jogador espanhol – conseguiu empatar, com um golo que só valeu à terceira “sticada”, quando a bola entrou na baliza adversária, isto a quatro segundos do final do desafio.
Como manda o regulamento, seguiu-se a marcação das penalidades (cinco para da lado), num “mata-mata” arrepiante, em que os espanhóis – com a estrelinha que faltou a Portugal – construíram a vitória, marcaram dois golos contra um de Portugal e consagraram-se como campeões.
Com este triunfo, os espanhóis conseguiram o 17º título mundial, ficando Portugal com 15.
Fechada esta 43ª edição do mundial (a 44ª será em 2019 e ainda sem lugar marcado), será de salientar mais duas selecções que falam português, em especial Angola que obteve um extraordinário 5º lugar e, também, Moçambique, que garantiu a presença no grupo mundial ao ser 8ª.
Os resultados deste sábado – último dia para “arrumar” a classificação geral e a respectiva distribuição pelos três grupos (Campeonato do Mundo, Taça FIRS e Taça das Confederações) – foram os seguintes:
Grupo do 1º ao 8º
Espanha, 4 – Portugal, 3 (1º e 2º)
Argentina, 4 – Itália, 2 (3º e 4º)
Angola, 12 – Colômbia, 7 (5º e 6º)
Chile, 9 (g.penalidades) – Moçambique, 7 (7º e 8º)
Grupo do 9º ao 16º
França, 6 – Alemanha, 4 (9º e 10º)
Holanda, 5 – Áustria, 3 (11º e 12º)
África do Sul, 7 – Macau, 2 (13º e 14º)
Egipto, 1 – Estados Unidos, 6 (15º e 16º)
Grupo do 17º ao 22º
Israel (17º), Índia (18º), Japão (19º), Austrália (20º), Taiwan (21º) e Nova Zelândia (22º)
Assim sendo, no Campeonato Mundial (Élite) ficam Espanha, Portugal, Argentina, Itália, Angola, Colômbia, Chile e Moçambique; na Taça FIRS (I Divisão), França, Alemanha, Holanda, Áustria, África do Sul, Macau, Estados Unidos da América e Egipto; na Taça das Confederações (II Divisão), Israel, Índia, Japão, Austrália, Taiwan e Nova Zelândia e outros que pretendam entrar no futuro.