O camisola amarela desde a primeira etapa, Raúl Alarcón (W52-F.C.Porto), coroado rei da montanha e não só nesta terça-feira, ao vencer a difícil etapa terminada em Mondim de Basto, numa luta que cada vez se torna mais “aguda” com o Sporting/Tavira.
Concluída a etapa que subiu ao Monte Farinha, em Mondim de Basto, estão revelados os verdadeiros candidatos e favoritos à vitória na 79ª Volta a Portugal Santander Totta, com o camisola amarela, Raúl Alarcón (W52-FC Porto) a dar-se ao luxo de vencer pela segunda vez nesta Volta e logo numa das etapas decisivas.
O espanhol (31 anos) atacou “à campeão” nos últimos 500 metros e foi conquistando, sozinho e metro a metro, o triunfo na mítica Senhora da Graça mantendo-se, de pedra e cal, no comando e dilatando a vantagem sobre a concorrência.
“Sempre sonhei com a vitória na Senhora da Graça”, referiu o espanhol que viu Amaro Antunes, companheiro de equipa, terminar em segundo na etapa e com esse resultado chegar ao terceiro lugar da classificação geral, a 29 segundos de diferença.
Rinaldo Nocentini (Sporting-Tavira), segundo na etapa, ascendeu à vice liderança e ficou a 25 segundos do comandante. “Podem acontecer tantas coisas. Estou a sentir-me bem, mas temos de ver o que acontece dia após dia. Estamos nos dez primeiros e vamos tentar manter a amarela na equipa”, sublinhou Alarcón que, com o triunfo em Mondim de Basto, também continua na posse da Camisola Verde Rúbis Gás, símbolo da liderança por pontos e do Prémio Kia Kombinado que resulta da soma da pontuação nas diversas classificações – geral individual, montanha e pontos.
Entre os dez primeiros classificados passou a existir 1’38’’ de diferença estando neste lote certamente o homem que vai vestir de Amarelo em Viseu quando a Volta terminar a 15 de agosto. Entre eles estão quatro elementos da equipa azul e branca e dois do Sporting-Tavira, Rinaldo Nocentini e Alejandro Marque mas também Vicente Garcia de Mateos (Louletano-Hospital de Loulé), João Benta (RP-Boavista) e Sérgio Paulinho (Efapel).
Com excepção da subida ao ponto mais alto de Mondim de Basto este foi um dia “morno”. Partiram de Macedo de Cavaleiros 130 homens para uma etapa que sendo a mais curta era uma das mais complicadas. Só nos últimos dez quilómetros a W52-FC Porto tomou conta do pelotão impondo um ritmo difícil de acompanhar pela Efapel que também tentou a sorte no grupo.
A dois quilómetros da meta e ao lado do camisola amarela, Amaro Antunes anulou a fuga deitando por terra o esforço de Filipe Cardoso (RP-Boavista) que se aguentou na frente, ao lado de Beñat Txoperena (Euskadi), durante quase 57 quilómetros.
A persistência de Filipe Cardoso valeu-lhe o Prémio da Combatividade Conselheiros da Visão.
A vitória nos dois primeiros prémios de montanha, Pópulo e Velão, consolidou a liderança de João Matias (LA Alumínios-Metalusa Blackjack) na montanha, Camisola Azul Liberty Seguros. O campeão da Letónia, Krists Neiland, (Israel CyclingAcademy) é o novo dono da Camisola Branca RTP por ser o melhor jovem em prova.
Alarcón completou os 152,7 km no tempo de 4.02.52, à frente do seu colega de equipa Amaro Antunes, a três segundos, e de Rinaldo Nocentini (Sporting/Tavira), com o mesmo empo do segundo.
Ficaram a seguir João Benta (Boavista), a 4 segundos e Vicente Garcia de Mateos (LHL) com o mesmo tempo.
Na geral individual, Raúl Alarcón segue na frente com o total de 18.49.35, com 25 segundos de vantagem sobre Rinaldo Nocentini (Sporting/Tavira) e 29 de Amaro Antunes (W52-F.C.Porto). Seguem-se Alejandro Marque Porto (Sporting/Tavira) a 35 segundos e Vicente Garcia de Mateos (LHL), a 43 segundos.
