Terça-feira 11 de Março de 2025

Tsigie Gebreselama pulverizou recorde pessoal na EDP Meia Maratona de Lisboa

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DR

O dia não foi de recordes mundiais na EDP Meia Maratona de Lisboa, mas para a história fica o novo máximo pessoal alcançado pela etíope Tsigie Gebreselama, e também de participantes, com 33 mil corredores a criar uma moldura humana impressionante na Ponte 25 de Abril, se bem que a competição tenha sido realizada no traçado entre Oeiras e Lisboa.

Sem Chepng’etich – a mais cotada – por perto, Gebreselama seguiu o ‘pacer’ de serviço (atletas masculinos) e, com uma prova bastante regular, cumpriu os 21.097 metros em 1.04.21, tirando mais de um minuto ao seu recorde pessoal (1.05.14) e ao máximo do percurso (1.05.30). Chepng’etich acabou em 2ª, com 1.06.20, sendo seguida por Abeba Aregawi que, com 1.06.36, bateu o recorde nacional da Suécia… na sua estreia na meia-maratona. Além deste duo, também a 4ª (Fentaye Azale) melhorou a sua marca pessoal, com 1.07.31.

Na prova masculina, com Samuel Barata integrado no grupo da frente desde bem cedo – e a ceder apenas aos 13 quilómetros –, acabou por ser dia da estreia do Djibouti na lista de países vencedores da EDP Meia Maratona de Lisboa.

Ganhou Abdi Waiss, com um ‘super’ recorde pessoal de 59.44. Seguiu-se o queniano Shadrack Kipkemei (59.49) e Mohamed Ismail (59.54), do Djibouti, todos com novo máximo pessoal. No restante do top-10, mais 6 atletas conseguiram melhorar os seus recordes. Um deles, o quinto colocado Gashau Ayale, pulverizou o recorde nacional israelita, tirando 48 segundos do anterior máximo de 1.00.47, que estava na posse de Tadesse Getahon.

O dia ficou também marcado pela presença dos melhores atletas nacionais para discutir o título de campeão de Portugal na distância. Nos homens, numa prova em que andou a discutir os lugares cimeiros, Samuel Barata rapidamente sentenciou a questão do título, acabando em 9º na classificação geral com 1.01.10. Fecharam o pódio o estreante Luís Oliveira (1.04.17) e ainda Rafael Lopes (1.04.49).

No feminino imperou a lógica na vitória de Susana Santos, com 1.12.39. Seguiram-se as veteranas Mónica Silva (1.14.08) e Carla Martinho (1.14.43), que conseguiram aos 41 e 48 anos, respetivamente, alcançar a prata e o bronze no Nacional.

O vencedor absoluto, Abdi Waiss, referiu que “sinto-me muito bem e estou satisfeito com a minha preparação para esta meia-maratona. Foi a primeira meia-maratona fora do meu país. Antes, era corredor de pista, nos 1.500 metros e 5.000 metros. Ganhei e fiz um bom tempo, portanto estou muito feliz. Esta é uma competição muito boa e voltarei a Lisboa. Esta foi a minha primeira competição do ano e penso que estarei ainda melhor nas próximas”.

A vencedora, Tsigie Gebreselama, salientou que “o percurso foi bom, mas no início esteve um pouco ventoso. Fiz o meu recorde pessoal pelo que estou feliz. Foi um pouco difícil, mas dei o meu melhor. Foi bom. Talvez volte a Lisboa… O meu objetivo agora é tentar o recorde do mundo nos 5.000 metros e também bater o meu recorde pessoal nos 10.000 metros”.

Samuel Barata, 9º na geral e campeão nacional, disse que “era uma prova que apontei para vir em pico de forma, depois de três semanas de treino em altitude no Quénia. Sabia que era uma oportunidade de correr rápido aqui em casa. Tive um apoio aqui inesperado, com camisolas a dizer ‘Força Barata’ – aproveito para agradecer. Tive sorte que os africanos, no início, não correram muito rápido. Passámos a rondar os 28.40 aos 10 quilómetros. Estava a sentir-me bem, mas a partir dos 13 ou 14 quilómetros começaram a andar a um ritmo mais forte. Queria correr abaixo das 1.01, mas fiquei por aí. É a minha segunda melhor marca. Estou muito satisfeito, porque é um resultado que já não faço há um ano e pouco e deixa-me com perspetivas futuras muito boas. Lisboa é o local onde treino todos os dias quando estou cá. Aqui em Lisboa, junto à Marginal, é correr em casa. Sinto-me bastante bem, conheço bem o percurso, o ambiente, este tipo de tempo, esta humidade característica aqui de Lisboa. Tinha tudo para correr bem, só tenho de me sentir bem. Foi bom, acho que foi um positivo, estou contente.”

