A seleção nacional de futebol entrou “mole” e assim ficou até ao final do primeiro tempo, com pouca chama para a chuva que caiu, tendo guardado para a segunda parte o foco principal, que era vencer (goleando 5-1 a Polónia), depois de alterada a equipa, em especial pela entrada de Vitinha.
Com isto, Portugal garantiu a presença nos quartos de final da Liga das Nações, que advém de ter vencido o grupo (A1), ainda que tenha de jogar mais um encontro (Croácia, na segunda-feira)
Com o Estádio do Dragão (Porto) repleto de um público que vibrou com a equipa nacional, apesar da chuva forte que se fez sentir, o desafio ficou resolvido com golos de Rafael Leão (59 minutos), Cristiano Ronaldo (72, de grande penalidade, e 87), Bruno Fernandes (80) e Pedro Neto (83), de Portugal, que passou a somar 13 pontos na liderança – mais seis do que a Croácia -, enquanto Marczuk (88) assinou o golo dos polacos.
Em relação à partida desta sexta-feira, Portugal esteve quase sempre na liderança (64/36% de posse de bola, com 6-4 remates, dos quais 0-3 para a baliza), se bem que não tivesse sido criado perigo iminente para a baliza dos polacos.
Refira-se ainda o “nervosismo” que se apoderou de alguns jogadores lusos (as ditas estrelas) em que Bruno Fernandes, Cristiano Ronaldo e Bernardo Silva tivessem sido prensados com cartão amarelo, em especial por reclamarem junto do árbitro, o que é o defeito dos que querem marcar, mas não marcam porquanto não rematam para a baliza. Depois a culpa é do árbitro!
No segundo tempo, com as primeiras substituições realizadas, em especial depois da entrada de Vitinha, a formação lusa entrou nos eixos e Rafael Leão (49’) começou a pressionar, rematando forte, mas ao lado da baliza polaca.
Dez minutos depois, Portugal chegou ao 1-0 (59’) quando o mesmo Rafael Leão, assistido por Nuno Mendes, num arranque combinado até aí inusitado, com a boa a voar para a cabeça de Leão para este marcar de forma fulgurante.
Foi o “tónico” que originou o resto da estratégia, com a formação nacional a entrar em velocidade de cruzeiro e os polacos a começar a fraquejar animicamente.
Em mais um ataque “programado” a bola foi para a área polaca, foi desviada pelo braço de um defesa, o que originou uma grande penalidade que (72’) Ronaldo transformou no 2-0, rematando frontal e forte, que o guarda-redes foi para um lado, mas a bola foi mesmo em frente.
A Polónia ainda respondeu com perigo, mas sem marcar, tendo-se chegado ao 3-0 (74’) através de um golo obtido por Bruno Fernandes, que recebeu a bola após a linha de meio-campo, galgou mais umas passadas e, antes da linha de grande área, rematou forte, em jeito de folha de árvore, que levou a bola a raspar na trave e entrar na baliza polaca com estrondo.
Aos 83’, Pedro Neto isolada pela direita, a passe de Ronaldo, e rematou forte entre o guarda-redes e o poste, por onde a bola entrou, fazendo o 4-0, que “estralhaçou” por completo a equipa polaca, tendo ainda oportunidade de chegar ao 5-0 (87’), depois de Ronaldo, a passe de Vitinha, fazer uma bicicleta de nível.
Os polacos tiveram tempo para marcar o ponto de honra (5-1), por Marczuk (88’), com a defesa lusa parada e a ver as montras.
Com um total de 66/34% de posse de bola, em 19-12 remates, dos quais 6-5 para a baliza, Portugal assumiu com grande dominador, tendo somado 13 pontos, contra 7 da Croácia, que também estará nos quartos de final, seguindo-se a Polónia e a Escócia, ambos com 4 pontos, estes que estarão noutra fase.
Os croatas, que jogam com a seleção portuguesa na segunda-feira, em Split, perderam por 1-0 na Escócia, mas também seguem para a próxima fase.
Tendo em conta o primeiro posto já garantido, a Equipa das Quinas será cabeça de série no sorteio dos quartos de final, agendado para 22 de novembro, sendo que já sabe que jogará a primeira mão fora e a segunda em casa.
Para o selecionador nacional, Roberto Martínez, “foi um jogo de duas partes. Estamos muito contentes porque a primeira parte foi muito má para aquilo que queremos fazer. Perdemos o foco, estivemos muito frustrados. A segunda parte foi do melhor que já vi da nossa equipa, com um foco e qualidade em tudo o que fizemos. Não é fácil tentar ganhar todos os jogos e marcar cinco golos e ganhar à frente dos nossos adeptos foi muito especial.”
“A Polónia abre muito os jogos, quer sempre ganhar e joga para ganhar, então cria oportunidades e também as sofre. A nossa primeira parte foi de um nível muito baixo, mas gostei muito da segunda parte. Conseguimos controlar o jogo rapidamente com bola, algo que não fizemos na primeira parte. Desfrutei muito dos cinco golos, foram de qualidade superlativa.”
Quanto aos “amarelados”, Martinez salientou que “era importante evitar uma situação pior. O Vitinha entra e tem um desempenho muito bom, mas a diferença da primeira para a segunda parte não foi um jogador. Mudámos de mentalidade, a nossa inteligência, conseguimos explorar os espaços que a Polónia deixava para nós jogarmos. Foi uma maior intensidade. Mas claro que ajuda quando temos jogadores como o Vitinha. O João Neves esteve ao mesmo nível que os restantes jogadores.”
Sobre a partida frente à Croácia salientou que ”queremos continuar no mesmo caminho. Já trocámos quatro jogadores no primeiro estágio, no segundo trocámos seis jogadores e agora, em novembro, o plano é continuar. Somos os primeiros do grupo, mas é importante agora abrirmos a competitividade pelos lugares na Seleção. Mas o nosso objetivo final é chegarmos ao nosso melhor nível na fase final do Europeu. Hoje voltámos a mostrar que os jogadores estão preparados.”
Entretanto, Diogo Costa e Diogo Dalot foram homenageados por terem cumprido 25 jogos com a camisola da seleção nacional, tendo cabido ao vice-presidente federativo, Humberto Coelho, a tarefa da entrega.