Fernando Pimenta foi a dupla estrela neste sábado do mundial que se está a realizar na cidade italiana de Milão, ao conquistar a medalha de bronze no K1 1000 metros e, também, colocar a primeira embarcação (quota) nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Pimenta obteve um bronze perfeitamente justificado – ganhando a aposta de se manter no K1 e deixar de lado o K2, que o ano passado criou grande celeuma – ao completar o quilómetro em 3.26,535 ficando apenas a 23,7 centésimos da prata, alcançada pelo checo Josef Dostal (3.26,298).
Outra vitória (para já apenas a meio) foi o apuramento do K4 1000 (também com Fernando Pimenta, depois de ter ganho a medalha) para a final A desta prova, ganhando uma das meias-finais com 2.54,305, batendo uma inesperada Espanha por uma margem quase mínima de 23,7 centésimos e obtendo o terceiro tempo entre os finalistas, o que levará, se tudo correr como até aqui (e esperamos que sim), à segunda meia vitória que é ficar entre os sete primeiros para garantir o apuramento para os Jogos Olímpicos.
No entanto, com a marca obtida e pela forma como o fez, pagaiando de trás para a frente (de terceiro passou a vencedor nos últimos centímetros da prova), esta “super” formação lusa é uma candidata às medalhas, quanto mais não seja o bronze, o que será extraordinário. O que este domingo se verá.
Na final A do K1 500 metros, Teresa Portela não foi além do 9ºe último lugar (1.55,118), ficando a dois lugares do apuramento para os Jogos Olímpicos, sétima posição que foi ocupada pela bielorrussa Volha Khudzenka (1.52,328).
Mais “grave” foi o facto de Hélder Silva, na final A do C1 200, ter ficado a 13 centésimos do apuramento para os Jogos, ao chegar ao fim em 8º com o tempo de 39,805, contra os 39,675 do húngaro Jonatan Hadju. Apesar disso, reforçando que foi uma excelente prestação, Hélder ainda terá outra oportunidade de apuramento quando da realização do europeu de 2016.
Na final B do K2 500, a dupla constituída por Joana Vasconcelos e Beatriz Gomes obteve o 6º lugar (1.46,038), classificando-se no 15º lugar, sensivelmente a meio da tabela, o que bom.
Na meia-final do K 1 200, Teresa Portela obteve um excelente terceiro lugar mas ficou a escassos 26 milésimos de conseguir o apuramento para a final A (onde teria hipóteses de garantir a presença nos Jogos), cumprindo o percurso no tempo de 41,168 contra os 41,142 da kazaquistã Inna Klinova.
Na meia final do C1 200, Maria Santos obteve o 6º lugar, com 53,201, ficando apurada para a final C.
A “desilusão” surgiu da parte da equipa do K4 500, com o quarteto formado por Joana Vasconcelos, Francisca Laia, Beatriz Gomes e Helena Rodrigues a não conseguir o apuramento para os Jogos (nem chegar à final A, onde teria mais numa hipótese de o alcançar) ao obter o quarto lugar na meia-final, com 1.34,802, apenas a 18 milésimos do terceiro posto, conseguido pela França, com 1.34,784.
O facto de Joana Vasconcelos e Beatriz Gomes (meia equipa) terem participado, seis horas antes, na meia-final do K2 500, talvez tenha tido alguma influência no rendimento na prova mais importante (K4) – onde era dado como certo o apuramento para a final A e, com grande probabilidade, para os Jogos – sendo que isto é assunto para os técnicos e dirigentes analisarem, bem como a pressão que foi criada em termos públicos, com frases divulgadas (faltando saber a fonte que as originaram), por exemplo, do tipo “toda a pressão numa prova” e “K4 carrega em Milão o sonho de uma vida”.
É verdade que isto se refere, na prática, ao quarteto masculino, mas a “onda” terá ido mais longe e atingiu o feminino, até porque as nossas bravas raparigas ficaram apenas a 18 milésimos de também chegarem ao sonho.
O mundial termina este domingo, com os portugueses a alinhar em quatro finais:
07h30 – Teresa Portela na final B do K1 200
07h45 – Maria Santos na final C do C1 200
08h27 – J. Vasconcelos, F. Laia, B. Gomes e H. Rodrigues na final B do K4 500
10h51 – F. Pimenta/ E. Silva/ J. Ribeiro/ D. Fernandes na final A do K4 1000