No âmbito das comemorações do cinquentenário (nasceu em 1966, no ano e por força dos Magriços), a Associação dos Jornalistas de Desporto/CNID vai promover o segundo debate, desta vez nas instalações do ISMAI, na Maia.
O evento decorrerá esta segunda-feira (dia 7), entre as 15 e as 19 horas, onde serão debatidos os temas “Ética no Desporto – Os media como veículo de formação” e “Informação e opinião – O papel do jornalista e do comentador desportivo”.
No primeiro painel estarão envolvidos o Prof. José Neto, que fará a introdução, com Pedro Azevedo (Rádio Renascença) a moderar e intervenções de António Magalhães (Director do Record e Vice-Presidente do CNID), José Carlos Lima (Coordenador do PNED), José Magalhães (Andebol), Cristina Gomes (Ginástica), Rui Borges (Natação) e Paulo Neta (Basquetebol).
No segundo (17 horas), a apresentação será feita por Luís Humberto Marcos (ISMAI), António Florêncio (CNID) será o moderador e com intervenções dos jornalistas Manuel Queiroz, Bernardino Barros, Hugo Gilberto, Pedro Candeias, Murillo Lopes e Luís Graça.
Em termos de registo histórico, recorde-se que o então CNID foi criado para ajudar os jornalistas desportivos portugueses a conseguiram a acreditação para o Mundial de 1996 (Inglaterra), o que – tal como hoje em dia – é obrigatória para competições desse nível.
Com a preciosa ajuda e apoio da Associação Internacional de Imprensa Desportiva (AIPS), Fernando Soromenho “chefiou” um grupo de colegas para dar os primeiros passos para a constituição da agora denominada Associação dos Jornalistas de Desporto/CNID.
Segundo relato do próprio Fernando Soromenho, “na primeira reunião, estiveram presentes Artur Agostinho (Record), Vítor Santos (A Bola), Vasco Resende (O Norte Desportivo) e Couto e Santos em representação de Manuel Mota (Mundo Desportivo). Foi em 14 de Maio de 1966, numa das salas da Casa da Imprensa, onde dei conta do recado, acedendo prosseguir sozinho na qualidade do tal elo de ligação entre a AIPS e os jornalistas desportivos portugueses, depois de terem defendido, todavia, a tese de que todos eram dignos de figurarem na mesma família”, líder que registou ainda que “também na Casa da Imprensa se realizou, em 21 do mesmo mês, a primeira reunião magna que já englobou todos os representantes dos órgãos de Informação num total de 64 jornalistas. Foi ampla e variada a troca de impressões, tendo sido aprovada por aclamação a nomeação da minha pessoa para presidente da Comissão Delegada a qual englobou Vítor Santos (A Bola), Manuel Mota (Mundo Desportivo), Amadeu Rodrigues (A Voz Desportiva), Mário Cília (Rádio), Alves dos Santos (Televisão), Alberto Freitas (Imprensa Diária), Diamantino Faria (Ultramar) e Boavida Portugal (Consultor Jurídico). Para Presidente de Honra foi designado Ricardo Ornelas (Diário Popular).
Frisou ainda Fernando Soromenho que “uma semana depois, ou seja no dia 28, teve lugar nova reunião da qual saiu a Comissão Organizadora: Fernando Soromenho, Vítor Santos, Alves dos Santos, Mário Cília, e Manuel Mota. Um ror de sugestões e muito entusiasmo. E coube-me o encargo de elaborar um projecto dos estatutos a fim de ser submetido à apreciação da AIPS, em Helsínquia.”
Enquanto decorriam os trabalhos de legalização, o problema da acreditação no mundial de 1966 ficou assente junto da AIPS, ficando ainda para a história a composição dos corpos sociais do CNID, representado pelos expoentes máximos do jornalismo desportivo português na altura, como se pode verificar pela seguinte lista, que tomou posse na sede da Federação Portuguesa de Futebol:
Assembleia Geral: Alves dos Santos (Presidente), Artur Agostinho (Vice-Presidente), Luís Alves e Fernando Sá (Secretários) e Mário Zambujal e Viriato Mourão (suplentes).
Direcção: Fernando Soromenho (Presidente), Manuel Mota (Vice-Presidente), Vítor Sérgio (Tesoureiro), Mário Cília e Vasco Resende (Vogais) e Diamantino Faria e Carlos Pinhão (Vogais suplentes).
Conselho Fiscal: Vítor Santos (Presidente), Jorge Monteiro (Secretário), Aurélio Márcio (Relator), Guita Júnior, Francisco Camilo e Manuel Figueira (suplentes).”
Destes “resistentes” fundadores três estão entre nós: Mário Zambujal, Guita Júnior e Vasco Resende.