A um mês da realização (5 de Outubro), a Maratona de Lisboa já está na “rua”. Isto porque foi apresentada, esta quinta-feira, oficialmente à comunicação social, com algumas novidades e criticas à mistura.
As novidades referem-se ao lote dos atletas de maior gabarito, de onde sobressaem, como tem sido natural – porque são os melhores do mundo – quenianos, etíopes e eritreus.
Com registos individuais entre 2.05.15 e 2.07.27, este quinteto – a não haver mais atletas dentro destas marcas – forma o principal grupo para “atacar” o pódio final.
Os quenianos Martin Lel (2.05.15), Philip Sang (2.06.07), Stephen Tum (2.06.55) e Samuel Ndungu (2.07.04) e o eritreu Yared Asmeron (2.07.27) surgem na linha da frente para tentarem percorrer os 42.195 metros dentro desta bitola, no que poderão ser “ajudados” por uma alteração do percurso, que “alivia” um esforço suplementar logo na partida e ainda pelo facto de a pova começar às 8,30 – contra as 10,30 do ano passado – no que foi como que um “atentado” físico e mental aos atletas, face ao tempo quente que se fez sentir.
No lado feminino, a primazia vai para o quarteto formado pela queniana Agnes Kiprop (2.22.54) e para as etíopes Azalech Meresha (2.25.34), Sechale Daklassa e Aberu Mekuria, ambas com 2.26.27.
Quanto ao percurso, começa na estrada do Guincho, passa por Cascais e Estoril, aqui sem fazer a subida até ao Casino, o que é a primeira melhoria. A segunda é a da hora da partida e espera-se que a terceira, de grande impacte, seja a existência de um clima ameno e sem vento contra na recta da estrada do Guincho.
Na alocação feita a propósito do evento – manifestando o seu desagrado pelo facto do Turismo de Portugal continuar a não apoiar este evento “gold” internacional, “numa altura em Portugal está na moda”, como frisou – Carlos Móia fez a apologia dos autarcas, ao afirmar que “são esses elementos que criam infra-estruturas e equipamentos para tentar erradicar a exclusão social e dinamizar a vida de cada cidadão nas várias vertentes”, para o caso aludindo às Câmaras Municipais de Cascais, Oeiras e Lisboa, por onde passa a competição.
Deu ainda a novidade de que esta prova também é considerada como Campeonato de Portugal da Maratona, não se sabendo ainda quem serão os “vip’s” lusos, não sendo fácil arranjar muita gente de qualidade, até porque a maior parte deles estiveram no recente europeu de Zurique e não terão tido tempo de recuperar a condição física tão rapidamente.
Pelo meio, Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, acredita que “a Maratona de Lisboa vai ser como se verifica em Londres, Nova Iorque e noutras capitais onde se realizam maratonas com atletas do melhor nível mundial”.
Móia salientou ainda “estar pessimista quanto ao futuro, já cada vez é mais difícil arranjar patrocinadores e as câmaras municipais não podem apoiar em tudo”, o que foi confirmado por Carlos Morgado, Vice-presidente da Câmara de Oeiras, que referiu que “desde há cinco anos para cá o nosso orçamento baixou 50%, o que não permite promover, mais e melhor, eventos que sejam desta categoria”.
Duas notícias boas dadas pelo presidente do Maratona Clube de Portugal respeitam ao facto de que o número de inscrições está quase no limite fixado (4.000), pelo que os retardatários ainda se podem deslocar às agências do BANIF para tentar o bilhete de entrada nesta festa, que será finalizada com a actuação dos UHF, para além de ter rubricado o protocolo de acordo com o novo hotel da organização, o D. Pedro (Amoreiras)