Apresentando-se com um semblante assertivo, conhecedor do processo, objetivo, coerente e num discurso direto e aberto, Laurentino Dias apresentou a candidatura a presidente do Comité Olímpico de Portugal na Casa do Olimpismo, numa sala esgotada com apoiantes, muitos dos quais vão intervir diretamente na votação, porquanto representam federações desportivas.
Sem que se tenha falado nisso, pairou no ar, entre alguns dos participantes, a decisão tomada pela Comissão Eleitoral quanto a permitir que as candidaturas (conhecidas apenas duas, até ontem) pudessem ser subscritas por uma mesma federação, para “facilitar” que mais pudessem participar no ato.
Situação que não está regulamentada, pelo que a Comissão decidiu tomar a responsabilidade para o efeito, o que acontece pela primeira vez neste contexto.
No entanto, ninguém falou nisso em termos públicos, pelo que há que aguardar pelo desfecho do dia 19 de março (votação) para depois se saber que caminho vai ser seguido.
Na oportunidade, através da porta-voz da candidatura, Cecília Carmo, ficou a saber-se que João Paulo Bessa (antigo jogador e treinador de Rugby) será o Mandatário da Lista, enquanto Nuno Laurentino (ex-nadador e técnico de natação) será o Secretário-geral, em caso de vitória desta lista, este último tendo justificado a sua presença na lista, bem como José Manuel Araújo, atual secretário geral, é o candidato ao lugar de primeiro vice-presidente, que também se referiu a este processo eleitoral, focando a experiência tida enquanto ainda membro dos Corpos Sociais.
O candidato Laurentino Dias (ex-Secretário de Estado do Desporto e ex-praticante no desporto federado) reforçou o projeto do programa de ação para o mandato, em caso de ser eleito, focando os seis pontos base que tinha anunciado na reunião pública realizada na idade do Porto, a que fizemos referência na edição de ontem.
Nos vários eixos, foram trazidos alguns ângulos do que se pretende implementar no âmbito do mecenato (benefícios fiscais para quem investir); o estatuto do dirigente desportivo benévolo, um outro tema que vem de longe mas que há que tomar decisões (Governo) quanto à regulamentação da lei; o financiamento no desporto, tendo enaltecido a decisão do governo atual quanto ao aumento significativo para esta olimpíada (2028), havendo necessidade de definir como vão ser distribuídos, ao longo dos próximos quatro anos, os 12,5 milhões (de um total de 50 milhões anunciados e protocolados com o governo, recentemente) anuais.
A partir desta quinta-feira, quando sair o fumo branco do anúncio das candidaturas, iniciar-se-ão as ações correlativas à passagem da mensagem olímpica e outros tipos de contato para que a missiva possa chegar ao conhecimento, em especial, dos que vão votar.