Quarta-feira 02 de Abril de 3636

Patrícia Silva conquistou saboroso bronze no mundial de pista curta em Nanjing

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FPA / Sportmedia

Em passada de superação depois que percebeu que tinha corrido um grande risco ao tentar seguir na peugada das etíopes, Patrícia Silva encheu os pulmões de ar, “pressionou” o coração a aumentar o rendimento e entrou na reta final com a esperança de que a medalha de bronze seria sua. Como aconteceu. Uma grande prova de resiliência e força mental, só própria de medalhados a nível mundial.

Dos sete atletas que formaram a equipa nacional, seis (Patrícia Silva, com o bronze; Isaac Nader, 4º; Jessica Inchude, 6ª; Auriol Dongmo, Salomé Afonso e Gerson Baldé, 8ºs) completaram como finalistas, pelo que se pode considerar um êxito acima da média, realçando-se o esforço de Abdel-Kader Larrinaga, que chegou às meias-finais nos 60 metros barreiras.

A medalha de bronze foi a “cereja em cima do bolo”, numa corrida em que Patrícia Silva foi correspondendo em que acreditava para chegar a um terceiro lugar e a um recorde de Portugal abaixo dos dois minutos: 1.59,80!

Ao site da FPA, a filha do antigo campeão mundial e medalha de prata no europeu de 1.500 metros (Rui Silva) e Susana Silva (a mãe e agora treinadora, que também foi atleta) referiu que “estou muito feliz e com maior alegria, porque a felicidade traz mais felicidade”.

Acrescentou ainda que “se fosse a Patrícia de há uns tempos, o facto de não ter conseguido partir ao mesmo ritmo que elas, teria ficado fora da corrida. Consegui superar isso, pensei que consigo correr tão rápido como elas pelo que, quando elas começarem a cair e eu começar a crescer estarei perto delas”.

E foi a acreditar nisso que chegou mesmo à reta da meta em boa posição, apesar de “estar toda ‘rota’, mas eu queria tanto que foi só abrir o coração. Quando vi que estava no terceiro lugar fiquei mesmo em alegria total”, tendo adiantando que “dedico esta medalha à avó, Maria do Rosário, que já não está connosco, mas que está no meu coração. Eu não sabia se teria oportunidade de mostrar, mas queria levá-la comigo”, disse mostrando o seu dorsal, onde estava escrito ‘avó’.

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FPA / Sportmedia

Nos 1500 metros, Isaac Nader repetiu a classificação obtida em Glasgow, cortando a meta no quarto lugar, com a marca de 3.39,58, com o norueguês Jakob Ingebrigtsen a conquistar o ouro (repetindo o feito nos 3000 metros).

“Quem me conhece sabe que não é o que eu queria, não é o que esperava. Mas aconteceu. É desporto. Houve muitos encontrões, mas é assim. Somos nove atletas que querem vencer, eu joguei com as minhas armas, eles com as deles, infelizmente fui quarto. Fiz o que tinha a fazer, como tinha de fazer, simplesmente não deu mais”, concluiu.

 

Nos 1500 metros femininos, Salomé Afonso terminou no oitavo lugar, tal como aconteceu no ano passado, com 4.07,67.

“Estava à espera de que a etíope saísse rápido, mas não tão rápido como foi. Tentei sair à frente, mas depois olhei para o relógio e vi que o ritmo era excessivo para mim. Depois veio o segundo grupo e acho que esse foi o meu erro, deixei-me ficar para trás e já não deu para me colar a elas. Podia estar a responder ao ataque, apesar das sensações não serem as melhores. Fiquei sozinha e a partir daí, a pista coberta tem este particular, foram muitas voltas atrás”, concluiu.

O outro finalista de Portugal foi Gerson Baldé, oitavo classificado no salto em comprimento, com 8,02 metros.

“Senti-me muito bem. Estava um campeonato fortíssimo. Nos últimos saltos senti que era ao nível do meu recorde pessoal, mas não chegou. Dei tudo de mim, gostei muito da prova, de estar aqui entre os grandes, veremos como serão as próximas provas”, referiu.

Portugal fechou a participação nos Mundiais de Nanjing (China), com uma medalha (27º lugar entre os países medalhados), mas em 16º lugar (ex-áqueo com a França), com 17 pontos, graças a seis finalistas.

 

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