Com um triunfo categórico ante uma Noruega de “alta qualidade”, Portugal demonstrou quanto valem as suas “estrelas fulminantes” por um fulgurante resultado de 31-28, depois de 14-13 ao intervalo e ainda por ter sido o primeiro a marcar, num jogo de sonho dos Heróis do Mar.
Num ambiente externo de gelo, os “tugas” entraram bem quentes e, por aí fora, foram demonstrando, minuto a minuto, que estavam dispostos a tudo (e mais alguma coisa) para “tombarem” uma Noruega que teima em ser mais forte, mas que, neste domingo, não aguentou o “temporal” produzido por uma equipa nacional repleta de estrelas candentes e “incandescentes”!
Portugal fechou a Ronda Preliminar com pleno de vitórias, num triunfo épico frente e que permite aos Heróis do Mar assegurarem a liderança do Grupo E e levarem quatro pontos para o Main Round; Espanha, Suécia e Chile ou Japão serão os próximos adversários.
Pela segunda vez na história, Portugal fechou a Ronda Preliminar do IHF World Championship 2025 com um registo 100% vitorioso. Este domingo, os Heróis do Mar voltaram a brindar os portugueses com uma vitória estrondosa contra a Noruega, que pretendia evitar a todo o custo a segunda derrota e jogava “em casa” perante mais de 11.000 pessoas (recorde nacional).
Cumprido o primeiro objetivo, Portugal vai seguir com quatro importantes pontos para o Main Round, conquistados nos jogos com Brasil e Noruega – seleções que acompanham os lusos na próxima fase -, onde vai integrar um grupo composto por seis seleções, entre as quais Espanha,
Portugal apresentou um sete composto por Gustavo Capdeville, Diogo Branquinho, Martim Costa, Rui Silva, Francisco Costa, Pedro Portela e Victor Iturriza, com Gustavo Capdeville – que guarda-redes a fazer lembrar Quintana – a estar em pleno nos momentos cruciais em que precisava de defender e defendeuu tudo!
Portugal abriu o ativo por Francisco Costa (0-1), foi liderando o marcador com várias diferenças mínimas e só não conseguiu dilatar a diferença porque o guardião nórdico do Sporting mostrou serviço bem cedo, tal como Gustavo Capdeville. Nos primeiros 5′ ambos somavam duas defesas. (2-2).
Aos 7’ Portugal sofreu a primeira exclusão do encontro – que não resultou em qualquer dano – e aos 8’ André Kristensen já tinha dobrado o número de intervenções (4). Apesar da excelente exibição defensiva dos Heróis do Mar, os nórdicos estavam igualmente ineficazes e o placar continuava a mostrar dois golos para cada lado.
Aos 10’ o marcador voltou – finalmente – a mexer, com a Noruega a festejar a primeira liderança e, logo depois, a inédita vantagem de dois golos (4-2). Mas com a ajuda do guarda-redes português que pertence aos quadros do SL Benfica e a inspiração de Francisco Costa, o empate voltou a surgir (4-4), dois minutos depois.
Um ritmo intenso e alguma luta à mistura marcaram os minutos seguintes, com os nórdicos a conseguirem segurar uma diferença mínima até aos 16 minutos, altura em que Portugal transformou um 6-5 em 6-8 e festejou a primeira chegada ao patamar dos dois golos de vantagem. A fechar o parcial, o ponta direita Pedro Portela carimbou a marca dos 500 golos ao serviço da Seleção Nacional A.
Depois de uma primeira paragem técnica, o jogo ganhou alguma velocidade momentânea e já com Fábio Magalhães em campo, os Heróis do Mar regressaram aos dois golos (12-14), aos 28 minutos, entre altos e baixos, mas sem nunca entregar a vantagem ao adversário.
Até ao intervalo, Portugal não só desperdiçou uma oportunidade de dilatar a margem para três golos, como viu a Noruega reduzir para o mínimo e Salvador Salvador ser excluído, com o tempo de exclusão a transitar para a segunda parte.
