Bem se pode dizer que o atletismo português “ressuscitou” ao 7º dia, porquanto Nélson Évora elevou-se ao bronze do pódio no tripo salto, superando uma longa época em que os resultados não apareciam como desejaria. Ele e todos os portugueses.
Esta quinta-feira, no estádio olímpico de Londres, os Deuses também estiveram com o bronzeado Nélson, porquanto não foi tarefa fácil esperar que a prova terminasse, atendendo a que ficou apenas três centímetros acima de três concorrentes que “moeram” a paciência até de um santo.
Nélson aguentou a situação mercê de um segundo ensaio que criou “suspense”, na altura, a toda a concorrência, porquanto ainda na fase inicial dos três primeiros saltos, que ditaram os oito melhores para os outros três saltos complementares.
O único campeão olímpico português nas ditas disciplinas técnicas começou a prova com tímidos 17,02, ainda assim acima dos 17 o que foi o tónico que precisava para poder “forçar a nota” nos ensaios seguintes, o que se verificou logo a seguir, com os 17,19 que deram o bronze. Conseguiu ainda 16,58, mais dois nulos e terminou com 16,01, aqui já com a medalha ao peito. Mas os dois nulos consecutivos podiam ter “estragado” a festa, não fosse a menos boa prestação dos concorrentes que ficaram a seguir. É caso para dizer, que Deus e todos os Anjos estiveram com Nélson, naturalmente salientando a coragem e força de vontade que o campeão português tem conseguido alcançar nesta passagem pelo “deserto” depois da grave lesão que sofreu.
A prova foi ganha pelo norte-americano Christian Taylor (17,68), bem longe dos 18,11 que é a melhor marca do ano até ao momento, sendo a prata conquistada por outro norte-americano, Will Claye, com 17.63.
Os três atletas que ficaram atrás de Évora, todos com 17,16, foram o cubano Cristian Napoles, o cubano naturalizado pelo Azerbaijão e outro norte-americano Chris Bernard.
Bem se pode dizer que esta terá sido a conquista mais difícil de Nélson Évora.
Para mais hipóteses de medalhas, conta-se com os representantes da Marcha Atlética, casos de Ana Cabecinha (20 km) e Inês Henriques (50 km), esta recordista mundial com 4.08.25, cujas provas se efectuam no domingo, dia 13.
João Vieira (20 ou 50 km) e Pedro Isidro (50 km) são os outros portugueses também em prova no domingo.
Esta sexta-feira caberá a Irina Rodrigues defender as cores portuguesas na qualificação do disco, prova em que participa a convite da Federação Internacional de Atletismo (porquanto não tinha obtido os mínimos), tendo feito melhor em data posterior e chegar aos 62,63, mais perto do recorde pessoal de 63,96.
Nas duas únicas finais desta quinta-feira, surpresa nos 100 metros, com o turco Ramil Guliyev a vencer (20,09) o sul-africano Wayde Van Niekerk (20,11), que era o principal favorito depois de ter conquistado o ouro nos 100 metros. Medalha de bronze para Jereem Richards, da Trinidade e Tobago (20,11).
Nos 400 metros barreiras, a norte-americana Kori Carter sagrou-se campeã mundial com o tempo de 53,07, à frente da sua compatriota Dalilah Muhammad (53,50) e da jamaicana Ristananna Tracey (53,74).
Nas medalhas, os Estados Unidos “aceleraram” e bem, contando agora com 19 (6 de ouro, sete de prata e seis de bronze), à frente do Quénia, apenas com 7 (3-1-3) e da África do Sul, com 5 (2-1-2), seguindo-se a Chima e a Polónia, com 4 (1-2-1).
Portugal integra o grupo dos 29 países que alcançaram uma medalha de bronze.
Na pontuação por países, os Estados Unidos somam 166 pontos, contra apenas 76 do Quénia e 62 da Jamaica, estando a seguir a Polónia (51) e a China (49).