Com sessenta e dois anos de vida ligado à atividade física, ao desporto e a funções de índole social e de solidariedade, não tenho dúvida que os ensinamentos que a vida nos vai dando ao longo dos anos é um dos bens mais preciosos do ser humano.
Neste contexto – apesar dos vários vetores que contribuem para a felicidade do ser humano – não há nada como ter a hombridade de assumir um conjunto de sentimentos que nos tem transplantado pelo tempo, desde que nascemos até ao que ora vivemos, onde a ética e os valores do espírito desportivo e fair play tem, em grande parte, prevalência sobre outros, ainda que também com elevado significado, o que dignifica a nossa vida entre os seres vivos.
Daí que assumir que “o Desporto faz parte da herança de todos os homens e mulheres e a sua ausência nunca poderá ser compensada” (Barão Pierre de Coubertin, que criou os Jogos Olímpicos) e que “um país pode considerar-se realmente desportivo quando a maior parte dos seus habitantes sente o desporto como uma necessidade pessoal” (também da autoria de Coubertin) é seguir uma linha testada como vitoriosa, que defendo intransigentemente.
Desde que foi definido que “o Desporto é um bem público … que socialmente vale mais do que aquilo que custa”, torna-se evidente que temos de ter “garras” para romper e combater com tudo o que possa ser dito em contrário.
No mesmo sentido, reforçar que “o Desporto tem o poder de mudar o mundo; tem o poder de inspirar; tem o poder de unir um povo como poucas outras coisas podem fazê-lo. Fala aos jovens numa linguagem que eles entendem. O desporto pode criar esperança onde antes só havia desespero. É mais poderoso do que os governos em romper as barreiras raciais” (Nelson Mandela, o primeiro Presidente africano eleito na República da África do Sul), frases que continuam a ser um farol para todos nós neste mundo cada vez mais conturbado, onde os interesses comerciais se sobrepõem aos interesses sociais e de solidariedade.
E porque a personalidade é ímpar em todo o mundo, nada melhor do que ler mas, acima de tudo, “sentir” o que o Papa Francisco tem vindo a defender desde que foi eleito quando, referindo-se a Todos, disse que “O ser humano é estranho. Briga com os vivos e leva flores para os mortos; Lança os vivos na sarjeta e pede um “bom lugar para os mortos”; Afasta-se dos vivos e se agarra desesperadamente quando estes morrem; Fica anos sem conversar com um vivo e desculpa-se e faz homenagens, quando este morre; Não tem tempo para visitar o vivo mas tem o dia todo para ir ao velório do morto; Critica, fala mal, ofende o vivo mas o santifica quando este morre; Não liga, não abraça, não se importa com os vivos mas se autoflagela quando estes morrem; Aos olhos cegos do homem, o valor do ser humano está na sua morte e não na sua vida.
É bom repensarmos isto enquanto estamos vivos.”
Princípios tão básicos, comum à grande maioria da população mundial, pelos quais se tenta pugnar no dia-a-dia, isto é, falando com os vivos para que não morram tão depressa! Precisamos de todos!
Com ética, transparência e integridade!
Três palavras que muito significam para a sociedade – pela sua penetração sócio cultural e desportiva – mas que muitos atores fazem por não entender em qualquer tempo, mesmo que seja no bom tempo, no tempo em que o tempo também não corre de feição, mas com muitos a terem tempo para, noutro tempo, “arrefecerem” os pés a outros que, por isso e pelo tempo, não se conseguem segurar no tempo que podiam sorrir!
Mas sorriamos! Estamos sempre iluminados, ainda que sem tempo para ligar a luz! Continuando com a passagem do testemunho na estafeta da ética para a vida!