Dia 6 de Dezembro, em princípio, o Parlamento Europeu decidirá a cidade que será a organização Capital Europeia do Desporto em 2021, depois que cumpridos todos os trâmites regulamentares que estão definidos.
Para lá chegar, Lisboa – assim como outras candidaturas – terão de passar por alguns outros “crivos” de selecção, pelo menos em Outubro e em Novembro, desde que passem à fase seguinte de um “concurso” exigente, sendo que na próxima semana ficarão conhecidas as cidades finalistas.
Esta quinta-feira, o Salão Nobre dos Paços do Concelho foi pequeno para receber os vários parceiros que tem estado empenhados no processo de candidatura de Lisboa, ansiosos por verem a entrega do respectivo dossier por parte da Câmara Municipal, documento que foi entregue ao responsável da ACES Europe – European Capitals and Cities of Sport Federation, o italiano Gian Francesco Lupatelli.
Fernando Medina, presidente da edilidade alfacinha, foi o portador – acompanhado pelos embaixadores Telma Monteiro e Patrícia Mamona e o judo surdo-olímpico Hugo Passos – do processo que entregou ao referido dirigente da ACES, no qual se “integram estudos científicos que visam explanar a história e a relação estrutural da cidade de Lisboa com o desporto e com a actividade física”.
Capital Europeia de Desporto, é “acima de tudo uma grande mobilização colectiva, uma grande mobilização para o desporto”. Foi com esta ideia política, de “mobilizar toda uma comunidade, durante um ano inteiro, para o desporto”, que Fernando Medina decidiu aceitar o desafio do vereador do Desporto, Jorge Máximo, de organizar a candidatura de Lisboa.
A cidade não precisa, exclusivamente para esta candidatura, de adicionar novos equipamentos desportivos aos actualmente existentes, garantiu o presidente da Câmara.
Esta é uma candidatura que “vale só por si”, numa referência à “mobilização da cidade para a candidatura”, em que todos os agentes se empenharam.
O processo, disse Medina, “valeu a pena, porque mostrou uma cidade com instituições, com atletas, com pessoas, que valorizam o desporto no seu dia-a-dia, e estão dispostos a fazer mais para o desporto todos os dias”. Lisboa, ao longo dos últimos dez anos, frisou, viveu uma “transformação virada para a fruição do espaço público”, com o desporto a ter “um papel central neste processo”.
O número crescente de provas desportivas organizado anualmente pela autarquia, ou com o seu apoio, foi um facto relevado por Medina, que assinalou a capacidade organizativa da autarquia nesse sentido. Um processo, assinalou o autarca, que fez nascer as Olisipíadas – os antigos jogos da cidade – que “rapidamente se está também a transformar num grande movimento de mobilização de milhares de jovens por toda a cidade, nas mais variadas modalidades”.
Lisboa está preparada para receber grandes eventos desportivos
Jorge Máximo, o vereador responsável pelo Desporto, centrou grande parte da sua intervenção num agradecimento a todos os que tornaram possível esta candidatura. “Uma caminhada que ao longo de mais de um ano mobilizou milhares de lisboetas e centenas de entidades”, salientou, com particular destaque para os parceiros das juntas de freguesia, os “principais pilares da nossa política desportiva municipal”.
Numa intervenção emocionada, o vereador afirmou Lisboa como uma cidade que promove os valores da amizade, da tolerância, do respeito, da participação. Somos, sublinhou, “pela igualdade e pela inclusão”.
Lisboa recebe anualmente milhares de eventos desportivos, “a nossa capacidade organizativa é reconhecida em todo o mundo”, assegurou Jorge Máximo.
“Esta é uma candidatura forte”, começou por afirmar Gian Francesco Lupatelli, que vai, a partir de agora, analisar o processo das três cidades candidatas: Lisboa, Haia (Holanda) e Riga (Letónia). A cidade escolhida, será conhecida no próximo dia 15 de Novembro.
“Penso que todos os habitantes, as crianças e os idosos, sabem que Lisboa é candidata a 2021”, disse, salientando que 2021 deverá ser “um ano especial, com 365 dias de desporto para todos”. Se este foi um ano bom, 2021 deverá ser 10 vezes melhor. Isto é importante, porque mais desporto é mais saúde, mais bem-estar, menos despesa na saúde, concluiu.
“2021 será o momento de afirmação em Lisboa, e a partir desta, para Portugal, de um lugar de afirmação do desporto e da actividade física”.
Na sua intervenção, Tiago Rodrigues, ministro da Educação, enalteceu a “audácia de Lisboa em encarar a candidatura como ponto de partida e nunca como ponto de chegada”.
Lisboa, concluiu, “até 2021, e ainda mais depois de 2021, assume-se como um parceiro fundamental do governo para tornar o nosso desporto mais competitivo, nas competições que enfrenta, e cada vez mais disseminado junto daqueles que dão escala e força a essa excelência que somos todos nós”.
Antes da assinatura de protocolos de colaboração, com o Instituto Português do Desporto e Juventude, e a Direcção-Geral de Saúde, teve lugar a atribuição dos prémios da edição 2017 das Olisipíadas, com o triunfo a pertencer à freguesia de Alcântara, seguida do Areeiro e dos Olivais.
O prémio fair play foi atribuído à freguesia de Marvila.
