Foram precisas mais vinte e quatro horas para que a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) confirmasse, junto da congénere portuguesa, a integração de Hélio Gomes nos participantes dos 1.500 metros, do mundial que dia 22 se inicia na capital chinesa, Pequim.
Com 3.37,75 alcançados este ano, Hélio ficou a um segundo e cinquenta e cinco centésimos do mínimo estabelecido pela Federação Portuguesa (3.36,20), pelo que não teve entrada directa. Como a IAAF passou de um única forma de apuramento (por mínimos) para duas (estendendo aos melhores 45 atletas do ranking mundial em 17 prova), Hélio acabou por beneficiar desta segunda linha de “crédito” e turma também a no final desta semana.
Uma posição (da IAAF) que se frutífera – escolhendo os melhores, putativamente haverá resultados mais significativos – o que não será uma verdade absoluta mas, pelo menos, é uma tentativa de aumentar as probabilidades da obtenção de marcas com numa média superior ao que se verificou nos campeonatos anteriores. Uma situação que voltará a verificar-se no apuramento para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (2016).
Para o caso de Hélio, a situação, por via da distância a percorrer (1.500) metros, não será fácil chegar à meia-final, precisamente por se encontrar entre o 40º e o 45º apurado. Mas é possível. Tudo dependerá da composição (com base nos tempos pessoais dos atletas inscritos) das eliminatórias, sabendo-se que os 45 atletas irão ser divididos em três séries, dos quais serão apurados para as meias-finais (30) por ordem de chegada (provavelmente apenas os dois ou os três primeiros, o que equipa a 15) e os restantes pelos melhores tempos seguintes.
Sabe-se que a primeira eliminatória está marcada para quinta-feira (dia 27), pelas 3h35 (hora portuguesa) da madrugada, correspondendo às 10h35 em Pequim.
Acrescente-se ainda que Hélio Gomes ficou à beira da medalha (4º) no europeu de Helsínquia (2012) e 6º no europeu de pista coberta, em Gotemburgo. O recorde pessoal (3.37,50) foi obtido em 2013.
Resolvidas as questões burocráticas, toda a gente está já a fazer a mala para rumar a mais um mundial, onde Portugal apresenta como figura mais significativa o campeão olímpico Nélson Évora, ainda que não completamente no auge que se poderia desejar, face à recuperação longa das lesões tidas nos últimos dois anos.