Na geral colectiva, o W52-F.C.Porto continua líder, agora com 56.30.26, estando o Sporting/Tavira em 2º, a 1.22 e o terceiro é o Boavista, a 2.39. Estão a seguir a EFAPEL, a 3.32 e a La Metalusa Blackj LAA a 5.33, com o Louletano Hospital na 7ª posição, a 9.19.
Por pontos, o comandante é Raúl Alarcón, com 58 pontos, seguido de Amaro Antunes, com 49 (os dois ciclistas do W52-F.C.Porto não se largam), surgindo o chefe-de-fila do LHL em terceiro com 36 pontos. Samuel Caldeira (W52-F.C.Porto), tem 29 e Rinaldo Nocentini (Sporting/Tavira), chegou aos 26 pontos.
Na montanha, liderança para João Matias (LAA), com 31 pontos, seguido de Raúl Alarcón (15) e Amaro Antunes, também 15.
Na geral juventude, o agora mais jovem é Krists Neilands (ICA), lidera esta competição
No Combinado, Raul Alarcón é o “dono daquilo tudo”, somando 4 pontos, estando Amaro Antunes e Rinaldo Nocentini, por esta prdem, no top’3
Entretanto, começou a aparecer no “top 5”,o espanhol Vicente Garcia de Mateus
Vicente Garcia de Mateos é a grande aposta da equipa algarvia Louletano Hospital de Loulé) para a Volta a Portugal em Bicicleta que começa, esta sexta-feira, 4 de agosto, em Lisboa. O espanhol quer melhorar o oitavo lugar alcançado, em 2016, e na estratégia do Louletano-Hospital de Loulé-Fibralgarve surge como chefe de fila que está resguardado para as etapas que podem fazer as maiores diferenças e definir os principais candidatos à conquista da Volta.
Com três dias de prova, Vicente Garcia de Mateus já no “top-5” e é um dos homens que durante duas semanas vão pedalar na prova mais importante do ciclismo português. Terminado o estágio em altitude, Vicente Garcia de Mateos, terceiro classificado no ranking português, só pensa num objetivo: ganhar!
“”Treinei-me como nunca. Sinto-me muito bem e tenho uma equipa fantástica. Este ano as ambições são outras, muito mais elevadas, mas tenho plena consciência que só dizer que estamos na Volta para ganhar não chega. Vamos ver como evolui a competição. Queremos chegar à Amarela. Se não conseguirmos o objectivo maior vamos lutar com toda a certeza pelo pódio.”
Quando a corrida passar junto ao Parque Nacional da Peneda–Gerês, depois de Montalegre, a organização vai chamar a atenção da caravana para a iniciativa Bosque Encantado, um carvalhal que vai confirmar, no futuro, o compromisso da Volta a Portugal com a sustentabilidade. Com esta acção a “Portuguesa” poderá ser certificada como a primeira Prova Amiga do Ambiente. Ainda que a prática do ciclismo seja inofensiva para o ambiente, é previsível que a caravana da Volta a Portugal deixe uma pegada ecológica de 800 toneladas de CO2.
Para esta quarta-feira, a 5ª etapa ligará Boticas a Viana do Castelo, numa distância de 179,6, com partida pelas 12h50, numa corrida que conta com três metas volantes (Montalegre, Vila Verde e Barroselas) e mais três contagens do prémio da montanha (Boticas, km 6,8, de 3ª categoria), Covide (2ª categoria) e na chegada a Viana do Castelo (3ª categoria).
O espectáculo das chegadas em alto vai continuar na 79ª Volta a Portugal Santander Totta.
Não fosse a difícil travessia do Gerês, o final em subida no Santuário de Santa Luzia e um pelotão fatigado mas certamente inconformado, quase se poderia adivinhar um dia calmo para apreciar os 180 quilómetros de uma das mais belas etapas da “Volta”.