Susana Santos, 12ª na geral e campeã nacional referiu que “o objetivo de ser campeã nacional foi cumprido e, claro, queria fazer também uma boa marca. Depois de algumas provas menos conseguidas que passei, e também alguns problemas físicos, estou a 100%. Hoje também senti dor, com dor de burro desde o aquecimento, mas pensei que ia melhorar. Durante a corrida foi gerir para que a dor não aumentasse e conseguisse ser campeã nacional com uma marca razoável. Foi importante ter feito esta marca, pois tinha desistido em Barcelona e as coisas não correram como o esperado. Chegar aqui e fazer 1.12 deixa-me motivada para continuar o processo para o Campeonato da Europa, para chegar lá na melhor forma possível. É sempre bom sermos campeãs nacionais e ver o nosso esforço recompensado ao sermos as melhores na distância à qual nos dedicamos.”

 

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FPF

Mariana Machado bateu recorde dos 5 km em estrada

 

Mariana Machado (Sporting de Braga) e Hugo Rocha (Estreito-Madeira), sagraram-se campeões nacionais de 5 km, em prova integrada na Meia Maratona de Braga, numa organização da Federação Portuguesa de Atletismo, com a Runporto, a Associação de Atletismo de Braga e o Município de Braga.

Mariana Machado cumpriu o percurso em 15.22, retirando mais de um minuto ao recorde anterior, que pertencia a Ana Mafalda Ferreira (16.59), do Sporting, desde 2023.

As atletas do Braga dominaram os campeonatos nacionais, com Solange Jesus, na segunda posição, e Laura Taborda, em terceiro lugar, respetivamente, com o tempo de 15.49 e 15.51, todas abaixo do anterior recorde, o que se repete até ao 12º lugar destes campeonatos. A prova, no entanto, foi ganha pela etíope sub-23 ao serviço do Sporting, Lemlem Nibret, com o tempo de 15.19.

A disputa masculina também foi competitiva, com Hugo Rocha a impor-se a José Carlos Pinto (SLB) e a Rui Pinto (SCP), ficando a dois centésimos do recorde nacional de 5 km, que pertence a Paulo Guerra (13.51) desde 1996. Hugo Rocha venceu com 13.52; na segunda posição terminou José Carlos Pinto, com 13.53 e Rui Pinto fechou o pódio, com 13.54. A prova foi, no entanto, ganha pelo queniano sub-23 do Sporting, Charles Rotich, com 13.48.

O campeonato feminino sub-23 foi ganho por Ana Marinho, do CDSSC, em 16.17, com Marta Castro (Sporting) e Beatriz Rios (ACPV) a completarem o pódio, com 16.17 e 16.59. Do lado masculino, vitória para Duarte Santos, do Sporting, com 14.17. Na segunda posição classificou-se o seu colega de equipa Leandro Monteiro, com 14.36, o mesmo tempo do que João Azevedo, do EAROS.

Os campeonatos sub-20 foram ganhos por Manuel dos Santos, do Gira-Sol, do lado masculino, e por Cátia Khvas, do ADNO. Guilherme Filipe, também do ADNO, e Tomás Costa, do Sporting, completaram o pódio masculino. Do lado feminino, a segunda e terceira posições foram conquistadas, respetivamente, pelas atletas do Sporting, Stela Fernandes e Carolina Correia.

Realizaram-se também os campeonatos Sub-18, com Mariana Moreira (UDV), Rafaela Sá (Sporting) e Maria Rodrigues (LFC), respetivamente na 1ª, 2ª e 3ª posições. Do lado masculino, venceu Alex Sierpes, do SLB, com Afonso Gomes (SCB) e Diogo Pinto (ADNO), respetivamente, no segundo e terceiro lugares.

No que diz respeito ao atletismo adaptado, Sandro Baessa, do CFOD, sagrou-se campeão na classe intelectual, com o colega de equipa, Cristiano Pereira, a subir ao segundo lugar do pódio, completo com a chegada de Paulo Benavente, da Associação Jorge Pina. Já na classe de deficiência motora, venceu Sérgio Sousa, da Runtejo.

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