Miguel Moreira (Benfica) conquistou o primeiro título nacional de crosse, ao vencer a prova disputada, este domingo, em Guimarães, enquanto Mariana Machado (Sporting Braga) alcançou o “tetra” título na competição feminina, tornando-se nos expoentes da competição.
Fotos: FPA / Marcelino Almeida e FotoP
Tendo como palco de partida o Parque do Desporto, com chegada no interior da Pista de Atletismo Gémeos Castro, em Guimarães, o Benfica e o Sporting de Braga conquistaram os títulos coletivos.
A corrida masculina, com os atletas portugueses a marcarem uma posição de liderança, com três equipas, Sporting, Benfica e Sporting de Braga, a tentarem colocar-se nas melhores posições para o título coletivo, ilustraram as lutas principais, após uma primeira parte em que se estava a ver que a prova seria dominada por um atleta estrangeiro, no caso, o ugandês Hosea Kiplangat, que se destacou bastante.
Mas surgiu também na luta o benfiquista Miguel Moreira, que foi ganhando confiança, chegou perto do líder e acabou mesmo por o ultrapassar obtendo o triunfo absoluto, sagrando-se campeão de Portugal em 28m30s, deixando o sportinguista Kiplangat no segundo lugar a 5 segundos.
A luta coletiva também esteve ao rubro com tudo a decidir-se na última volta e também nos últimos metros, com André Pereira (Benfica) em terceiro lugar (28.56), mas repetindo o segundo lugar obtido no ano passado, ultrapassando os sportinguistas Ruben Amaral (4º, em 29.04) e Nuno Pereira (5.º, 29.06). O bracarense João Pereira foi o primeiro atleta do Sporting de Braga (6.º, em 29.06). Tudo se decidiu com os sétimo e oitavo classificados, os benfiquistas, Etson Barros (29.12) e Alexandre Figueiredo (29.19).
Com Miguel Borges, do Braga (29.24), João Amaro, do Benfica (29.29) e Miguel Marques, do Braga (29.32) a chegarem à frente do quatro elemento do Sporting, Duarte Santos (segundo sub-23), que cortou a meta com 29.35, ficou decidido o quarto triunfo coletivo conseguido pelo quarto ano consecutivo, de novo à frente do Sporting e do Sporting de Braga. Leandro Monteiro (Sporting), em 14º, foi o terceiro sub-23.
Para o vencedor, este título “era algo que eu ambicionava há algum tempo, claro que vim com vontade de ganhar, mas nada é certo, sabia que teria de disputar com os melhores portugueses, mas ainda consegui estar a lutar com um estrangeiro, e estou muito feliz com este desfecho”, afirmou o benfiquista, contente por mostrar um nível “internacional e europeu”, apesar de em algumas voltas estar um “bocadinho longe do ugandês, mas pensei que conseguiria chegar até ele e quando cheguei perto percebi que até poderia ambicionar mais e joguei a minha cartada que, felizmente, correu bem”. Miguel Moreira tem os olhos colocados no europeu de corta-mato. “Também é algo que eu visionava antes e que, agora com o que aqui demonstrei, já me deixa mais confiante para representar Portugal”.
Na prova feminina, a queniana Grace Nawowuna (Sporting) foi para a liderança da corrida, num ritmo muito forte e, um pouco mais atrás, Mariana Machado (Sporting de Braga) também se lançou ela própria noutro ritmo, muito acima das restantes portuguesas, numa luta se manteve até ao final. A queniana cortou a meta em primeiro lugar, com 24m59s, com Mariana Machado a cortar a meta 45 segundos depois, para se sagrar campeã de Portugal pela quarta vez consecutiva.
Na luta coletiva, cedo se verificou que o Sporting de Braga estava muito forte, não deixando que outras formações se chegassem muito perto. E a verdade é que o Sporting de Braga colocou mais três atletas até à sexta posição: Laura Taborda (terceira, mas vice-campeã de Portugal), com 27.03, Vanessa Carvalho (quarta classificada, mas medalha de bronze de Portugal), com 27.11, e Solange Jesus (sexta, com 27.26). A segunda sportinguista foi Neide Dias (quinta com 27.21) e as leoas ficaram mais para trás, ainda assim o suficiente para alcançarem o segundo lugar, à frente do Recreio de Águeda.
