Ao terceiro dia do mundial de Pequim as três representantes de Portugal que estiveram em acção nesta segunda-feira voltaram a não “encantar”, uma vez nenhuma cumpriu com o que se propuseram.
Sara Moreira (12ª com 32.06,14) não bateu o recorde pessoal de 31.12,93; Dulce Félix (19ª com 32.26,07) não atingiu as dez primeiras e Irina Rodrigues foi 31ª e última na qualificação (16ª e última no grupo B) do lançamento do disco, com 52,82 (mais um ensaio a 48,10 e outro nulo), questionando-se de novo, em relação a esta atleta, o facto de ter obtido o mínimo em Março deste ano, a cinco meses do campeonato, não tendo justificado posteriormente, o que deveria ter levado a Federação a decidir em conformidade com o que tinha estabelecido nas regras publicadas com a devida antecedência.
Dois dados mais significativos na corrida da dupla légua foram os factos de o domínio africano (seis atletas nos seis primeiros lugares) não se ter verificado, como tem sido habitual e, à contrário, os Estados Unidos da América terem “metido” três atletas nos seis primeiros lugares, coisa não vista há muito tempo, uma delas – Emily Infeld – ter conquistado a medalha de bronze, com 31.43,39, numa prova lenta (como se justifica quase sempre em competições que o mais importante é a medalha e, por isso, prevalece a táctica), com as africanas a “esticarem” as pernas a partir dos seis mil metros, altura em que Dulce descolou imediatamente e Sara começou a sucumbir a partir dos nove mil.
O triunfo pertenceu à queniana Vivian Jepkemei Cheruiyot, com 31.41.31, com a medalha de prata a ser alcançada pela etíope Gelete Burka, com 31.41,77.
Nas outras finais do dia, os quenianos ocuparam literalmente o pódio nos 3.000 metros-obstáculos, com Ezekiel Kemboi (ouro com 8.11,28) a superiorizar-se aos compatriotas Conseslus Kipruto (8.12,38) e Birmin Kiprop Kipruto (8.12,54). De registar que o primeiro europeu surgiu no 9º lugar (o polaco Krystian Zalewski) com 8.21,22.
No salto com vara a grande surpresa foi o facto do recordista mundial, o francês Renaud Lavillenie não ter ido além do 4º lugar (5,80), num triunfo que foi alcançado, de forma inesperada mas justificada em prova, pelo canadiano Shawracy Barber (5,90), com a prata a ser conquistada pelo alemão Raphael Holzdeppe, na mesma altura e o bronze ter beneficiado o polaco Pawel Wojciechowski, com 5,80.
No feminino, a colombiana Caterine Ibarguen confirmou a liderança no triplo, ganhando o ouro com 14,90, à frente da israelita Hanna Knyazyeva-Minenko (14,78) e da kazaquistã Olga Rypakova, com 14,77.
Na final dos 100 metros, não houve surpresas e a jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce venceu com 10,76 (-0,3), com a holandesa Dafne Schippers a receber a prata com 10,81 e um novo recorde do seu país e a norte-americana Tori Bowie a conquistar o bronze com 10,86.
No medalheiro, o Quénia passou a liderar, com 2 de ouro, 2 de prata e 2 de bronze, seguindo-se a Jamaica (2-0-1), G. Bretanha (2-0-0), Alemanha (1-2-0), EUA (1-1-4), Canadá (1-1-2) e Polónia (1-0-3).
Nos pontos, liderança para os Estados Unidos (69 pontos), à frente do Quénia (57), Jamaica (35) e Alemanha e Polónia (29).
Esta terça-feira, apenas com a jornada da tarde/noite, não haverá portugueses em prova e as finais que constam do programa são as do disco e 1.500 metros (feminino) e comprimento, 400 metros barreiras e 800 metros (masculino)
De 4ª feira em diante, o calendário dos portugueses é o seguinte:
4ª feira (26) – Nélson Évora na qualificação do triplo-salto (03h00);
5ª feira (27) – Hélio Gomes nas eliminatórias dos 1.500 metros (03h35) e hipótese de Nélson estar na final do triplo (12h10);
6ª feira (28) – Ana Cabecinha, Inês Henriques e Vera Santos na final directa dos 20 km marcha (01h30);
Sábado (29) – Pedro Isidro na final directa dos 50 km marcha (00h30);
Domingo (30) – Filomena Costa na final da maratona (00h30).