Em vez de subir ao primeiro lugar e vencer o grupo, depois de estar a ganhar (4-3), a equipa portuguesa calculou mal a tática para o último minuto de jogo e acabou por se deixar empatar e ficar no segundo lugar, cabendo-lhe a França nos quartos de final.
A defender à zona em vez de homem-a-homem, para fechar mais o quadrado, a defesa lusa “descuidou-se” e permitiu uma pequena nesga para os argentinos chegarem ao empate – com Girão sem conseguir ver a trajetória da bola – e, dessa forma, terem uns “quartos” bem mais sossegados.
As duas equipas entraram no rinque a praticar um hóquei ofensivo aberto. Quando na posse de bola, ambas procuraram o golo, mas foi Portugal a marcar primeiro por intermédio de remate direto de Hélder Nunes, aos sete minutos do primeiro tempo, tendo, depois, assistido Gonçalo Pinto para o 0-2.
A Argentina reagiu bem à vantagem lusa e reduziu de penalti (1-2). Hélder Nunes bisou com uma assistência primorosa de João Rodrigues, mas a seleção Albiceleste não baixou os braços e logrou o empate, resultado com que as equipas foram para o descanso (3-3).
O segundo tempo começou com o jogo também equilibrado com as duas equipas cautelosas e focadas em não cometer erros.
A faltarem oito minutos para o final, Portugal começou a pressionar mais, à procura do golo da vantagem, o que conseguiu numa jogada em que, depois de uma grande defesa de girão, Rafa levou a bola até à baliza contrária e marcou o 3-4. A Argentina abdicou de Conti nos últimos 40 segundos para conseguir o golo e o 1º lugar do grupo, o que aconteceu a 12 segundos do fim, com uma “bomba” da meia-distância de Nolito a fazer o 4-4 final.
Rafa referiu que “é sempre complicado sofrer ainda para mais quando o jogo está a terminar, mas temos de analisar o jogo por ele todo e penso que estivemos bem”.
O jogador considerou que “a Argentina também fez um grande jogo. Como é óbvio queremos ganhar todos os jogos. Sabíamos que a vitória nos dava o primeiro lugar no grupo, mas também temos de dar mérito à forma como a Argentina trabalhou aquela situação e acabou por ser feliz.
O luso, Paulo Freitas, revelou que deixar fugir o primeiro lugar “é um sentimento de frustração, principalmente depois do trabalho enorme que a equipa fez durante os 50 minutos, perceber a 12 segundos do fim que tudo acabou por ruir. Mas tal como eu digo muitas vezes, hoje é dia de fazermos o luto e a partir de amanhã um novo dia, nada obviamente está perdido”.
Freitas explicou ainda que “era um objetivo intermédio que claramente o assumíamos, e eu assumi-o, ganhar o grupo para depois termos uma dimensão diferente em termos de dificuldade nos quartos de final. Mas não é por aí que vai alterar rigorosamente nada relativamente àquilo que temos de fazer. Vamos defrontar a França nos quartos final, com o objetivo de seguir em frente. Ganhar para estarmos nas meias-finais”.
Recorde-se que, nos dois jogos anteriores, Portugal venceu os EUA (10-2) e Angola (4-0).
Os quartos de final jogam-se na sexta-feira, com o Portugal-França (10h15), aguardando-se que se apure para as meias-finais (dia 21) e chegar à final (dia 22).
Seleção feminina venceu Argentina e está nos quartos de final do Mundial
De salientar que Portugal não vencia a seleção Albiceleste desde o campeonato do mundo de 2012 (no Recife) e, em toda a sua história, esta é a terceira vez que o conjunto luso derrota a Argentina.
A seleção entrou bem no jogo, determinada a impor o ritmo, mas a Argentina soube equilibrar, com as oportunidades a começaram a surgir de parte a parte, e com Cláudia Vicente a travar as tentativas de golo da adversária.
O bis de Joana Teixeira aos minutos aos 12 e 18 do primeiro tempo, levaram a equipa das quinas em vantagem para o intervalo.
Na etapa complementar, a faltarem 18 minutos para o final, Portugal dilatou, de bola parada, por Raquel Santos, na sequência de cartão azul mostrado a Luchi Agudo (0-3).
A Argentina não desistiu e pressionou sempre para tentar chegar ao golo, conseguindo reduzir para a margem mínima, a cinco minutos do final da partida, mas a vitória já não escapou a Portugal.
No final do jogo, a guarda-redes da seleção, Cláudia Vicente, explicou que “o esforço e o trabalho dão qualquer coisa, e o que deu está aqui”, sem esquecer que “é preciso manter os pés assentes na terra» e sublinhou que «estamos felizes, concretizadas e contentes».
Sobre a partida, Cláudia referiu que «foi um jogo de muita capacidade de defender e de esforço» em que a equipa aproveitou «as oportunidades quando as tivemos e fomos eficazes e, depois, foi defender». «Como o nosso treinador diz, nem olhamos para baixo, nem olhamos para cima, olhamos em frente. Por isso, pés no chão, continuar a trabalhar e o campeonato continua», concluiu.
O selecionador nacional Hélder Antunes começou por “enaltecer a forma como a nossa equipa encarou o jogo e como percebeu que, se calhar, não tinha as mesmas armas que a Argentina, mas percebeu como – com as nossas armas – a podia contrariar”.
Antunes explicou que a seleção “continua com os patins bem assentes na pista, tratou-se apenas três pontos. Se calhar contra as expectativas de muita gente assegurámos o primeiro lugar do grupo e, a partir de agora, é que isto vai começar, com o mata-mata”.
O técnico pensa agora em recuperar as jogadoras «e pensar no jogo de amanhã dos quartos de final para tentarmos ir o mais longe possível no mundial» e sublinhou que «o segredo desta seleção é a capacidade que as jogadoras têm de assimilar de uma forma simples, o que têm de fazer, em que cada uma percebe especificamente a sua função e, em determinados momentos, o que é que podem e não podem fazer. Isso torna-nos mais coesos e mais fortes e minimiza os problemas que temos”.
Nesta fase (grupos), Portugal derrotou a Colômbia (5-0), a França (5-0) e agora a Argentina (3-2), defrontando a França nos quartos de final, nesta quinta-feira,
Até aqui, tudo bem encaminhado, para mais altos voos!