A reconquista do título feminino por parte da equipa do Sporting e o recorde nacional dos 800 metros alcançado por Patrícia Silva – no decorrer dos campeonatos nacionais de pista curta, disputados em Braga – ficaram a assinalar de forma indelével estas competições, as primeiras da nova época de 2024/2025.
A cereja no topo do bolo acabou por ser, em toda a reunião, o recorde nacional dos 800 metros que Patrícia Silva (Sporting) conseguiu “a solo” e numa tarde em que todos os “deuses” estavam com a atleta leonina que, recorde-se, é filha do medalhado olímpico e campeão mundial Rui Silva (1.500 metros) e de Susana Silva, ex-atleta e atual técnica na Associação de Atletismo de Lisboa, pelo que demonstrou os “genes” de que massa é feita.
Melhor ainda porque o recorde foi batido apenas por dois centésimos (2.00,79 agora; 2.00,81 de Carla Sacramento, que completaria no dia 17 deste mês 30 anos!!). O que é obra.
Marca que abre as portas à presença da atleta nos Europeus de Pista Curta, em Apeeldorn, nos Países Baixos, no princípio do próximo mês.
Patrícia salientou que “ainda custa a acreditar no que acabou de acontecer. Sabia que estava em boa forma e entendi correr forte, para ajudar o Sporting a conquistar os oito pontos e acabei bem. Percebi que tinha batido o meu recorde, mas não fazia ideia de que tinha sido recorde de Portugal!”, tendo acrescentado que “não sei para onde tombar. As distâncias são diferentes, mas estão ambas no meu coração e não sei o que decidir”, afirmou a atleta com olhos colocados no seu desempenho nesta época.
Grande despique (como na véspera) verificou-se nos 3000 metros, favorável à benfiquista Salomé Afonso, que completou com 9.24,33”, à frente da etíope do Sporting Hawi Abera (9.24,42).
No triplo, uma das provas cujo triunfo fugiu a atletas do Sporting e do Benfica, com Lucinda Gomes (Estreito) a triunfar com 12,93, derrotando Evelise Veiga, do Sporting (12,90) e Tatiana Pereira (Benfica), com 12,84, recorde pessoal da segunda melhor portuguesa de sempre em sub-20.
Prova que poderia ser “capital” para a luta coletiva, os 60 metros barreiras, terminou com triunfo de Mariana Bento (Jardim da Serra), em 8,38 segundos, numa prova em que Jéssica Barreira, que liderava a prova, teve um toque numa barreira e chocou contra outra barreira, ficando mesmo bastante magoada, sendo desclassificada, dando “zero” pontos ao Sporting.
No salto com vara, também a brasileira Nicole Barbosa (JOMA) fugiu à norma, triunfando com 4,00 metros, à frente da benfiquista Joana Barreto (3,65) e tudo se decidiu na última volta, com o quarteto do Sporting a triunfar (3.34,73 na estafeta de 4×400 metros.
No final, as “leoas” somaram 87 pontos, à frente do Benfica (84 pontos), reconquistando o título perdido no ano passado.
Tal como se previa no final da primeira jornada, as madeirenses do Jardim da Serra conseguiram subir ao pódio, somando 60,5 metros. Na luta pela manutenção, tiveram sucesso o Estreito, no quarto lugar, com 55,5 pontos, seguido do JOMA, com 50,5 pontos, e o AC Póvoa de Varzim, com 48.
Descem à segunda divisão, o Juventude Vidigalense (47,5 pontos) e o Grecas (31).
Em masculinos e no salto em altura, Gerson Baldé venceu com 2,12 metros, à frente de Tiago Luís Pereira, que saltou 2,07 m e que, em seguida, foi triunfar no triplo-salto com 16,44 metros, derrotando Roger Iribarne (15,11 m), que por sua vez tinha triunfado nos 60 metros barreiras, com 7,69 segundos (à frente de Abdel Larrinaga, que correu em 7,78 segundos, melhor marca nacional do ano).
Destaque ainda para o triunfo de Miguel Moreira nos 3000 metros (7.51,84), “rebocando” o sportinguista Nuno Pereira para um recorde pessoal (7.53,44); para a vitória folgada do Benfica na estafeta de 4×400 metros; enquanto nos 800 metros, Isaac Nader (1.47,85, melhor marca nacional do ano) impôs-se ao argelino Mohamed Ali Gouaned (1.48,30).
No final, a equipa Benfiquista somou 92 pontos, mantendo o título nacional, deixando o Sporting a quatro pontos. A equipa madeirense do Jardim da Serra, tal como na prova feminina, também subiu ao pódio, somando 63 pontos.
Na luta pela manutenção, o Juventude Vidigalense somou 57 pontos, no quarto lugar, seguido do AC Póvoa de Varzim (54) e do Sporting de Braga (52).
Não fugiram à despromoção as equipas do Maia AC (40) e do Água de Pena (17), que na próxima época competem na segunda divisão.
