Um “slogan” à medida dos atletas que vão representar Portugal nos XV Jogos Paralímpicos integrando-se perfeitamente no lema criado pelo Comité Paralímpico de Portugal de “Igualdade, Inclusão e Excelência Desportiva”, independentemente de se conquistar ou não medalhas.
Dois momentos que evoluíram na apresentação, esta quarta-feira, dos 37 atletas que compõem a comitiva portuguesa a estes Jogos, o que se verifica pela décima vez entre as quinze edições que a partir de agora se vão iniciar e completar entre 7 e 17 de Setembro.
Hotel oficial há bastante tempo do Comité Paralímpico de Portugal, o Dom Pedro Palace (Amoreiras, em Lisboa) foi o palco do desfile de todos os atletas, técnicos e dirigentes, com trajes da responsabilidade da marca portuguesa Salsa que, recorde-se, levou a comitiva aos recentes Jogos Olímpicos a ser considerar a quinta mais bonita em relação aos mais de duzentos países presentes.
Ficou a saber-se ainda que o atleta de boccia José Macedo, que conquistou cinco medalhas paralímpicas (três de ouro, uma de prata e uma de bronze), vai ser o porta-estandarte de Portugal na cerimónia de abertura dos Jogos Paralímpicos Rio2016, que se efectua no dia de Setembro, com as competições a iniciarem-se no dia 8, logo com a presença de quatro atletas em actividade: Nuno Alves (5.000 metros), Luís Gonçalves (400 metros), Graça Fernandes (100 metros), no atletismo, e Miguel Vieira (judo – 66 kg).
Esta será a quinta presença de Macedo nos Jogos Paralímpicos, pelo que merece a distinção.
Como demos conta, a comitiva lusa comporta 37 atletas dos quais o mais jovem é Miguel Monteiro, que fará 16 anos em Dezembro e que participará no lançamento do peso – iniciou-se nesta actividade apenas há dois anos e treina bidiariamente (ginásio de manhã e lançamentos na parte da parte) – sendo Carina Paím a mais jovem mulher (17 anos) e que correrá os 400 metros.
Ambos (na foto inserta) estão registados na Casa do Povo de Mangualde – uma instituição que tem um largo historial no atletismo federado, como berço de campeões de outras eras – e são estreantes no Rio, ele na categoria de F 40 (Anões) e ela na T 20 (deficiência intelectual), representando os campeões do amanhã, assunto que foi referenciado pelo Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, que salientou um “maior apoio ao desporto adaptado no âmbito do Desporto Escolar”.
Como factor de motivação, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, representado pelo Vice-Provedor Edmundo Martinho, fez a entrega de cautelas da Lotaria Nacional para o dia 12 Setembro, dedicada aos Jogos Paralímpicos, a cada um dos atletas, no seguimento da parceria existente entre o Comité Paralímpico e o Comité Olímpico no âmbito da atribuição de Bolsas aos atletas mais necessitados e que se destaquem, projecto que já atingiram as 87 bolsas, num valor global de duzentos e cinquenta e dois mil euros.
De referir a Santa Casa ofereceu ainda as malas de cabina a todos os atletas, salientando-se ainda que o equipamento desportivo é fornecido pela JOMA Sport, sendo ainda parceiros a Angelini Portugal, Sports Partner, MSD, Vitalis, além dos institucionais como o IPDJ, o INR, as Câmaras Municipais de Lisboa e de Loures, entre outros parceiros.
Humberto Santos, presidente do Comité Paralímpico de Portugal, era um homem feliz porquanto, como referiu “foi a primeira vez que aconteceram tantas coisas positivas para uma mesma edição dos Jogos Paralímpicos, pelo que esperamos ser recompensados da melhor forma no Rio de Janeiro”, tendo agradecido a todos os mecenas e patrocinadores, sem os quais, salientou, “não teria sido possível conquistar o que conseguimos com estes apoios”, dando especial enfase ao facto de “também pela primeira vez, a RTP se ter disponibilizado para transmitir uma parte dos Jogos em directo, tal como a Sport Tv”.
Colocando a cereja em cima do bolo, a Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, entre os desejos de boa participação e felicidades para comitiva, salientou que “tenho um sonho que gostaria de ver concretizado: que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos fossem realizados em simultâneo”.
Não é uma visão utópica. Mas é difícil. Mas, como se sabe, quando o homem (e a mulher) quer, tudo se concretiza. Tal como, há muito tempo, o poeta disse “o homem sonha e a obra nasce”!
Um bom tema para dissertar a partir de qualquer quadrante geográfico.
A comitiva portuguesa, por completo, parte esta quinta-feira para o Rio de Janeiro, num voo que sairá do Aeroporto Humberto Delgado pelas 10 horas da manhã.