Desesperante pode ser o termo, ainda que forte, a aplicar à prestação portuguesa neste domingo do mundial de atletismo, que decorre em Londres, considerando os resultados alcançados.
Com a fasquia colocada a 5,30 (o mínimo para todos os atletas), Diogo Ferreira fez três derrubes e foi eliminado. Para quem é o recordista nacional (5,71 na fase final do prazo para obtenção dos mínimos para o mundial) por certo que a actuação não é nada positiva.
Logo a seguir, Ricardo Ribas desistiu na maratona, prova ganha pelo queniano Geoffrey Kipkorir Kirui, com o melhor resultado pessoal do ano (2.08.27).
Uma situação dúbia (fechou 40 concorrentes da priva num pavilhão durante de mais de hora e meia, que não permitiu aos atletas fazerem o seu aquecimento) provocada pela organização e que prejudicou todos estes atletas, aguardando-se um esclarecimento concreto sobre o que se passou.
Pouco depois, Cátia Azevedo fez 52,79 na volta à pista e posicionou-se no 39º lugar entre as 49 participantes.
Para concluir a manhã, Catarina Ribeiro desistiu na maratona e Filomena Costa obteve o 28º posto (2.36.42, mais de seis minutos do mínimo garantido anteriormente). A campeã foi Rose Chelimo, do Burundi, com 2.27.11, o melhor registo pessoal da época.
Como positivo, o facto de Lecabela Quaresma ter completado o Heptatlo, cumprindo o comprimento com 5,88 (22ª), o dardo, com 36,71, fechando com 2.14,06 nos 800 metros, que corresponderam a 5.788 pontos, bem longe do seu recorde pessoal de 6.174, que correspondeu ao 22º lugar entre as 29 que completaram a prova.
Esta segunda-feira (20h25) pode ser o primeiro dia de um resto de campeonato mais feliz, se Patrícia Mamona conseguir chegar aos 14,42 que já fez esta época, que poderá dar uma medalha, para não falar de poder elevar-se aos 14,65, que é o seu recorde de Portugal, alcançado no Rio do Janeiro o ano passado.
Por seu lado, Susana Costa – que bateu o recorde pessoal na qualificação, com 14,35 – também pode causar surpresa.
No quarto dia deste Mundial de Londres lugar ainda à participação de David Lima nas eliminatórias dos 200 metros (18h30), para onde parte com o registo de 20,30, para remediar o tão mal que esteve nos 100 metros.
Em termos gerais, os resultados até agora obtidos, alguns ainda que de bom nível, não deram recordes do mundo ou europeus – apenas de alguns países – até porque as grandes estrelas tem-se “apagado” ao longo dos últimos anos, em especial devido ao maior aperto no controlo antidopagem com base no passaporte biológico.
Um exemplo de “abaixamento” de forma foi o da holandesa Dafne Schippers – que dominou todo o ano na velocidade – não ter passado da medalha de bronze com uns modestos 10,96, comparativamente com os 10,85 da norte-americana Tori Borrie, a nova campeã mundial.
Em termos de medalhas – ainda que poucas finais se tenham efectuado até agora – Os estados Unidos comandam com um total de oito, sendo duas de ouro, quatro de prata e duas de bronze, seguindo-se a Etiópia, com 3 (1-2-0), Quénia, com 4 (1-1-2) e a África do Sul, com duas (1-0-1).
Com uma medalha de ouro estão a Bélgica, Baraheim, Grécia, G. Bretanha, Nova Zelândia e Lituânia.
Na classificação por pontos (oito primeiros classificados em cada prova), os Estados Unidos somam 65 pontos, à frente do Quénia (54), Etiópia (33), G. Bretanha (22) e Jamaica (21).