São Silvestre da Amadora – 40 Anos
O Desportivo Operário do Rangel apresentou, esta tarde, o livro “São Silvestre da Amadora – 40 Anos”, um documento que fica, sem dúvida alguma, como mais um marco da modalidade, porquanto reflecte parte da história do atletismo nacional.
O facto de por ela terem passado três campeões olímpicos – para além de campeões mundiais e europeus, em estrada, pista e pista coberta – confirmam o seu lugar de liderança, a este nível, das corridas de São Silvestre em Portugal (e até, sem falsa modéstia) em todo o Mundo, com outra valoração que é a de que é a única que se efectua, em Portugal, no último dia de cada ano.
Acresce, ainda, que foi a partir da primeira edição (1975) que Portugal se começou a mostrar ao mundo, porquanto Carlos Lopes, o melhor atleta português de sempre, seguiu da Amadora (onde venceu categoricamente) para o mundial de corta mato (Março de 1976), onde conquistou a primeira medalha (prata) para Portugal.
De 1975 a 2014, foram quarenta anos de êxitos atrás de êxitos – o atletismo nacional, entre seniores, Sub-23 e juniores, já alcançaram perto de trezentas medalhas – alcançados por atletas que, quase na totalidade, passaram pela São Silvestre da Amadora. O que se deve à tenacidade que os dirigentes do clube tem demonstrado ao longo destes quarenta anos.
Recordemos os nomes dos vencedores portugueses ao longo destes 40 anos:
Masculino: Carlos Lopes, Domingos Castro e Manuel Damião, todos do Sporting e ambos por três vezes; José Abreu (Av. Viseu), Carlos Capítulo (Benfica e Sporting), José Ramos (Maratona e Benfica) e Moses Masai (Quénia), todos com duas vitórias. Com um triunfo: Rafael Marques (Sporting), Cidálio Caetano (Benfica), Fernando Miguel (Benfica), António Leitão (Benfica), Joaquim Silva (Benfica), Fernando Couto (Maratona), João Junqueira (Sporting), Alberto Maravilha (Sporting), Paulo Guerra (Maratona), Alfredo Brás (Maratona), Rui Silva (Sporting), Rui Pedro Silva (Skoda) e Rui Pinto (Benfica).
Feminino: Fernanda Ribeiro (Maratona, F. C. Porto e Valencia Terra i Mar) por sete vezes; Aurora Cunha (F.C.Porto), cinco triunfos; Rita Borralho (Benfica), Albertina Machado (Sporting de Braga) e Dulce Félix (Sporting de Braga) e Sara Moreira (Maratona), todas por duas vezes. Com uma vitória: Lucília Soares (Benfica), Rosa Mota (CAP), Fernanda Marques (Sporting Braga), Manuela Machado (Sporting Braga), Albertina Dias (Maratona), Marina Bastos, Jéssica Augusto (Sporting Braga), Marisa Barros (Benfica), Carla Salomé Rocha (Sporting) e Doroteia Peixoto (Amigos da Montanha).
Daí que, não só por isso mas muito mais, se afirma que esta competição (sempre ao mais alto nível) é um ícone da Amadora e do País, sendo uma parte da história da fase esplendorosa que o atletismo nacional viveu nas últimas quatro décadas.
Isto mesmo foi salientado pela presidente da Câmara Municipal da Amadora, que enalteceu o trabalho desenvolvido pelo clube e que “a São Silvestre da Amadora é o maior ícone desportivo da Amadora, a par do Festival da Banda desenhada, que nos enche de alegria não só à Câmara como a todos os amadorenses, que todos os anos preenchem as ruas ao longo dos dez mil metros do percurso”.
O jornalista Arons de Carvalho (Record) fez a apresentação do livro, cujos textos foram da autoria de mais dois jornalistas (Cipriano Lucas e Artur Madeira, que coordenou a edição) e do dirigente do clube, António Manuel Simões.
Por parte do clube, os dirigentes salientaram que “esperamos que no dia 31 de Dezembro de 2015 se possa chegar aos 1.500 atletas chegados (em 2014 completaram a corrida 1.242 participantes), para alcançar mais um recorde”.