No escalão sub-23, venceu Beatriz Rios (AC Póvoa de Varzim), com 28.01, à frente de Rita Figueiredo, de Estreito (28.20), e de Petra Santos (Núcleoeiras), com 28.32.
Mariana Machado concordou que o triunfo “foi fácil, mas isto dá trabalho, é fruto de um grande trabalho. O atletismo é uma modalidade difícil e exigente. Sei que ultimamente ser campeã nacional se tem tornado “fácil”, mas eu sou uma corredora ambiciosa e tentei chegar o mais perto possível da queniana, pois o meu objetivo passa pelos Europeus de Corta-Mato e eu quero estar nesse ritmo”.
Adiantou ainda que “fui medalhada duas vezes nas competições para os escalões mais jovens, agora será a minha estreia como sénior. Apesar da expetativa ser alta não tenho nenhuma referência, mas preparei-me bem para conseguir uma boa estreia, espero que isso aconteça e estarei lá a dar o meu melhor para continuar a representar Portugal da melhor maneira”.
Com um historial recente, a estafeta mista, que apenas começou a ser disputada nos nacionais de corta-mato na época de 2021/2022, nunca conheceu “repetição” de clubes vencedores e esta época não foi exceção, com o Benfica, com o quarteto composto por José Carlos Pinto, Mariana Vargem, Isaac Nader e Salomé Afonso, a triunfar em 16m42s, deixando em segundo lugar a equipa do Sporting, campeã há dois anos, que cortou a meta em 17m06s, enquanto a formação do Maia AC foi terceira em 18m14s.
Nos escalões jovens, o Sporting conseguiu o pleno de vitórias coletivas, o que atenua um pouco o insucesso nos escalões absolutos. Individualmente, o Sporting apenas conquistou o título em sub-20 feminino.
A grande prova de sub-18 masculinos levou o espanhol Alex Sierpes (Benfica) a conseguir chegar na frente após o sprint final já no interior da pista, impondo-se (15m34s) a Afonso Gomes, do Sporting de Braga (campeão nacional), por um escasso segundo, enquanto outro bracarense, Teo Frutos já chegava mais distante (15.44). Uma vez que o vencedor é espanhol, Guilherme Filipe (Nucleoeiras) subiu ao pódio.
A prova de sub-18 femininos também foi emocionante, com a vencedora, Maria Jesus (AC Batalha), a isolar-se na última volta, para confirmar um bom triunfo em 14m34s. Mais para trás, grande luta com Cátia Khvas (Nuceloeiras) a conseguir chegar mais perto do primeiro lugar (14.37), ultrapassando a sportinguist Carolina Correia (14.49) e Mariana Moreira (OD Várzea), que cortou a meta em 15.10.
Também excelente a corrida de sub-20 masculinos, com Manuel dos Santos (Gira Sol), a impor-se com um sprint fortíssimo a faltarem cerca de 500 metros, ultrapassando todos os adversários para triunfar em 14m51s, à frente de Tiago Jorge (14.58) e Pedro Rodrigues (14.59), ambos do Juventude Vidigalense.
Em femininos, no mesmo escalão, a única prova destes escalões em que triunfou a favorita, a sportinguista Lara Costa (14m45s), no entanto, nos metros finais, a madeirense Solange Nunes (GD Estreito), conseguiu chegar em segundo lugar (14.48), ultrapassando outra sportinguista, Stela Fernandes (14.49).
A Associação de Atletismo de Lisboa venceu o inter-associações sub-16, somando 29 pontos, deixando bem longe as associações de Aveiro (66 pontos) e do Porto (72), esta última vencedora da primeira edição desta competição.
Individualmente, triunfaram dois atletas da Associação de Coimbra, Maria Pires (11.23) e Santiago Fernandes (09.38).
Integrado na prova principal, os nacionais de Atletismo Adaptado proporcionaram novos medalhados.
No setor de deficiência visual triunfou Isaías Gomes, da Runtejo, com 32m50s, enquanto no setor de deficiência intelectual triunfou Sandro Baessa, do Oliveira do Douro, com 33.42, à frente de Leonel Alves, JUNI, com 39.14. No setor de deficiência motora, os três primeiros foram: Rúben Monteiro, do Belenenses (37.41), Ricardo Rodrigues, do El Comandante (39.28) e Sergio Sousa, da Runtejo (48.36).