Não havendo quaisquer dúvidas quanto aos triunfos conseguidos por Rui Silva (Sporting) e Catarina Ribeiro (Benfica), fica a surpresa de os últimos (a serem inscritos) surgirem como os grandes vencedores na mítica São Silvestre da Amadora.
Outra conclusão que se pode tirar é que a luta Benfica-Sporting esteve explícita e que deu bons indicadores para o nacional de estrada (23 ou 24 deste mês), com os leões a confirmarem supremacia no sector masculino e o Benfica a dominar por completo no feminino, facto que originou uma maior alegria para a população que vibrou largamente o seu contentamento.
Talvez pudesse ter havido mais luta no feminino se Doroteia Peixoto (vencedora em 2014) e Cláudia Pereira (2ª também em 2014) não tivessem sido obrigadas a desistir, mas a verdade é que a luta de um lado e do outro voltou a ser excelente.
Nos homens, onde houve mais equilíbrio, Rui Silva apenas na parte final conseguiu os dois segundos de vantagem para ganhar sobre José Moreira, sendo de lamentar a desistência de Licínio Pimentel, depois de uma queda colectiva pouco depois do tiro de partida, que o obrigou a ser visto num hospital de Lisboa, por suspeita de fractura de uma costela o que, ainda bem, não se confirmou.
Na corrida feminina, o quarteto que entrou na linha de meta pela ordem de classificação liderou sempre a corrida, com Catarina sempre no comando, tirando partido de uma excelente condição física, pese embora se deva dar um relevo especial ao comportamento da Vanessa Fernandes – brotava alegria a rodos no final face ao extraordinário apoio que recebeu das mais de cem mil pessoas que estavam colocadas ao longo dos 10 km do percurso – com um segundo lugar de nível superior, confirmando que pode chegar aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, na maratona, não custando nada admitir que possa fazer outra em Abril para confirmar a presença nas três melhores portuguesas, ela que agora está na 4ª posição na linha para o apuramento.
Depois de cerca de dois anos com problemas de ordem física, Rui Silva regressou em grande e carimbou a segunda vitória na Amadora (a primeira foi em 2001), embora com o seu colega de equipa José Moreira como que a pisar-lhe os “calos”, num despique emocionante quase até ao último metro.
Rui Pinto (Benfica), vencedor há um ano, não conseguiu “rimar” com os dois adversários mas chegou a tempo de fechar o pódio ante a excelente corrida de outro jovem, Hugo Correia, que fechou a formação sportinguista no primeiro lugar.
Pelo terceiro ano consecutivo, o recorde de participantes foi batido (entre 1.450 e 1.470), superando os 1.342 de 2014, tendo completado a corrida deste ano 1.291 atletas contra os 1.242 do ano passado, o que deve ser realçado pelo esforço feito pelo Desportivo Operário do Rangel com a parceira principal da Câmara Municipal, o apoio da Junta de Freguesia da FalagueiraVenda Nova e o patrocínio do Continente.
Resultados:
Masculinos – 1. Rui Siva (Sporting), 30.01; 2. José Moreira (Sporting), 30.03; 3º Rui Pinto (Benfica), 30.14; 4. Hugo Correia (Sporting), 30.23; 5. Eduardo M’Bengani (Sporting), 30.44; 6. Youssef El Kalay (Sporting), 30.44; 7. José Rocha (Olímpico Vianense), 31.05; 8. Sérgio Silva (As. Jorge Pina), 31.18; 9. Carlos Silva (G.R. Reboleira), 31.59; 10. Samuel Barata (Benfica), 32.00. Em 13º ficou o guineense Mussa Djou, com 32.21, que está a ser treinado pela olímpica Rita Borralho.
Femininos – 1. Catarina Ribeiro (Benfica), 33.55; 2. Vanessa Fernandes (Benfica), 34.19; 3. Mónica Silva (Benfica), 34.49; 4. Daniela Cunha (Sporting), 35.00; 6. Carla Martinho (Adercus), 35.08; 7. Susana Francisco (Juv. Vidigalense), 35.20; 8. Marisa Barros (Salgueiros), 35.25; 9. Leonor Carneiro (Sporting), 35.34; 10. Emília Pisoeiro (Benfica), 35.38.