As triplistas Patrícia Mamona e Susana Costa e o velocista Yazaldes Nascimento – ou seja, os que precisam de ser rápidos para alcançar as melhores marcas – são o trio luso em competição no primeiro dia do mundial que este sábado se inicia na cidade de Beijing, na China.
Depois da chegada de toda a comitiva, com alguns sobressaltos pelo meio (falta de visto válido para entrada na China, em relação a alguns atletas, face a erros administrativos já assumidos pela Federação Portuguesa de Atletismo), os atletas tem que estar preparados atingir posições que, no mínimo, confirmem as marcas feitas ao longo da época e que abriram a porta deste campeonato.
Nélson Évora, Sara Moreira e Ana Cabecinha, pelo histórico de bons resultados em jogos olímpicos, mundiais e europeus, são os “preferidos” do presidente da federação para atingirem o pódio, tendo Jorge Vieira adiantado esta opinião sob “reserva”, face à relativa fiabilidade que as actividades competitivas demonstram, dado que “prognósticos só no final”, a não ser que haja “batota” antecipada.
O que também não seria único – colocando os atletas lusos fora deste contexto – face aos consecutivos casos positivos para dopagem e, raras vezes, em erros de ajuizamento (premeditado), em que, num mundial realizado há vários anos, o juiz do salto em comprimento “deu” mais uns centímetros a um atleta do seu país (Itália) para que este fosse medalhado. A “tramóia” foi registada em vídeo e o atleta, que não teve culpa nenhuma, desceu ao seu lugar real enquanto o juiz em causa deverá ter sido sancionado disciplinarmente.
Relatando ainda factos divulgados, Nélson Évora, Patrícia Mamona e Susana Costa – que estagiaram no Japão antes de se deslocarem para a China – admitiram estarem cansados à chegada, pelo que há que aguardar se estarão bem no dia das provas, com as duas senhoras a entrarem em competição no primeiro dia, o que poderá causar alguma preocupação e ou ansiedade.
As afirmações, por exemplo, de Dulce Félix, que admitiu ir “correr para as dez primeiras”, não são de bom-tom em termos psicológicos – embora se possam colocar na realidade dado que o registo que apresenta é o 9º entre as 27 atletas que vão estar presentes na final directa.
Enquanto isso, Sara Moreira admitiu que “o objectivo é bater o recorde pessoal”, em 31.12,93, marca feita este ano, pelo que pode aspirar mais do que Dulce, pese embora haja que contar com a “armada” africana, com três etíopes no topo da tabela e mais três quenianas e três holandesas (de origem queniana ou etíope), a que se junta uma norte-americana que tem melhor registo que Sara.
Só que em competições deste tipo – onde a medalha é que vale e não os tempos que cada uma tenha conseguido – pelo que tudo se pode esperar.
O calendário dos portugueses, indicando-se ainda as possíveis presenças nas fases seguintes, é o que se apresenta:
Sábado (dia 22) – Patrícia Mamona e Susana Costa na qualificação do triplo-salto (12h10 em Portugal) e Yazaldes Nascimento na primeira ronda de apuramento nos 100 metros (12h20);
Domingo (23) – João Vieira e Sérgio Vieira na final directa dos 20 km marcha (01h30) e Tsanko Arnaudov, na qualificação do peso (03h05). Hipóteses de Arnaudov estar na final (12h30) e Yazaldes Nascimento na meia-final dos 100 (12h10);
2ª feira (24) – Irina Rodrigues, na qualificação do disco (02h35 ou 03h55)) e Sara Moreira e Dulce Félix na final directa dos 10.000 metros (13h35). Hipótese da presença de Patrícia Mamona e ou Susana Costa na final do triplo-salto (12h30);
3ª feira (25) – Hipótese de Irina Rodrigues estar na final do disco (12h00);
4ª feira (26) – Nélson Évora na qualificação do triplo-salto (03h00);
5ª feira (27) – Hélio Gomes nas eliminatórias dos 1.500 metros (03h35) e hipótese de Nélson estar na final do triplo (12h10);
6ª feira (28) – Ana Cabecinha, Inês Henriques e Vera Santos na final directa dos 20 km marcha (01h30);
Sábado (29) – Pedro Isidro na final directa dos 50 km marcha (00h30);
Domingo (30) – Filomena Costa na final da maratona (00h30).
Aguardemos que tudo se recomponha e que os atletas lusos obtenham os melhores resultados possíveis, não “embandeirando em arco” para não dar azar.