A Comissão de Atletas Olímpicos (CAO) vai apresentar, no dia 5 de março, o estudo “Transição de carreira, situação perante o emprego e mercado de trabalho”, uma iniciativa que visa aprofundar o conhecimento sobre os desafios enfrentados pelos atletas quando encerram a carreira desportiva e iniciam uma nova etapa profissional.
O evento terá lugar às 10h30, no Auditório do Comité Olímpico de Portugal.
Após a apresentação do estudo, com a marca da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, seguir-se-á uma mesa-redonda intitulada “Transição de carreira na primeira pessoa”, na qual os atletas olímpicos Telma Monteiro, Rui Silva e José Costa partilharão as suas experiências e reflexões sobre este período de transição. A moderação ficará a cargo do atleta olímpico João Neto.
A presidente da CAO, Diana Gomes, sublinha a importância do estudo como meio para colmatar a falta de dados concretos sobre esta realidade em Portugal: “A transição de carreira dos atletas tem sido uma das grandes preocupações da CAO. Sabemos que este é um período de grandes incertezas, marcado por dificuldades de adaptação e, em alguns casos, impacto significativo na saúde mental. No entanto, uma das principais lacunas existentes reside na escassez de bases de evidência e de indicadores objetivos. Sem um diagnóstico claro, torna-se mais difícil criar soluções eficazes e ajustadas às reais necessidades dos atletas.”
O estudo centra-se nos atletas que integraram os Projetos Olímpicos de Londres 2012, Rio de Janeiro 2016 e Tóquio 2020, procurando identificar desafios e oportunidades de melhoria no apoio à transição de carreira.
“Acreditamos que esta análise será fundamental para o desenvolvimento de políticas mais eficazes e programas personalizados, garantindo que cada atleta recebe o acompanhamento necessário para uma transição bem-sucedida. O nosso compromisso é claro: apoiar os atletas antes, durante e após a sua carreira desportiva”, concluiu Diana Gomes.
CAO
Eduardo Oliveira selecionado para o IOC Young Leaders 2025-2028
O Comité Olímpico Internacional (COI) anunciou os 25 selecionados para o programa IOC Young Leaders 2025-2028, onde volta a constar um nome português – Eduardo Oliveira.
Aos 24 anos, e com um passado no alto rendimento do Pentatlo Moderno, Eduardo Oliveira foi selecionado entre as mais de 5 200 candidaturas de jovens de todo o mundo que apresentaram propostas para alavancar o desporto de base ao mesmo tempo que apresentam respostas às necessidades sociais das comunidades locais.
Eduardo Oliveira estava confiante com esta seleção e, após receber a noticia, referiu que “acho que a minha ideia é boa e por ter sido atleta, por ter contacto com atletas, facilmente fico numa posição de intermediário entre todos. Tenho um percurso muito ligado ao desporto na parte prática e o Pentatlo é uma modalidade que precisa deste tipo de intervenção por isso acho que era um candidato com boas hipóteses”.
O projeto que foi submetido e selecionado pelo COI junta a sustentabilidade, a prática desportiva e o envolvimento com a comunidade local, tendo Eduardo Oliveira explicado a ideia afirmando que “sempre estive ligado à parte de desenvolvimento sustentável por causa do meu pai. E vou tentar ligar a parte da sustentabilidade ambiental, a parte social, com crianças e idosos que estão em lares, com o desporto”.
O projeto pretende centrar-se nas zonas costeiras onde é realizada a limpeza de lixo e de espécies invasoras, que será reutilizada para o fabrico de todos os materiais necessários para os eventos desportivos “desde medalhas, troféus, até ao pórtico de chegada”. As crianças que estão inseridas em instituições sociais podem, através de entidades parceiras ao projeto, beneficiar da prática desportiva acompanhada, de preferências em Atletismo e Laser Run. “São modalidades que podem ser praticadas quase em qualquer lugar e são precisas iniciativas como estas para dar a conhecer a modalidade”.
Natural de Leiria, Eduardo Oliveira competiu pela Equipa Portugal nos Jogos Olímpicos da Juventude Buenos Aires 2018, em Pentatlo Moderno, prova que concluiu na 5ª posição. Uma lesão posterior e o percurso académico fizeram com que colocasse de lado a alta competição e, após uma passagem por Engenharia, corrigiu o rumo para Desporto e tem já um Mestrado em Treino de Alto Rendimento. Orientou o seu percurso profissional para esta área, exercendo funções no Centro de Alto Rendimento do Jamor, na área de avaliação e controlo de treino, e no grupo de Atletismo do Sporting Clube de Portugal, na otimização da performance.
“Todos os projetos em que estou envolvido – e trabalho também com atletas de alto rendimento – estão relacionados com topo da pirâmide. Este projeto é para a base da pirâmide, para pessoas que nem são atletas ainda, e acho que isso me diz muito também”, salientou.
Ao longo dos próximos quatro anos, Eduardo Oliveira e os seus 24 colegas de projeto vão receber formação e mentoria, acesso a uma rede de contactos global e ainda 10.000 dólares para o desenvolvimento das ideias de forma sustentável e impactante.
O programa IOC Young Leaders foi lançado em 2016 e selecionou e apoiou 145 jovens de 77 países, resultando em 160 projetos com impacto em 55.000 pessoas.
