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A Escola Secundária Marquês de Pombal vai receber, na manhã desta sexta-feira, o primeiro cidadão português que, com resistência, resiliência, suor e lágrimas, conquistou a primeira medalha de ouro para Portugal nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, ao vencer, com autoridade, a maratona.
Um feito inédito, a roçar a transcendência, que valida apenas os melhores, os mais audazes, os únicos a quem é permitido ser considerado um Deus do Olimpo.
Aliás, de forma metódica, porquanto para se vencer tem que se saber correr, controlar a mente e o físico e, em simultâneo, verificar quem são – e como se comportam em competição – os outros concorrentes a quem é preciso ter sempre debaixo de olho.
Foi dessa forma que Carlos Lopes “atacou” em qualquer TO (Teatro de Operações, em termos militares), perscrutando todos os sinais que viessem dos outros concorrentes e do próprio, porquanto, como seres humanos, temos de analisar, passada a passada, os outros para daí obtermos informações, que nos momentos da discussão das medalhas – fosse no crosse, na pista ou na estrada – podiam fazer a diferença se tivéssemos estudado quem andava na mesma onda de vitória.
Foi isso que Carlos Lopes fez, paulatinamente, prova a prova, teste a teste, com uma perseverança que só os mais qualificados (ou cotados) sabem contornar uma série de parâmetros que é preciso orientar ou reorientar, conforma o andar da “carruagem”!
Para isso e por isso, Carlos Lopes foi o mais iluminado, quiçá bafejado também pela felicidade – que só chega aos mais calculistas e atrevidos – para entrar no Reino dos Deus do Olimpo.
A “saga” de vitórias iniciou-se em 1976, quando conquistou a primeira medalha de ouro no mundial de corta-mato, depois de dez anos de árduo treino e competições em que foi demonstrando o que o Prof. Moniz Pereira – o único treinador que teve nos vinte anos na carreira no atletismo – começou a alimentar para chegar ao sonho (para muitos, irreal) de ter um atleta por ele orientado que subisse ao primeiro lugar do pódio olímpico, ver a bandeira de Portugal içada no mais alto lugar e ouvir o Hino Nacional.
É sobre tudo isso – continuando a comemorar os 40 anos da conquista (1984) da primeira medalha de ouro para Portugal nos Jogos Olímpicos – que Carlos Lopes vai estar à conversa com os alunos da Escola Secundária Marquês de Pombal, num encontro marcado para as 11 horas de sexta-feira.
Onde já se encontra em exposição as duas dezenas de pósteres que recordam outros tantos pontos altos (e menos bons) da carreira (na imagem).
Onde também se abordará a história do terceiro título mundial de corta-mato que Carlos Lopes alcançou em 1985, no dia 24 de março, na pista de crosse do Vale do Jamor (Cruz Quebrada), engalanada com largos milhares de portugueses que aplaudiram, ao vivo, mais um êxito deste emérito atleta de fibra lusa.
A iniciativa procura ser uma adição valiosa ao calendário de eventos do universo desportivo de Lisboa e uma oportunidade única para todos os admiradores do atletismo conhecerem e dialogarem com o campeão olímpico. Com ela, a Câmara Municipal de Lisboa – que implementou esta ação – celebra o legado do atleta olímpico e o desporto, procurando inspirar as futuras gerações.
O projeto decorrerá durantes até ao mês de maio, em diversas escolas da cidade de Lisboa, de acordo com o seguinte calendário:
- Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho – 08/04/2025 (11h45)
- Escola Secundária Dom Dinis – 30/04/2025 (10h30)
- Escola Secundária do Restelo – 09/05/2025 (11h45)
