Quinta-feira 19 de Setembro de 2024

Duplo pódio para Portugal no encerramento do mundial de ciclismo para Surdos

Ciclismo-Europeu--15-09-2024

FPCiclismo

André Soares, em segundo, e João Marques, na terceira posição, encerraram da melhor forma a participação portuguesa no Campeonato do Mundo de Ciclismo para Surdos, em Świętokrzyskie, Polónia.

A competição, que já dera duas medalhas a André Soares, terminou com os 122 quilómetros da prova de fundo, resultantes de cinco voltas a um circuito exigente de 24 quilómetros, que desviava para uma rampa onde estava instalada a meta.

As várias tentativas de fuga não resultaram, acabando por ser a lei do mais forte, nas rampas finais a decidir a corrida. Nos últimos 1500 metros, com inclinação média de 7,6 por cento, deram-se as movimentações decisivas.

O grego Panogiotis Chionis destacou-se nos últimos 100 metros, vencendo com quatro segundos de vantagem sobre André Soares e João Marques, que ocuparam as restantes posições de pódio.

Valter Sousa, selecionador nacional, salientou que “sabia que o André tinha condições para o pódio. O João fez uma corrida inteligente, sempre resguardado, no grupo dos favoritos, o que lhe permitiu estar na discussão da corrida. É um excelente indicador para os Jogos Surdolímpicos, que se realizam no Japão, no próximo ano”.

Sorte não acompanhou exibição de luxo dos irmãos Oliveira

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FPCiclismo

Uma avaria em pleno sprint retirou a Rui Oliveira a oportunidade de discutir as posições de honra na prova de fundo para elite do Campeonato da Europa de Estrada, este domingo concluido na Bélgica.

Numa corrida em que Ivo e Rui Oliveira colocaram Portugal sempre em evidência e na discussão dos primeiros lugares, um toque entre ciclistas, em pleno sprint, fez saltar fora a corrente da bicicleta de Rui Oliveira, que ficou completamente presa, impedindo o corredor português de pedalar nas últimas centenas de metros, quando iria ser lançado o sprint.

Na altura, Rui Oliveira estava bem colocado e em condições de bater-se pelas posições cimeiras, numa prova que acabaria vencida pelo belga Tim Merlier, diante do neerlandês Olav Kooij e do estoniano Madis Mihkels, com o português a ser relegado para a 36ª posição, a 10 segundos do vencedor

As más notícias para Portugal começaram logo pela manhã, com a doença de Iúri Leitão a impedir o campeão olímpico de pista de competir. Mas a Seleção Nacional não desmoralizou e começou imediatamente ao ataque, com Ivo Oliveira a integrar uma fuga de cinco corredores que comandou a corrida durante cerca de 100 quilómetros.

A iniciativa só seria anulada em pleno Circuito de Limburgo, a sucessão de troços de empedrado, estrada estreita e subidas curtas, a cerca de uma centena de quilómetros do final. Mas, com Ivo Oliveira absorvido, o irmão logo colocou Portugal novamente em evidência.

Durante cerca de 40 quilómetros sucederam-se as movimentações, com nomes fortes, como o campeão mundial Mathieu van der Poel, e Rui Oliveira esteve envolvido na maior parte. Em muitos casos, foi mesmo o mais trabalhador na procura de distanciar-se do pelotão.

Entretanto, o segundo azar do dia bateu à porta de Portugal. Ivo Oliveira foi vítima de furo, sinalizou a situação, mas o carro de apoio português nunca foi chamado pelo rádio-volta para prestar assistência. Ivo Oliveira foi tentando pedalar, apesar da avaria, mas acabou por ver o grupo dos favoritos distanciar-se até ser alcançado pelo carro de apoio. Foi um atraso irreversível, que ditaria o abandono do corredor.

Após os ataques em que esteve envolvido Rui Oliveira, foi a vez de um sexteto se adiantar, a pouco mais de 50 quilómetros da meta. No grupo estavam três dos maiores candidatos ao triunfo: Mathieu van der Poel, Christophe Laporte e Mads Pedersen. As seleções de Itália e da Bélgica não deram grande margem aos escapados, anulando a fuga a 25 quilómetros da meta.

A partir daí foi a preparação do sprint, com Itália a impor o ritmo no pelotão. Rui Oliveira recuperou do esforço na fase intermédia da corrida e colocou-se para discutir os primeiros lugares, escolhendo sempre rodas fortes para o lançamento do sprint.

Foi nessa altura que um toque com o neerlandês Olav Kooij deixou a bicicleta do português impraticável, tendo Rui Oliveira cortado a meta sem poder pedalar, fazendo mesmo a pé as centenas de metros que separavam a meta do parque das equipas, com passagem pela zona mista.

Rui Oliveira justificou que “estive no grupo que mexeu com a corrida, ataque nesse grupo duas ou três vezes, ainda consegui recuperar para o sprint, mas estava mesmo a sentir-me confiante. Sentia mesmo boas pernas. Fiz uma boa aproximação, atrás da Itália. Nos últimos metros apanhei a roda do Philipsen, que vinha por fora, a gastar um pouco. Vi a placa dos 500 metros, percebi que era cedo para arrancar. Esperei um pouco e quando ia na roda do Jasper Philipsen tive um toque do Olav Kooij, bati noutro ciclista e a corrente engelhou-se. Não consegui voltar a colocar a corrente”.

Rui Oliveira lamenta o desfecho “daquela corrida em que iria ter o meu melhor resultado pela Seleção na estrada, mas acho que mostrei do que sou capaz e tenho plena confiança de que posso fazer um resultado muito grande na estrada e vou continuar a lutar por isso”.

“O Ivo e o Rui são corredores com qualidade e experiência neste tipo de corridas e de percursos. Fizeram uma corrida excecional. Estiveram sempre presentes nos momentos de discussão da corrida. Tiveram um grande desempenho que só a falta de sorte impediu que fosse também um grande resultado”, resumiu o selecionador nacional, José Poeira.

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