E ao terceiro dia, Portugal conquistou a 24ª medalha da história lusa no maior e mais importante evento desportivo sobre a Terra, que são os Jogos Olímpicos, neste ano de maior impacte dado o facto de se falar em português, com os nossos irmãos brasileiros a operacionalizarem da melhor forma os XXXI Jogos Olímpicos.
A autora foi nem mais nem menos a judoca Telma Monteiro (- 57 kg), com um portfólio impressionante de medalhas conquistadas em mundiais e europeus que, desta forma, junta o bronze olímpico obtido com muita garra, superação e também com uma grande ansiedade que, a determinada altura, podia ter estragado tudo que, felizmente, conseguiu controlar.
Uma subida ao pódio olímpico que se iniciou com a vitória sobre a neozelandesa Darcina Manuel através de dois yukos, confirmativo do querer lusitano e dela própria em superar tudo e … todas.
Mas o pior estava para vir, quando teve pela frente a mongol Sumiya Dorjsuren, líder do ‘ranking’ mundial, que afastou a campeã portuguesa da luta pelo ouro num combate intenso que durou após o tempo regulamentar, discutindo-se no ponto de ouro e onde as faltas cometidas foram determinantes para a decisão final.
Ainda assim, ganhou o direito à repescagem, onde bateu a francesa Automme Pavia e abriu caminho para a medalha de bronze, disputada com a romena Corina Caprioriu a quem venceu por “yuko”, no que foi o combate da liderança, porquanto Telma tinha ganho e perdido três combates com esta judoca, pelo que desempatou a seu favor.
Ao conseguir este bronze, Telma passou a ter medalhas em Mundiais (5) e Europeus (11), tornando-se a judoca mais distinguida em termos internacionais
Recorde-se que Telma foi 12.ª em Atenas’2004 e nona em Pequim2008 (ambas em -52kg), e 17.ª em Londres2012 (- 57 kg).
Esta foi a 12ª medalha de bronze olímpico para Portugal, que se juntam às quatro de ouro e oito de prata já conquistadas pelos atletas lusos em Jogos Olímpicos, tendo Telma sido o segundo representante do judo a ganhar uma medalha, depois do bronze alcançado por Nuno Delgado, em 2000 (Tóquio) há 16 anos.
“Pensei que Deus sabe tudo e que se eu tinha tido paciente e nunca tinha deixado de acreditar, então hoje seria o meu dia”, segundo declarações da nova medalhada olímpica portuguesa à RTP, tendo acrescentado que “foi um dia de superação. O mais importante é que acreditei. Não deixei que a idade ou os Jogos do passado fossem um fantasma. Lutei com tudo o que tinha. Acreditei que se estava aqui era para fazer história pelo meu país”.
Telma referiu ainda que “treinei com uma equipa reduzida. Éramos poucos, mas éramos bons. É uma medalha que não é minha, é nossa. Vale a pena lutarmos pelos nossos sonhos”, tendo ainda confirmado que não vai ficar parada, porquanto “tinha decidido que queria estar em Tóquio. É a terra do judo e um país que adoro. Nunca irei desistir e acredito que se chegar em boas condições irei lutar por outra medalha”.
A campeã olímpica foi a brasileira Rafaela Silva, campeã do mundo em 2013, que ganhou por ‘wazari’, sobe ao pódio acompanhada por Djorsuren, medalha de prata, e pela portuguesa Telma Monteiro e a japonesa Kaori Mastumoto, campeã em Londres2012, que arrecadaram o bronze.
Marcos Freitas nos quartos-de-final
Frente ao ucraniano Kou Lei, Marco Freitas entrou da melhor forma nos oitavos-de-final, chegando ao 3-0 num ápice, com os parciais de 11-8, 11-7 e 11-5.
O quarto set foi mais discutido, chegou aos 6-6 mas a partir daí Marcos colocou o pé no acelerador e chegou num ápice ao 11-7 final, garantindo a presença nos quartos-de-final.
Mais uma história acrescentada, porquanto esta presença nos quartos-de-final foi conquistada pela primeira vez em singulares. Um dos heróis de Londres’2012 (5º lugar colectivo na final), Marcos Freitas continua a ser o líder incontestável do ténis de mesa português.
