Quinta-feira 21 de Novembro de 2024

Mundial de Pequim – Pedro Isidro com recorde algo inesperado

Ashton EatonFoi pena que ao novo recorde pessoal Pedro Isidro não tivesse alcançado uns lugares mais acima na classificação, no que seria a cereja sobre o bolo de uma longa carreira na marcha atlética e merecido, feito alcançado na penúltima jornada do mundial de atletismo que este domingo se completa em Pequim.

Pedro, com 30 anos completados em 17 de Julho passado, fez uma prova espectacular e baixou o seu recorde pessoal de 3.56.15 (49º na lista dos presentes) para 3.55.14, o que correspondeu a um excelente 21º lugar, pese embora longe de ficar entre os semifinalistas (16 primeiros) para poder obter maior apoio para a sua preparação, o que devia ser visto de uma forma especial, face a ser a prova de maior dureza, ainda mais do que a maratona e que só se efectua uma vez por ano.

A prova foi ganha pelo eslovaco Matej Toth, que ganhou a primeira medalha do seu país num Mundial da modalidade, terminando os 50 km no tempo de 3.40.32 horas, à frente do australiano Joren Tallent (3.42.17) e do japonês Takayuki Tanni, que completou o pódio, com 3.42.55.

Este sábado ficou ainda marcado – depois do recorde europeu verificado nos 200 metros feminino (sexta-feira) pela holandesa Dafne Schippers, com21,63 – pelo recordo do mundo (e do campeonato) do Decatlo, melhorado pelo norte-americano Ashton Eaton, em seis pontos, passando dos 9.039 pontos em 2012 para os agora 9.045, num conjunto de resultados em que também merecem destaque o novo recorde de África, ainda no Decatlo, pelo argelino Larbe Bourrada, com 8.461 e o recorde do campeonato obtido pela formação feminina da Jamaica nos 4×100 metros.

Outra referência de grande impacto é o Quénia e a Jamaica continuarem a liderar a classificação das medalhas de ouro conquistadas (seis cada um), o que é inédito face ao tradicional domínio anterior dos Estados Unidos da América e da Rússia.

E por outro, assinale-se a terceira medalha de ouro conquistada pelo mais veloz do planeta, o jamaicano Usain Bolt (depois dos 100 e dos 200 foi agora a vez da estafeta de 4x100metros) e da dupla medalhada de ouro alcançada pelo britânico Mohamed Farah que, depois de vencer a dupla légua, voltou a triunfar nos 5.000 metros, sendo duas das principais estrelas destes mundiais realizados no Ninho do Pássaro, em Beijing (Pequim).

Nas finais deste sábado, de registar a queda de mais recordes nacionais e melhores marcas mundiais deste ano.

No sector feminino, a prova do salto em altura foi um autêntico “quebra-cabeças” com as três primeiras a saltarem 2,01 e com o desempate a ser feito através do menor número de derrubes em toda a prova.

A nova campeã, a russa Maria Kruchina, fez uma prova totalmente limpa e conquistou o ouro, enquanto a croata Blank Vasic levou a prata por ter tido um derrube e a russa Anna Chicherova ficou com o bronze porque teve dois derrubes.

Nos 800 metros, a bielorrussa Marina Arzamasova chegou ao ouro com 1.58,03, deixando atrás de si a canadiana Melissa Bishop (1.58,12) e a queniana Eunice Jepkoech Sum (1.58.18).

Nos 4×100 metros a formação jamaicana (Verónica Campbell-Brown-Natash Morrison-Elaine Thompson e Shelly-Ann Fraser-Pryce) bateram o recorde do campeonato com 41.07 e levaram o ouro, com a prata a ser conquistada pelos Estados Unidos da América (41,68) e o bronze para Trinidade e Tobago (42,03), com um novo recorde do país.

No lado masculino, sua alteza Mo Farah fez as delícias dos britânicos ao conquistar, uma vez mais, o duplo ouro, agora nos 5.000 metros (13.50,38), à frente do queniano Caleb Mwangangi (13.51,75) e do etíope Hagos Gebrhiwet (13.51,86).

O polaco Piotr Malachowski ganhou o ouro ao enviar o disco a 67,40, com o belga Philip Milanov a conquistar a prata (e um novo recorde nacional) a 66,90, completando o pódio com outro polaco, Robert Urbanek a chegar ao bronze com um ensaio a 65,18.

Na prova dos mais fortes e completos, o norte-americano Aston Eaton bateu o seu próprio recorde mundial por mais seis centímetros (9.045 pontos) em relação ao anterior, que datava de 2012 (9.039), fixando também um novo recorde do campeonato. Prata e bronze, respectivamente, para o canadiano Damian Warner (8.695), um novo recorde nacional, e para o alemão Rico Freimuth (8.561).

Na última prova desta jornada oito, a estafeta de 4×100 metros da Jamaica dominou tudo e todos ao obter a melhor marca mundial do ano (37,36), à frente da China (38,01) e do Canadá (38,13), um pódio só “esquisito” porque a equipa dos Estados Unidos da América foi desclassificada e a da Grã-Bretanha não conseguiu terminar.

Como se referiu, o Quénia – frisando-se o ineditismo – mantém a liderança das medalhas conquistadas, em especial no ouro, que é o que comanda a classificação (6 de ouro, 4 de prata e 3 bronze), com a Jamaica a ter subido ao segundo lugar também com seis peças de ouro (6-2-3), mantendo-se os Estados Unidos na terceira posição (5-5-6), seguindo-se a Grã-Bretanha (4-1-0), a Polónia (3-1-4), a Rússia (2-1-1) e Cuba (2-1-0). Uma classificação que se diria quase impensável face ao histórico dos campeonatos do mundo.

Nos pontos, os Estados Unidos da América – por ter uma equipa mais numerosa, o que propicia a obtenção de mais lugares entre os oito primeiros – continuam a liderar com grande vantagem, somando 196 contra os 122 do Quénia e os 119 da Jamaica. Seguem-se a Alemanha (97), a Grã-Bretanha (82) e a China (76)

Neste domingo, último dia da competição, Filomena Costa será a única representante lusa em acção, ao participar na maratona, para onde parte com o tempo de 2.28.00, nada famoso em relação ao pano rama global, desejando-se que cumpra o seu objectivo.

As outras finais são o salto em altura, 1.500 metros e 4×400 metros (masculino) e o dardo, 5.000 e 4×400 metros (feminino).

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