Quinta-feira 21 de Novembro de 2024

ESTUDAR, SER CAMPEÃO E TER … VIDA ALÉM DO DESPORTO

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© 2017 JCMYRO

Trinta e três bolsas de educação, sendo vinte e sete no Projecto Olímpico e seis no Projecto Paralímpico, no valor de cerca de cem mil euros, foram entregues a outros tantos atletas que, pelos parâmetros definidos, foram beneficiados pelos Jogos Santa Casa, num projecto global de maior alcance.

Criado em 2013 e ao entrar-se no quarto ano, os Jogos Santa Casa, juntamente com os Comités Olímpico (COP) e Paralímpico (CPP), continuam a pretender identificar, acompanhar e apoiar as necessidades sociais de Educação no universo de cidadãos que já representaram Portugal ao mais alto nível (Jogos Olímpicos e Paralímpicos) e os que ambicionam ainda concretizar esse sonho.

Com esse sentido, surgiu a possibilidade de atribuição de bolsas de estudo a um conjunto de jovens atletas que pretendem prosseguir a vida académica na universidade, cujo sucesso, nos três anos anteriores, levaram os Jogos Santa Casa, COP e CPP a prolongar este incentivo para o período de 2016/2017, continuando a contribuir para a qualidade de vida de cada atleta/estudante.

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Tudo isto ficou bem patente, em especial, pelos atletas que tiveram oportunidade de comentar este tipo de apoio, tendo sido unânimes no que se refere a uma mais-valia significativa na vida de atleta de rendimento e estudante universitário, apoio sem o qual não tinham condições para fazer o que estão a fazer.

Dos 27 olímpicos beneficiados – que tem que ter aproveitamento na actividade desportiva e na universidade – saliente-que que, nestes quatro anos, apenas três são totalistas, casos de Diogo Abreu (Trampolins/Mestrado Integrado de Engenharia Electrotécnica), Teresa Portela (Canoagem/Escola de Osteopatia de Madrid) e Rui Bragança (Taekwondo/Medicina).

Patrícia Mamona (Atletismo/Engenharia Biomédica) volta a ter bolsa depois de um ano de intervalo, o mesmo sucedendo a Irina Rodrigues (Atletismo/Mestrado Integrado de Medicina), Ricardo Ribas (Atletismo/Educação Física e Desporto), Diogo Carvalho (Natação/Medicina) e Francisca Laia (Canoagem/Mestrado Integrado em Medicina).

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A maior parte entra este ano pela primeira vez, mais jovens e as esperanças portuguesas para 2020 e seguintes, que são: João Ribeiro (Canoagem/Técnico Especialista em Exercício Físico), Nuno Silva (Canoagem/Mestrado Integrado de Medicina), Célio Dias (Judo/Psicologia), Catarina Costa (Judo/Medicina), Tomás Veloso (Natação/Gestão), Cátia Azevedo (Atletismo/Enfermagem), Mariana Esteves (Judo/Ciências do Desporto), Nuno Saraiva (Judo/Ciências do Desporto), João Amorim (Canoagem/Mestrado Integrado em Engenharia Aeronáutica), Victoria Kaminskaya (Natação/Educação Física e Desporto), Melanie Santos (Triatlo/Publicidade e Marketing), Bruno Afonso (Canoagem/Mestrado Engenharia Informática), Guilherme Dias (Natação/Gestão e Marketing), Gabriel Lopes (Natação/Fisioterapia), Santiago Sampaio (Vela/Arquitectura Naval), Diogo Costa (Vela/Engenharia Informática e Computação), Pedro Fonseca e Costa (Vela/Engenharia Civil), David Fernandes (Canoagem/Mestrado em Actividade Física e Desporto), David Fernandes (Canoagem/Mestrado em Actividade Física e Desporto) e Marta Onofre (Atletismo/Educação Física e Desporto).

Por modalidades, a canoagem está na frente, com sete atletas, seguindo-se o Atletismo e a Natação (5), Judo (4), Vela (3) e um de cada no Triatlo, Taekwondo e Trampolins.

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Nos paralímpicos, cinco são da natação: David Grachat/Desporto e Educação Física, Filipe Garcia/Direito, Gino Caetano/Fisioterapia, Teresa Neves/Artes Visuais e Tiago Neves/Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos e apenas um do atletismo, Luís Gonçalves (medalhado no Rio de Janeiro) que cursa Naturopatia.

José Manuel Lourenço, o recém-empossado presidente do Comité Paralímpico de Portugal, salientou que “em Portugal temos um parceiro excepcional para a formação de excelência, tal como para o sucesso desportivo”, tendo ainda sublinhado que “o Comité Paralímpico se congratula por ter sido entendido que os prémios por medalhas deveriam ser iguais, o que agora se verifica”, frisando que o “inexcedível apoio prestado pelos Jogos Santa Casa tem tido o devido retorno com os êxitos alcançados pelos atletas portugueses”, pelo que se sente orgulhoso do trabalho que o CPP tem vindo a fazer”.

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Por seu lado, José Manuel Constantino, também há pouco tempo empossado como presidente do Comité Olímpico de Portugal, começou por dizer que “andamos na vida com cerimónias que se repetem mas que se justificam porque há sempre algo especial em cada uma, a de hoje pela conciliação da formação desportiva com a formação escolar, que tem um significado muito importante para a vida destes atletas, enquanto o forem, mas que angariam ferramentas suficientes para a pós-carreira”.

Cimentou ainda que “assume algo especial observar a capacidade de luta por parte de todos não só na luta pelos melhores lugares como também na obtenção de resultados positivos na vida escolar.”

Constantino aproveitou ainda para fazer um agradecimento público pelo apoio prestado pelos Jogos Santa Casa e a própria Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, “pese embora alguns constrangimentos que surgem mas que tem vindo a ser diluídos em favor dos atletas”.

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Pedro Santana Lopes, o Provedor da Santa Casa, salientou que a instituição “existe para apoiar causas boas e esta é uma delas”.

Frisou depois que “desde 2013 que este apoio não discute porque é um objectivo nacional, especialmente para dar um exemplo à juventude que quer ganhar no desporto e na vida”.

A finalizar, Ana Sofia Antunes, Secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiências, sublinhou que “os apoios entregues a este grupo de atletas de elite são fundamentais para a vida de cada um, não só no presente mas, em especial, no futuro”, frisando que “focar a acção nos dois objectivos não é uma tarefa fácil mas, como se prova, tem dado frutos nestes quatro anos, o que é de enaltecer”, para rematar que “isto é um compromisso reforçado da política de apoio, com condições iguais para todos, o que também é um desafio da própria Santa Casa que deve continuar.”

No novo ciclo olímpico e paralímpico até 2020, parece certo que, em função do que foram os resultados alcançados no Rio de Janeiro, há que “atinar” com novos paradigmas que devem ser bem definidos para evitar surpresas, algumas não muito agradáveis, que pontificaram no caminho para o Brasil’2016.

Como se sabe, o dinheiro é importante. Mas terá mais significado se as atitudes forem consentâneas como os objectivos a alcançar.

 

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