No primeiro jogo da competição, Marcos Freitas tinha derrotado o romeno Ionescu por 4-1 (parciais de 11-9, 1-11, 11-5, 11-7 e 11-9).
Nuno Saraiva de fora à primeira
Ainda no judo, Nuno Saraiva (- 73 kg) foi eliminado na estreia olímpica ao perder com o húngaro Miklós Ungvári por ‘wazari’, tendo sofrido antes um “yuko”, depois de ter tido vantagem nos castigos, mas que não conseguiu manter a vantagem.
Mais forte no tatami, Miklós soube gerir bem as situações.
Kaminskaya ficou pelo caminho
Victoria Kaminskaya, nos 400 metros estilos, não conseguiu nadar para o recorde nacional e, com isso, ficou pelo caminho nas eliminatórias, tendo sido 6ª na primeira, com 2.16,78.
Kaminskaya ficou a 2,02 segundos do máximo nacional, que lhe pertence, com 2.14,76 minutos.
João Sousa afastado por Del Potro
Depois de um jogo em que, a dado momento, teve a sensação de que poderia vencer Del Potro, João Sousa acabou por, mercê de alguns erros em fases cruciais, por ser afastado por 2-1, com os parciais de 3-6/6-1 e 3/6.
Sousa não teve, também, arte e manha para “apanhar” Del Potro nas “curvas”, alturas em que deu indicações de que não estaria em grandes condições físicas, quiçá por não ter recuperado da “guerra” tida, na véspera, para afastar o número um mundial Novak Djokovic.
Ou, então, algumas fraquezas demonstradas por Sousa adviriam do facto de, neste mesmo dia (noite) tinha o jogo de pares com Gastão Elias.
Gastão Elias/João Sousa afastados
Com João Sousa em baixa anímica (face à derrota perante Del Potro, cerca de duas horas antes), a dupla constituída com Gastão Elias não surtiu efeito e foi, esta segunda-feira, afastada do torneio de ténis, variante de pares, com a firmação lusa a perder por 2-1.
Tiago Apolónia irreconhecível
O português Tiago Apolónia (18º do ATP) foi eliminado no ténis de mesa, ao perder na estreia contra o esloveno Bojan Tokic (53º no ranking), por 4-1, com os parciais de 11-6, 10-12, 11-6, 11-7, 11-8.
Tiago nunca “pegou” no jogo a sério,pelo que não
Sara Carmo
Sara Carmo, na classe Laser Radial, concluiu o primeiro dia de regatas desta segunda-feira na 34.ª posição.
Na segunda participação em Jogos Olímpicos, a atleta de Cascais foi 35.ª e 32.ª nas duas regatas esta segunda-feira disputadas, somando 47 pontos.
A chinesa Xu Lijia lidera, com sete pontos, à frente da holandesa Marit Bouwmeester, com 11, e da dinamarquesa Anne-Marie Rindom, com 14.
Esta terça-feira haverá mais duas regatas desta classe.
Gustavo Lima a controlar
Gustavo Lima, ainda nos desportos náuticos, terminou na 14.ª posição as duas primeiras regatas da classe Laser, depois de se classificar no 15º lugar em cada uma das regatas efectuadas.
Na quinta participação em Jogos Olímpicos, Gustavo abriu a prova com 30 pontos, numa prova que é liderada pelo croata Tonci Stipanovic, com seis pontos, os mesmos do argentino Julio Alsogaray.
Na terceira posição está o russo Sergei Komissarov, com 11 pontos.
Esta terça-feira, estão previstas mais duas regatas nesta classe.
João Rodrigues
João Rodrigues conseguiu, esta segunda-feira, o 18.º posto, no primeiro das regatas da classe RS:X.
Nas três regatas realizadas durante o dia, Rodrigues foi 21.º, 10.º e 23.º classificado, respectivamente, na Marina da Glória, baía de Guanabara, somando 31 pontos, com o descarte do pior resultado.
O britânico Nick Dempsey comanda a prova, estando o holandês Dorian van Russelberg na segunda posição e o grego Vyron Kokkalanis é terceiro.
