Sem rastreio não há cura para o cancro!
É um título forte! Sabemo-lo. Mas para grandes males, meia palavra basta.
Isto porque cerca de cinquenta por cento das mulheres que são convidadas a fazer o respectivo rastreio não comparecem nos locais indicados pela Liga Portuguesa contra o Cancro, o que nos deixa, a todos os que temos que promover a obtenção de uma melhor saúde através da actividade física e não só, com o coração nas mãos quando são divulgadas as estatísticas a este respeito.
Sofia Cabrita, que esteve esta terça-feira a representar a Liga na apresentação da 12ª EDP Lisboa, a mulher e a vida, deu as más notícias, ao afirmar que “por ano, a taxa de adesão ao rastreio está nos 55%, pelo que há ainda 45% que não comparecem por motivos que se desconhecem”.
A boa nova é que, salientou Sofia Cabrita, “95% é a taxa de sucesso na cura do cancro, pelo que não se compreende a ausência ao rastreio, que ainda não é total no país por falta de meios materiais e humanos, apesar da extraordinária ajuda que a organização deste evento tem prestado, a par da colaboração das mulheres que participam do evento ao longo dos anos”.
Sofia Cabrita salientou ainda que existem situações mais ou menos caricatas “porquanto em Lisboa e Setúbal ainda não conseguimos fazer o rastreio”.
Como responsável da organização, Carlos Móia salientou que “nas edições já realizadas tomaram parte cerca de 180.000 mulheres, que renderam cerca de setecentos mil euros para a Liga contra o Cancro, montante destinado à aquisição de aparelhos de rastreio para serem distribuídos por todo o país”.
Móia foi ainda mais longe quando salientou que “em treze mulheres com cancro morrem quatro por dia, número que já se verificava quando iniciámos esta caminhada”, tendo salientado ainda que “continuamos empenhados em manter esta actividade em prol da conquista de mais meios financeiros para poder prestar uma ajuda mais ampla”, com a embaixadora Rosa Mota a dar o nome a esta causa que se mantêm preocupante em Portugal e até no mundo e com o cantor Emanuel a emprestar a sua voz e presença no início do evento, marcado para 21 de Maio, junto à partida (em Santos) seguindo as atletas até junto da Torre de Belém.
No capítulo desportivo e para a prova principal (5 km) contará com a presença de atletas do Quénia, Uganda e Itália, com Vanessa Fernandes e Cláudia Pereira a serem as portuguesas já anunciadas.
No momento presente já se inscreveram mais de dez mil mulheres, repartidas nas classes de elite, Prémio Amigas (Oysho), Prémio Vodafone Mãe e Filha e Prémio Mimosa Avó e Neta, para além do Prémio Jogos Santa Casa para empresas, estando já acertada a transmissão em directo pela RTP.
Por uma boa causa, convidam-se as mulheres a participarem e, em especial, a fazer o rastreio.