O Pavilhão da Expocentro (Pombal) foi o palco escolhido pela Federação Portuguesa de Atletismo por onde desfilaram, este sábado, e foram distinguidos, três dezenas de atletas medalhados em Jogos Olímpicos, Campeonatos do Mundo e da Europa.
Na modalidade que detém o maior número de títulos conquistados nos principais eventos efectuados no planeta – sendo os mais valiosos os que corresponderam às quatro medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos – por certo que o reviver dos momentos que foram sendo consagrados desde 1976 (primeira e medalha de ouro de Carlos Lopes no mundial de crosse) foi sempre o momento mais alto em cada homenagem.
Aproveitando a extraordinária sinergia que a Câmara Municipal de Pombal tem proporcionado, ao longo dos anos, à modalidade – recorde-se que o pavilhão da Expocentro é o palco privilegiado para as competições nacionais de pista coberta, aproveitando a pista que esteve instalada no então Pavilhão Atlântico onde se desenrolou o mundial de pista coberta em 2011) – a Gala, por si só e pela reunião da família do atletismo, foi positiva.
Recordar é viver e, por isso mesmo, também o internacional mais antigo e ainda em actividade – como é o caso de Armando Aldegalega – foi distinguido com o Prémio Carreira, depois de a Federação ter homenageado o técnico João Campos (que levou Fernanda Ribeiro ao mais alto olímpico Fernanda Ribeiro) e o presidente da Associação de Atletismo de Lisboa, Marcel de Almeida, como figura de dirigente, prémios que foram outorgados pela Associação Europeia de Atletismo sob proposta da federação portuguesa.
Dos premiados, que estavam presentes na grande maioria pese embora algumas ausências em relação aos atletas que ainda estão no activo e que se encontram a preparar os Jogos Olímpicos, saliente-se a presença de Conceição Leitão, irmã do malogrado António Leitão, medalha de bronze nos 5.000 metros nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, um dos mais simples campeões, pela sua forma de encarar a vida e, em especial, os amigos.
Na lista dos medalhados europeus, foram distinguidos António Pinto (maratona), Eduardo Henriques (crosse), Jéssica Augusto (10.000 m), João Vieira (Marcha), Sara Moreira (10.000 m), Youssel El Kalay (crosse), Dulce Félix (10.000 metros), Analídia Torre (crosse) e Patrícia Mamona (triplo).
A lista dos mundiais é a mais extensa, nela entrando Albertina Dias (crosse), Aurora Cunha (estrada), Carla Sacramento (1.500 m), Carlos Calado (comprimento), Conceição ferreira (10.000 m), Domingos Castro (5.000 m), Fernando Mamede (crosse), João Campos (3.000 em pista coberta), Manuela Machado (maratona), Mário Silva (1.500 m), Naide Gomes (comprimento), Paulo Guerra (crosse) e Susana Feitore (marcha).
Na pauta máxima (medalhas olímpicas), referência para Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, Carlos Lopes, António Leitão, Francis Obikuwelu e Nélson Évora, a nata das natas no atletismo português de sempre.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa gravação em vídeo, saudou a distinção e deu os parabéns aos distinguidos mostrando-se a par da história da modalidade, o que foi saudado pelos presentes, num evento que teve ainda momentos musicais, através de artistas locais.
Quinze anos depois da última gala de premiação, a Federação retornou, ainda que em momento difícil para as respectivas finanças, a tradição de homenagear e distinguir os mais destacados elementos ligados ao fenómeno do atletismo, o que poderá ser um bom prenúncio para o futuro.
Vamos ver até que ponto, até final da presente época, se concretizam os objectivos dos principais atletas quando se encontram já à porta dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.