Esta terça-feira, terão lugar mais regatas nesta classe.
Filipa Martins no melhor de sempre
Filipa Martins voltou a confirmar a sua categoria, agora no Rio2016, ao obter a melhor pontuação (54,298) alguma vez feita por uma ginasta lusa na ginástica artística, que correspondeu ao 37º lugar na geral.
A anterior posição foi um 53º lugar alcançado por Zoi Lima, em Londres’2012.
Brasil em apuros no Futebol
Concluída a segunda ronda do torneio de futebol, a principal referência vai para a prestação modesta (ou muito modesta) que o Brasil – inserido no grupo A – está a ter, porquanto em dois jogos empatou duas vezes.
Primeiro foi com a África do Sul e agora com o Iraque, enquanto a Dinamarca venceu os sul-africanos (1-0), passando a liderar (4 pontos). Brasil e Iraque têm dois pontos e a África do Sul um.
A última jornada da fase de grupos engloba os jogos África do Sul-Iraque e Dinamarca-Brasil (dia 11)
No grupo B, a Nigéria venceu a Suécia (1-0) e confirmou-se na liderança (6 pontos), enquanto Japão e Colômbia empataram a duas bolas, com os colombianos a ficarem com 2 pontos, e Suécia e Japão, ambos com 1. Nigerianos que estão apurados para os quartos-de-final.
Na última ronda (dia 10), o Japão defronta a Suécia e a Colômbia joga com a Nigéria.
No grupo C, o México derrotou as Fiji (5-1) e comanda a par da Coreia do Sul (ambas com 4 pontos), coreanos que se deixaram empatar (3-3) com a Alemanha. A Alemanha tem dois pontos e as Fiji ainda não pontuaram.
Também no dia 10, a Alemanha vai medir forças com as Fuji e a Coreia do Sul joga com o México.
No grupo D, Portugal comanda com 6 pontos e é a segunda equipa apurada para os quartos-de-final, estando as Honduras e Argentina com 3 pontos, fechando o grupo a Argélia com zero pontos.
Também no dia 10, a Argentina joga frente às Honduras e vão decidir qual segue para os quartos, enquanto a Argélia está a zero.
Programa português nesta terça-feira
Ténis
- Singulares – Gastão Elias-Steve Johnson (EUA), 14h45
Vela
- Laser (Dia 2) – Gustavo Lima, 17h00
- RS:X (Dia 2) – João Rodrigues, 17h00
- Laser Radial (Dia 2) – Sara Carmo, 17h00
Canoagem
- Slalom (C1) Meia-final – José Carvalho, 19h10
Ténis de Mesa
- Singulares – Quartos-de-final – Marcos Freitas, 20h00
Outras notícias
Cirurgia correu bem a ginasta francês
A de maior relevo é que a operação a que foi sujeito (dupla fractura da tíbia e perónio) o ginasta francês Samir Ait Said correu da melhor forma. Recorde-se que este ginasta caiu no exercício do salto de cavalo no torneio masculino da ginástica artística, que originou a lesão, que causou grande impressão a todos os que assistiram no pavilhão face ao estado em que picou a perna do ginasta francês.
E o doping já chegou aos Jogos
Três controlos positivos já foram revelados pelo COI, respeitantes ao halterofilista cipriota Antonis Martasidis, à nadadora grega Theodora Giareni e ao pugilista Michael O’Reilly (Irlanda).
Depois da bronca criada pela Rússia, continua a comprovar-se que este tema é global e perpassa por todo o lado.
Resta saber o que virá a seguir.
Casa de Portugal na SAGRES
O Navio Escola SAGRES, aportado bem no cento do porto do Rio de Janeiro, que funciona como Casa de Portugal nos Jogos Olímpicos, tem sido uma porta de entada e saída de milhares de pessoas, de várias nacionalidades, que aproveitam a oportunidade para poderem visitar este belo navio de ensino.
Para além disso, também ali se discutem outros temas, com negócios pelo meio entre dois dedos de conversa e um aperitivo português.
Uma parceria entre a Marinha Portuguesa e o Comité Olímpico de Portugal que promove o que de melhor há no nosso país, em especial a história, os usos e os costumes.