Sporting de Braga e Marinha Grande campeões na segunda divisão
Na Expocentro (Pombal), emoções ao rubro até final, especialmente na prova masculina, com o CA Marinha Grande a conseguir o título com um ponto de vantagem. Em femininos, o Sporting de Braga patenteou o seu favoritismo e triunfou com vantagem sobre a Fundação Salesianos,
Na competição feminina, o Sporting de Braga surgiu forte e venceu as provas de 800 metros, por Mariana Machado (2.09,74) – aqui à frente de Beatriz Pereira (Maia), que correu em 2.09,90, recorde pessoal -, 3000 metros, por Laura Taborda (9.30,06) e os 60 metros barreiras por Fatumata Balde (8,45 segundos). No total somou 84 pontos, mais sete pontos que a Fundação Salesianos, uma equipa repleta de jovens, que hoje se impôs na estafeta 4×400 metros (3.57,27). Braga e Salesianos foram promovidos à primeira divisão.
A seis pontos da formação de Cascais, mas subindo ao pódio, ficou o Eirense, que somou 71 pontos tendo conquistado duas vitórias pelas suas atletas espanholas, Uxia Paz, no triplo (12,15 m), e Nerea Fernandez, na vara (3,20 m).
Na luta pela manutenção, mais confortáveis as atletas do Maia, com 64 pontos, à frente do Água de Pena (60) e do Oliveira do Douro (53).
As equipas do Bela Vista (35 pontos) e Trofa (21) não fugiram à despromoção e em 2026 competirão na segunda divisão.
Na competição masculina, o Marinha Grande fechou a primeira jornada na frente e nesta segunda ronda conseguiu manter-se na frente, somando 76 pontos, mas sofreu bastante graças ao empenho dos atletas do Estreito, contando com as vitórias nos 3000 metros, por Hugo Rocha (8.01,98, recorde pessoal), os 60 metros barreiras, por Martim Faustino (8,25 segundos), o peso, por Daniel Santiago (15,99) e fechou com a vitória na estafeta 4×400 metros (3.16,07). No final somou 75 pontos, ficou em segundo lugar e acompanha o Marinha Grande na subida à primeira divisão.
Na luta pela manutenção, o Grecas somou 66 pontos, mais cinco que o Seia, e mais 11 que o Sobral de Ceira. Na sexta posição, o Campismo somou 50 pontos (venceu as provas de 800 metros, por António Moura, com 2.02,19, e triplo-salto, por Bruno pinto, com 15,01).
Descem à terceira divisão as equipas do CIA Ilha Azul (47 pontos) e o Senhora do Desterro (33).
Ilha Verde (Açores) e Olímpico Vianense sagram-se campeões na terceira divisão
Ainda em Braga, no setor feminino, a equipa açoriana do Juventude Ilha Verde conquistou o título nacional da III Divisão, com 65 pontos, apenas um ponto de vantagem sobre o Areias de S. João (que contou com quatro triunfos individuais, e por isso é segundo classificado) e o Mazarefes (que somou duas vitórias), ambos com 64 pontos.
O Ilha Verde, nesta segunda jornada apenas conseguiu um triunfo, no triplo-salto, por Anamar Jorge (11,66 metros), mas foi mais equilibrado e na estafeta de 4×400 metros conseguiu manter-se na liderança.
Nesta última prova, o Areias de S. João, que conseguiu três triunfos individuais, por Anna Timitets nos 800 metros (2m22s48”), que já tinha vencido os 400 metros, por Luana Soares, no salto com vara (2,50 m) e na estafeta de 4×400 metros (4.09,82) assegurou o segundo lugar, beneficiando de um triunfo, ao contrário do Mazarefes, de Viana do Castelo, que não esteve muito bem na estafeta e perdeu a hipótese de ser campeão. Ainda venceu os 60 metros barreiras, por Alicia Merino (9,11 segundos), mas não foi possível.
Sobem à segunda divisão as equipas do Ilha Verde e do Areias de S. João.
Depois, todas as outras equipas terão de participar no apuramento da terceira divisão para a próxima época.
O GCA Donas foi quarto com 59 pontos, mais um ponto que o Arneirense, que terminou em quinto lugar. Um sexto lugar folgado foi conseguido pelo Oriental de Pechão, clube de Ana Cabecinha, que somou 54 pontos.
Nas duas últimas posições ficaram o CA Marinha Grande, com 46,5 pontos (contando com um triunfo individual nos 3000 metros por Joana Bagagem (10.17,54).
Em masculinos, outra equipa de Viana do Castelo, o Olímpico Vianense, não se deixou “adormecer” com a liderança do primeiro dia e manteve-se na luta pelo título nacional e a subida à segunda divisão. Nesta segunda jornada venceu os 800 metros, por Ricardo Pedra (1m56s52”), os 60 metros barreiras, por Ussumani Djumo (8,24 segundos, recorde pessoal) e triunfo na estafeta de 4×400 metros, com 3m24s95”.
Na luta subida à segunda divisão, a equipa do Belenenses foi a mais forte, somando 76 pontos, garantindo um triunfo individual no salto em altura, por Filipe Guerreiro (1,90 m).
As outras equipas ficaram longe da subida, com o Juventude Ilha Verde a assegurar a subida ao último lugar do pódio somando 68 pontos, vendo Lourenço Rodrigues vencer os 3000 metros (8.44,59).
Longe do pódio, o Mazarefes, que conseguiu vencer no peso, por Remi Lima (13,78 m), somou 57 pontos, mais um ponto e meio que o Areias de S. João, que somou 55,5 pontos, com o seu atleta Orest Bulak a triunfar no triplo (14,02 m). Ocuparam as restantes posições o Gira Sol (50 pontos), o AA Bela Vista (46,5) e o Papa Léguas (29,5).