Domingo 09 de Março de 2927

Salomé Afonso e Isaac Nader conquistaram prata e bronze no europeu de pista curta

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FPA / Sportmedia

Com uma astúcia de se lhe tirar o chapéu, a par de uma força mental adjacente que a catapultou para ultrapassar as favoritas britânicas, Salomé Afonso conquistou de forma exuberante a medalha de prata nos 1.500 metros do europeu de pista curta, que se desenrola na cidade de Apeldoorn, nos Países Baixos.

Uma corrida feita sempre no grupo da frente – aproveitando o fato de estar na pista um (corda) – atenta a todos os pormenores táticos, Salomé baixou depois à quarta posição, mas voltou ao terceiro lugar onde foi seguindo a prova (num regime relativamente lento), na expetativa de estar na luta pelas medalhas.

À entrada para os últimos duzentos metros (última volta) saltou para a frente – deixando para trás as duas britânicas que seguiam na frente – a par da que veio a ser a vencedora, forçou o andamento e quase acabou no ouro (aliás até merecido), não o conseguindo ante a francesa Agathe Guillemot, mas deixou uma marca de categoria nestes europeus para recordar mais tarde, ao chegar a uma medalha de prata com o tempo de 4.07,66.

Salomé Afonso passou a ser a segunda portuguesa de sempre a ganhar uma medalha na distância (a outra foi Carla Sacramento, que foi campeã em 1996) e quebrou um jejum de 29 anos sem medalhas nos 1500 metros femininos.

Ao site da FPA, Salomé referiu que “ainda não estou bem em mim, num mix de não acredito que foi a medalha de prata, mas ao mesmo tempo acredito, porque foi resultado de um trabalho de muitos meses, de anos até. Há muito tempo que sabia que era possível fazer este resultado e pensava se for eu mesma e for muito relaxada pode sair uma coisa muito importante. Acabei por conseguir o que esperava há muito”.

Acrescentou ainda que “sinto que me libertei. O treinador sempre diz que ganhar uma medalha é como passar uma final pela primeira vez, quando conseguimos uma vez, pensamos em replicar e, se possível, melhorar. É com esse pensamento que vamos continuar. Trabalhamos muito, e vemos todos também crescerem. Nós subimos, mas o nível delas também. Já não há aquela sensação de olharmos para o lado e vermos que aquela é melhor, ou eu sou melhor, porque são todas”.

Sobre os mundiais (China) daqui por duas semanas, Salomé acredita “que estou no melhor momento de forma, mas acredito que quando lá chegarmos ainda estarei melhor. O treinador prepara-nos bem para os grandes campeonatos, e estou pronta para corridas táticas ou rápidas e o mundial pode estar ao nosso alcance. Mas, para já, só penso nesta medalha que acabei de conquistar, mas a mentalidade é tentar ganhar mais e melhor”.

Salomé estará na manhã deste sábado na segunda meia-final (9h33, seguindo a RTP2).

Nesta prova, Patrícia Silva foi a segunda portuguesa presente, tendo obtido um bom 7º lugar, com 4.09,97.

Na final dos 1.500 metros masculinos, Isaac Nader esteve quase sempre na terceira posição e, tal como Salomé, soube “jogar” na estratégia mais ou menos traçada, em especial, pelo grande favorito (o norueguês Ingebrigtsen) – que se colocou na última posição do pelotão – que passada a segunda volta saltou para a frente para implementar a velocidade que pretendia para voltar a ser campeão, com 3.36,56, à frente do francês Azeddine Habz (3.36,92).

Nader, com o terceiro lugar garantido após o norueguês se colocar na frente, porque descolados do segundo grupo, ainda forçou um pouco e o segundo lugar esteve à vista, ficando-nos a impressão que, garantida uma medalha, não forçou demasiado. Uma grande corrida do atleta português, cronometrado com 3.37,10 e com o bronze ao peito.

