Esta foi a grande novidade saída do encontro promovido esta sexta-feira pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), no dia em que se comemora o sexto ano da entidade e em que foi criado o “Dia da ADoP”.
Foi a primeira vez que uma “investida” deste tipo foi levada a efeito em Portugal, desconhecendo-se os resultados finais (que não foram divulgados) mas que criou algum “frisson”, não pela surpresa, porque os controlos fora de competição já não são novidade, mas pelo facto de atingir quatro dezenas de praticantes desportivos de alto rendimento e integrados no grupo alvo prioritário, mas que passou de boca em boa muito rapidamente.
“Combate por um desporto limpo e transparente” foi (e vai ser a partir de agora) o mote para a apresentação do “Dia da ADoP”, em cerimónia que esta sexta-feira teve lugar nas instalações desta Autoridade Antidopagem de Dopagem, onde também se ficaram a conhecer as estatísticas relativas ao ano de 2014 em relação à luta contra a dopagem no país.
Em termos de procedimentos disciplinares, o número de processo finalizados foi de seis, estando ainda quatro em fase de apreciação final, num conjunto de 3.215 amostras recolhidas, número tendencialmente a baixar em relação aos últimos anos, face a “controlos inteligentes” e em “cooperação” com o “passaporte biológico”, o que está a dar melhores resultados.
Quanto aos últimos três anos, em 2012 foram recolhidas 3.460 amostras (1.462 fora de competição), em 2013 o número desceu para 3.404 (1.581 fora de competição) e em 2014 desceu para 3.215 (1.187 fora de competição, sendo 730 à urina e 457 ao sangue), tendência que se vai manter face à análise que tem sido feita pelos serviços, segundo expressou o novo responsável (de há um ano a esta parte) da ADoP, Rogério Jóia.
Em relação aos atletas inserido no grupo alvo e que estão sob as regras no “passaporte biológico”, o número subiu de 317 (2013) para 363 em 2014, sublinhando-se que o atletismo passou de 96 para 105 e o ciclismo de 151 para 167, no que são as modalidades mais susceptíveis de casos positivos, de acordo com o registo histórico ao longo dos anos.
Segundo Rogério Jóia, das 21 violações às regras antidopagem de 2014, 16 foram analíticas, em 12 modalidades distintas – o futebol (três), kickboxing e muaythai (duas) e pesca desportiva (duas) a liderarem a lista – registando-se ainda outras cinco violações, através do sistema de localização do praticante desportivo, mais concretamente no atletismo (duas), motociclismo (uma), ginástica (uma) e ciclismo (uma).
O futebol continuou a ser a modalidade mais controlada (1.120 amostras) – é a competição que mais jogos envolve semana a semana – surgindo a seguir o ciclismo (491) e o atletismo (434).
Rogério Jóia divulgou um conjunto de quadros estatísticos relativos a vários parâmetros à acção desenvolvida em 2014, dentro do quadro normativo e do que tem sido prática em anos anteriores, não deixando de enaltecer o bom trabalho desenvolvido pelo seu antecessor no cargo, Luís Horta.
Novidade em relação a programas de informação e educação, estando a primeira acção marcada para Agosto, em Anadia (no Centro de Alto Rendimento do Ciclismo) dedicada aos atletas juniores que no dia seguinte vão tomar parte numa competição nacional.
Novidade também a alteração da actual lei antidopagem portuguesa com a integração no programa ADAMS, que ainda não tinha havido oportunidade de o fazer
No acto esteve presente Emídio Guerreiro, Secretário de Estado do Desporto e Juventude.