Filomena Costa, a última atleta lusa no mundial que este domingo se concluiu em Pequim, terminou a maratona num bom 12º lugar, com 2.31.40, competição onde a máxima figura nacional foi o medalhado (bronze) Nélson Évora.
Embora longe das 2.28.00 que é o melhor registo pessoal, alcançado este ano, Filomena conseguiu andar muito tempo no pelotão da frente e alcançar uma posição que garante a entrada no projecto olímpico na categoria dos meio-finalista.
A prova foi ganha pela jovem (25 anos) etíope Mare Dibaba, que venceu com o tempo de 2.27.35, suplantando, quase sobre a linha de chegada, a queniana Helah Kiprop, que gastou mais um segundo. A medalha de bronze foi conquistada por Eunice Kirwa (Barhein) com mais quatro segundos do que a vencedora, no que foi uma final das mais discutidas em provas desta natureza.
Completaram a corrida 52 atletas, tendo desistido 13.
O balanço da equipa portuguesa, composta por 16 atletas, tem que se considerar positivo – acima de tudo pela medalha de bronze conquistada por Nélson Évora no triplo-salto e pelo 4º lugar obtido pela marchadora Ana Cabecinha e pelo bom desempenho da maratonista Filomena Costa e do marchador Pedro Isidro que bateu o recorde pessoal – pese embora a prestação da maior parte dos restantes atletas tivessem deixado a desejar, sem que tivesse havido razões muito plausíveis, em especial os que chegaram a Pequim com mazelas de ordem física ou não tendo comprovado mínimos feitos cinco meses antes, sendo público que nenhum destes atletas se queixou de falta de condições no percurso para Pequim.
Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, salientou a positividade dos resultados obtidos, sem especificar quais, e que “esta foi a melhor simulação, a mais completa e perfeita, daquilo que vão ser os Jogos Olímpicos daqui a um ano”, frisando que “é este o lote de atletas que irá estar no Rio daqui a um ano, pelo que importa apoiá-los”.
Referindo-se aos que não obtiveram “resultados mínimos”, Jorge Vieira referiu que “vamos analisar o que se passou ao nível da preparação, dos apoios, ao nível da competição, da adaptação a este ambiente, para projectar os próximos Jogo, de uma forma mais positiva”., prometendo “maior e melhor acompanhamento em áreas como a preparação psicológica e investimento médico”.
Referiu-se ainda à questão dos resultados menos positivos apontando que “houve atletas em condições físicas menos aconselháveis para um evento deste tipo”, mas não especificou porque é que Patrícia Mamona, por exemplo, porque candidata a finalista e a uma putativa medalha, chegou a Pequim lesionada, depois de um estágio tido no Japão, duas semanas antes.
Deixou a mensagem de que a Federação está “decidida a implementar alterações que desde há muito tempo são desejadas”, referindo também que “os mínimos têm sido um critério de selecção. Mas gostaria que passassem a ser um critério para o atleta ser seleccionável, sendo a condição mais importante a do acompanhamento”.
Dentro de pouco tempo, sairão a lume as regras de selecção (que incluem os mínimos, padronizados com base no determinado pelo Comité Olímpico Internacional/Federação Internacional de Atletismo – IAAF) para os Jogos Olímpicos e depois se verá que tipos de “acompanhamento” serão definidos.