Face aos acontecimentos, não se perspetivava menos do que mais 30 minutos de paixão e incerteza, depois de se chegar ao intervalo com um 13-14.
No arranque da etapa complementar, sem Francisco Costa em campo, ausente momentaneamente devido a uma pequena lesão, Portugal atravessou o período mais conturbado do jogo e com eficácia nula no ataque, os noruegueses souberam aproveitar e dispararam no marcador até aos três golos (19-16). Face ao sucedido, surgiu um pedido de time-out por parte de Paulo Pereira e uma explosão de alegria na Unity Arena.
Após a paragem, Gustavo Capdeville vestiu a capa de herói, chegou às 10 defesas na conta pessoal e Portugal correspondeu no ataque com um parcial de 0-3 para trazer de novo o empate (19-19), aos 43 minutos. Aos 45’ a Noruega voltou a marcar (20-19) mais de sete minutos depois.
Quando faltavam pouco mais de 10 minutos para o fim, a fibra dos Heróis do Mar voltou a falar mais alto e a liderança trocou de mãos mais uma vez (21-22), por Salvador Salvador, que se mostrava inspirado em funções ofensivas. Aos 52’ foi Leonel Fernandes a assinar o 21-23, que devolveu aos Heróis do Mar dois golos à maior – pela primeira vez na segunda parte – e o selecionador da Noruega solicitou um time-out.
Na sequência de nova interrupção, uma pequena infelicidade de Portugal permitiu à Noruega restabelecer o empate (26-26) à entrada dos últimos cinco minutos, mas a motivação lusa não quebrou… pelo contrário. No momento das decisões, Gustavo Capdeville abrilhantou a exibição inesquecível com 15 defesas e a diferença ainda chegou aos três golos. No final das contas, Portugal silenciou por completo as 11.000 vozes presente na Unity Arena, em Oslo, com um triunfo que entra para os livros da história do Andebol português, depois de se acabar com um triunfo de 31-28.
Gustavo Capdeville – 15 defesas (37% de eficácia) foi o MVP, enquanto os melhores marcadores foram Luís Frade e Francisco Costa – 6 golos.
Paulo Pereira, selecionador nacional, começou por referir que “creio que houve ali algumas coisas que podíamos fazer melhor, como há sempre, mas entrámos no jogo defensivamente de uma forma extraordinária, com o [Gustavo] Capdeville a ajudar. Nós conseguimos parar alguns movimentos básicos que eles têm que são demolidores em termos do que é a finalização da primeira linha. À medida que o jogo vai evoluindo há pequenos detalhes que começam a falhar, nomeadamente a recuperação defensiva. Nós acabámos de jogar contra uma das melhores seleções do mundo a fazer a transição ofensiva.”
Acrescentou depois que “na segunda parte, creio que a utilização – prevista – dos dois canhotos e eventualmente o Salvador [Salvador] ou o Martim Costa foi a chave. Começou o Salvador para dar um pouco de descanso ao Martim e já não saiu porque fez um jogo fantástico, outra vez. O João Gomes também, são rotinas que eles têm no Sporting. Nós tínhamos a ideia de colocar o pivô longe para individualizar os defensores e começar os duelos 1×1 da direita para a esquerda, essa foi a ideia base. Depois ainda houve mais, que creio terem sido a chave para o jogo para dar a volta quando estávamos a perder por três.”
Tal como Paulo Pereira havia afirmado, Gustavo Capdeville corroborou: os quartos de final são o objetivo. O guardião que já soma 59 internacionalizações, acredita que Portugal está no bom caminho para chegar longe nesta edição do Campeonato do Mundo, ao afirmar que “[A vitória] foi importante psicologicamente. Temos trabalhado muito e ir com quatro pontos [para o Main Round] é mais uma chance para chegar aos quartos de final, que tem sido um sonho para nós. Chegar tão longe na competição e conseguirmos fazer o pleno novamente aumenta as nossas possibilidades de chegarmos longe.”
Resta conhecer o calendário para esta semana e “manter” o esquema das estrelas a brilhar no firmamento!