“Foi a prova das nossas vidas”, salientou Francisca Laia depois de ter conquistado duas medalhas de ouro no Campeonato Mundial Universitário de Canoagem, que esta sexta-feira se concluíram no CAR de Montemor-o-Velho, com Portugal a receber mais seis medalhas.
A dupla formada pelas referidas canoístas ganharam a medalha de ouro na prova de K2 500 metros, enquanto Francisca voltou ao primeiro lugar do pódio no k1 200 metros, o que de melhor foi rubricado pela equipa nacional em toda a competição, se bem que Portugal se tivesse alcandorado a um extraordinário segundo lugar do pódio colectivo ao somar dez medalhas conseguidas, fazendo a diferença as duas medalhas de ouro conquistadas, só batida apenas pela Polónia (18 de ouro, 2 de prata e 1 de bronze), que foi a melhor formação a grande distância.
Das dez que Portugal obteve, duas foram de ouro, cinco de prata e uma de bronze, fechando o pódio a Itália (11), com uma de ouro, cinco de prata e cinco de bronze, à frente da Hungria (8), uma de ouro, uma de prata e seis de bronze, neste mundial de velocidade, que reuniu a presença de 162 estudantes-atletas de 18 países.
O vento forte e a manhã nublada não conseguiram tirar o brilho à formação da Polónia que garantiu, nas três primeiras finais do dia, igual número de medalhas de Ouro.
A supremacia polaca foi quebrada por Francisca Laia e Maria Cabrita que conseguiram a primeira medalha de Ouro dos Mundiais Universitários de velocidade para Portugal. A dupla nacional ficou muito satisfeita, mas também surpreendida: “Os 500 metros nunca foram a nossa especialidade porque este ano não treinámos esta distância e não estávamos à espera de chegar a uma medalha, muito menos a de Ouro”, admitiu a olímpica Francisca Laia, que salientou ainda que “no fundo, fizemos tudo bem, conseguimos sair bem, viemos sempre numa boa pagaiada e mantivemos o ritmo até ao fim. Pode ser um pouco exagerado, mas foi a prova das nossas vidas”, concluiu Francisca.
A dupla portuguesa juntou a este título, a prata nos 200 metros alcançada na véspera e o ouro que Francisca Laia conseguiu em K1 200. A especialista portuguesa já esperava um bom resultado, mas não deixou de frisar que “na linha de largada somos todos iguais, o lugar em que ficamos depende da prova que fazemos até à meta. E qualquer erro, sobretudo nos 200 metros, pode ser fatal”, frisou. Portugal fez-se representar nestes mundiais com 24 canoístas.
Em termos de atletas estrangeiros, é de salientar o excelente comportamento da Polónia, a grande vencedora, que levou o seleccionador Piotr Grochowski a ficar admirado com o comportamento dos seus jovens e a justificar da seguinte forma:: “Isto é incrível! Esperámos ganhar algumas medalhas, mas nunca pensei que pudessem ser tantas!”
O líder polaco explica o sucesso alcançado com “trabalho árduo, excelentes treinadores, mas também muita alegria naquilo que fazemos”, concluiu. A segunda seleccção com mais títulos alcançados foi a Itália com 11 medalhas – 1 de Ouro, 5 de Prata e 5 de Bronze. A fechar o pódio coletivo ficaram duas formações com 8 medalhas: Portugal (2 medalhas de Ouro, 5 de Prata e 1 de Bronze) e a Hungria (1 de Ouro, 1 de Prata e 6 de Bronze).
Portugal teve pouco mais de três meses para preparar os Campeonatos, a FISU – Federação Internacional do Desporto Universitário depositou confiança nas cores nacionais e não se arrependeu.
“Foi um campeonato excepcional!”, começou por dizer Kemal Tamer, represente do Comité Executivo da FISU, para acrescentar: “Portugal tem uma das melhores pistas de canoagem do mundo, a paisagem é maravilhosa e a competição foi muito boa, por tudo isto o Comité Organizador está de parabéns!”
Com os olhos postos no Brasil, Tamer não esconde “Gostava muito que alguns estudantes-atletas conseguissem bons resultados nos Jogos Olímpicos. Era bom para os atletas, para o país e também para a FISU.”
O próximo Campeonato Mundial Universitário de Canoagem realiza-se em 2018, em Szeged, na Hungria.