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FPA / Sportmedia

Nader é o segundo português de sempre a vencer uma medalha em 1500 metros, depois de Rui Silva, e há 16 anos que Portugal não subia ao pódio na prova.

Ao site da FPA, Nader salientou que “não esperei que a minha primeira medalha internacional tivesse um sabor tão agridoce. Vou desfrutar dela, porque há que desfrutar, porque há pessoas que tentam e não o conseguem e eu consigo. Mas efetivamente, o Jakob Ingebrigtsen é muito difícil de bater, mas se estivesse mais perto talvez fosse possível, mas o segundo lugar era aquele que eu poderia chegar. Hoje eles foram melhores que eu”.

As medalhas dos atletas portugueses serão entregues amanhã à tarde, antes das provas da segunda jornada. A cerimónia dos 1500 metros femininos será às 17h42 (16h42 em Lisboa), e a dos masculinos será às 17h48 (16h48 em Lisboa).

Na final do comprimento, Gerson Baldé saltou 8,07 metros e chegou a estar na luta pelas medalhas, ficando fora do pódio, em quarto lugar, vendo o búlgaro Bozhidar Sarâboyukov saltar 8,13 metros no último ensaio, ultrapassando o italiano Mattia Furlani (8,12 m) e o espanhol Lester Lescay (8,12 m).

Ao site da FPA Baldé referiu que “fiquei à beira do sonho. Foi um pouco frustrante, mas na verdade fiquei com limitações físicas e nem fiz todos os saltos. Nem sei como saltei mais de oito metros. Mesmo quando estava em terceiro lugar, nunca senti que a melhor era a minha (8,07 metros) ao terceiro ensaio não dava confiança nenhuma, especialmente quando sabemos que eles saltam bem. Vamos trabalhar para ser melhores”.

A abrir a tarde, João Coelho cortou a meta em 46,02 segundos, um centésimo mais lento que durante a manhã, mas o que ficou da prova foi uma excelente corrida, a controlar a posição e a lutar pelo acesso à final, o que foi conseguido.

Este sábado, terceiro dia de competição é composto de novo por duas jornadas. A presença portuguesa começa de manhã, a partir das 10h20 (9h20 em Lisboa), com Salomé Afonso nos 3000 metros (8m39s25”, como melhor esta época). A portuguesa corre na segunda meia-final (10h33, 9h33 em Lisboa).

Às12h45 (11h45 em Lisboa), corre-se a primeira meia-final dos 3000 metros, com Miguel Moreira (7.41,56). A segunda meia-final está marcada para as 12h58 (11h58 em Lisboa) e nela estará Duarte Gomes (7.41,16). Para todos, o apuramento para a final é feito classificando-se nas seis primeiras posições.

Entre as corridas de 3000 metros decorre a qualificação do lançamento do peso feminino. É necessário alcançar os 18,88 metros para seguir para a final. Portugal tem três atletas em competição. Auriol Dongmo (19,00 metros esta época), bicampeã europeia (2021 e 2023) será a terceira de 18 atletas a lançar. Eliana Bandeira (18,29 m) será a oitava a lançar e Jessica Inchude (19,18 m) será a 11ª a entrar em competição.

Ao meio-dia começará a “maratona” dos 60 metros masculinos. A primeira ronda comporta cinco séries, apurando-se os dois primeiros de cada uma e os dois melhores tempos. Carlos Nascimento (6,64 segundos esta época) estará na segunda corrida e Delvis Santos (6,70 segundos) na quinta corrida. As meias-finais dos 60 metros estão marcadas para as 19h10 (18h10) e a final está marcada para as 21h40 (20h40 em Lisboa).

Na jornada da tarde, a final do triplo-salto está marcada para as 18h40 (17h40 em Lisboa) e a final dos 400 metros será às 21h10 (20h10 em Lisboa).

A transmissão televisiva será assegurada pela RTP, em território nacional, enquanto os portugueses em todo o mundo poderão seguir as provas com língua portuguesa através do canal próprio da EBU (com ligação à RTP)

 

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