José Gonçalves (Caja Rural) venceu a 7ª etapa que esta quinta-feira se efectuou entre Figueira de Castelo Rodrigo e Castelo Branco, numa caminhada animada, num percurso praticamente plano e com a habitual fuga para “animar” a malta.
Depois da etapa rainha, onde imperou a montanha, os 121 corredores sobreviventes da 78ª Volta a Portugal Santander Totta apresentaram-se para esta etapa com o objectivo de cumprir os 182km. Sem qualquer contagem de montanha, o dia apresentava-se ideal para os roladores e velocistas que podiam dar um ar da sua graça na meta em Castelo Branco.
Com cerca de 20km de prova foi formado o quinteto que estaria na fuga do dia. O grupo conseguiu ganhar cerca de cinco minutos ao pelotão, mas na primeira passagem pela meta já só restavam três unidades e a faltarem apenas dois quilómetros para a chegada os sobreviventes foram “engolidos” pelo grande grupo. Com as várias equipas a prepararem os homens mais rápidos para atacarem o sprint, abriram-se as cortinas para o espectáculo no famoso empedrado da Avenida Nuno Álvares.
José Gonçalves não estava indicado para entrar a “matar“ na recta da meta mas, à última hora, o director desportivo da Caja Rural disse-lhe que seria ele a tentar a vitória no empedrado do centro de Castelo Branco porque o companheiro Eduard Prades, vencedor neste local no ano passado, estava com um problema técnico.
Bem dito bem feito! José Gonçalves, com maior potência final, venceu o sprint, batendo, em cima da linha de meta, Samuel Caldeira (W52-FC Porto) que, pelo terceiro ano consecutivo na cidade albicastrense, foi segundo classificado. Francesco Gavazzi (Androni Giocattoli/Sidermec) foi terceiro.
Quem é José Gonçalves?
Nasceu a 13 fevereiro 1989, em Roriz (Barcelos). Foi Campeão Nacional de estrada, em 2011, na categoria Sub-23 e Elite no ano seguinte. Em 2013 saiu de Portugal para vestir as cores da equipa francesa La Pomme Marseille e não mais voltou. Em 2015, a espanhola Caja Rural recebeu-o assim como ao irmão gémeo Domingos Gonçalves. No ano passado já tinha dado nas vistas na Volta a Portugal quando venceu uma etapa e acabou desclassificado numa outra. Esta temporada José Gonçalves ganhou a Volta à Turquia
Com a chegada em bloco cronometrada com o mesmo tempo para todo o pelotão, Rui Vinhas (W52-FC Porto) segurou a Camisola Amarela Santander Totta e manteve a mesma vantagem para o companheiro de equipa Gustavo Veloso, segundo classificado a 2’25’’ e o corredor mais regular em prova que lhe atribui a Camisola Verde Rubis Gás. Daniel Silva (Rádio Popular-Boavista) é terceiro a 2’53’’.
A três dias do final da competição, o melhor jovem em prova continua a ser o russo Alexandre Vdovin (Lokosphinkx) e veste a Camisola Branca RTP. Desde 2009 que a cidade albicastrense não assistia a um triunfo português, o último foi Manuel Cardoso (Liberty Seguros).
Após mais esta ronda, as classificações gerais ficaram assim ordenadas:
Individual – Rui Vinhas (W52/FCP) continua a liderar, agora com 30.56.33, à frente de Gustavo Veloso (W52/FCP) a 2.25 e de Daniel Silva (RPB), a 2.53. Posições seguintes para Joni Brandão (EFP) a 3.11 e Raul Alarcon (W52/FCP) a 3.37.
Colectiva – A W52/F.C.Porto continua a mandar, com um total de 92.55.45, seguida da Radio Popular/Boavista, a 7.16 e da Efapel, a 24.18. Nos 4º e 5º lugares estão a LA Alumínios/Antar, a 30.04 e a Androni Giocattoli a 32.39.
Pontos – Liderança para Gustavo Veloso, 93 pontos, à frente de Francesco Garazzi (AND), com 66 e Daniel Mestre (RPB) e Vicente Rubio 64, seguindo-se José Gonçalves (Caja Rural), com 62.
Montanha – O líder é Ramiro Diaz (FSC), somando 70 pontos contra 57 de Joni Brandão (Efapel) e 55 de Bruno Silva (LAA).
Kombinado – Gustavo Veloso também é o primeiro, com 9 pontos, seguido de Jóni Brandão (14) e Daniel Silva (20).
Juventude – Alexandr Vdovin (LOK) lidera, à frente de Vítor Etxebarria (RPB) e de Diego Ochoa (BOY).
Esta sexta-feira, em plena região Oeste, corre-se a etapa mais longa e acrescenta mais duas localidades à longa lista de locais de partidas e chegadas de etapa. São duas estreias. A caravana parte às 11h55 do Sítio da Nazaré, o emblemático centro histórico da vila nazarena, para os longos e duros 208,5 km.
Há cinco anos que a Volta a Portugal não tinha uma tirada tão longa. A etapa vai terminar em Arruda dos Vinhos (prevista para as 17h15) e até lá o pelotão terá de enfrentar, entre outras, as dificuldades da subida ao Alto de Montejunto, onde estará instalado um Prémio de Montanha de 2ª categoria.
Entretanto, a etapa de sábado – que vai ligar Alcácer do Sal a Setúbal – viu o seu percurso ser alterado para salvaguardar questões de segurança na travessia do concelho setubalense. A etapa terá uma alteração de percurso com redução de cerca nove quilómetros totalizando 176,1km com partida às 12h45.