Sara Moreira brilhou a grande altura ao conseguir, este domingo, alcançar vários patamares numa mesma competição, desde a estreia a um terceiro lugar de eleição, passando pela capacidade de esforço físico e essencialmente psicológico.
Na verdade, com o bronze a 2.26.00 na “big aple”, Sara entrou para o sexto lugar das melhores portuguesas de sempre, onde se encontram Rosa Mota (2.23.29 em 1985), Jéssica Augusto (2.24.25 este ano), Marisa Barros (2.25.04 em 2011), Manuel Machado (2.25.09 em 1999) e Dulce Félix (2.25.40 em 2012, obtido precisamente no mesmo percurso deste domingo).
Sabendo gerir o esforço, que é sempre difícil para uma estreante, aliando uma condição física de excelência e “ajudada” pelo facto de ter sido mãe há um ano e poucos dias, Sara acabou por ser a “outsider” que Nova Iorque esperava ver, sendo ainda a melhor europeia, o que comprova que todos os factores e “deuses” estiveram com a nova maratonista portuguesa, por certo já a pensar nos Jogos Olímpicos.
A prova foi ganha pela queniana Mary Keitany, com 2.25.07, à frente da etíope Jemina Sumgong, com 2.25.10, num despique final com alguma emoção. Trezentos metros depois chegou Sara.
Dulce Félix não conseguiu chegar ao 4º lugar de 2012 (onde fez o seu melhor registo pessoal de 2.25.40), tendo encontrado dificuldades que não a permitiram correr ao mesmo ritmo mas alcançando uma boa décima posição com 2.35.33.
Na prova masculina, também foram os africanos a dominar, com o queniano Wilson Kipsang a cumprir os 42.195 metros no tempo 2.10.59, à frente dos etíopes Lelisa Desisa Benti (2.11.06) e Gebre Gebremariam (2.12.13).
Nesta prova, correram alguns portugueses, dos quais se salientam Nelson Cruz (de Setúbal), tendo sido 37º (2.29.19) e Carlos Cardoso (de Sintra), em 85º (2.38.22).
O melhor europeu foi o italiano Danilo Goffi, com 2.19,44 no 15º lugar.
