Victor Ricardo Santos e Yazaldes Nascimento estiveram em grande plano no segundo dia do europeu que decorre em Zurique, com o primeiro a bater, de novo, o seu próprio recorde de Portugal dos 400 metros e o segundo a alcandorar-se na final dos 100 metros.Santos, que na eliminatória tinha conseguido 45,81, chegou à meia-final, esta quarta-feira, por mérito próprio, onde voltou a melhorar o que havia feito na véspera, gastando 45,74 e ficando apenas a 27 centésimos da final, embora tenha sido o 7º na classificação geral por tempos. Mas as regras são outras.
Grande proeza foi também cometida pelo velocista Yazaldes Nascimento, que conseguiu apurar-se para a final dos 100 metros, o que já não acontecia aos portugueses há um bom par de anos. Na meia-final foi 3º com 10,30, sendo o 8º entre os 24 semifinalistas, garantindo um lugar na final. Na sua série, Yazaldes pareceu-nos que não partiu tão bem como se esperava, mas recuperou bem e acabou a “discutir” os dois primeiros lugares.
Na final as coisas foram totalmente diferentes, dado que partiu bem mas “perdeu-se” um pouco nos restantes metros, acabando por terminar, ainda assim, num excelente oitavo lugar mas com um tempo (10,46) que já não se usa para o “tamanho” (qualitativo) que ele tem.
O novo campeão europeu, mais ou menos inesperado, foi o britânico James Dasaolu, com 10,06, tendo o principal favorito, o francês Lemaitre, conquistado a medalha de prata.
Mais dois atletas lusos estiveram em primeiro plano, como foram os casos de João Almeida e Vera Barbosa.
O filho do antigo (e falecido) recordista nacional, Pedro de Almeida, seguiu as passadas do pai tornando-se recordista nacional dos 100 metros barreiras (13,47), tendo esta quarta-feira obtido um excelente tempo de 13,58, que não foi suficiente para chegar à meia-final, da qual ficou apenas a quatro centésimos, mas sendo o seu melhor registo da presente época do atletismo.
Quanto a Vera Barbosa, teve o “descaramento” de se classificar no terceiro lugar, entre as 26 participantes, chegando à meia-final com o tempo de 55,85, ela que é a recordista nacional com 55,22. Se se mantiver este ritmo, por certo que estará na final e, aí, lutar pelo pódio.
Uma certa surpresa foi causada pela recordista nacional do triplo, Patrícia Mamona, que nunca não “atinou” na prova, conseguindo ficar de fora da final ao saltar apenas13,62, comparando com os 14,52 que tem como recorde nacional.
Na oportunidade, aproveitou Susana Costa para fazer uma qualificação metódica e conseguir uns 13,76 que garantiram a presença na final para ver se conseguirá chegar aos 14,11 deste ano ou aos 14,19 que é o recorde pessoal.
Na final (directa) dos 10.000 metros, Ricardo Ribas acabou em 12º, com 29.09,47, muito aborrecido porque não conseguiu o que pretendia, que era chegar entre os 10 primeiros para ter acesso à preparação olímpica, o que ajudava o orçamento familiar.
O triunfo pertenceu ao duplo campeão mundial e olímpico, o Britânico Mo Farah, embora com num registo relativamente modesto para a sua categoria.
As situações menos positivas acabaram por vir da marcha, disciplina em que os portugueses de há muito dão cartas, com os gémeos João e Sérgio a ficaram pelo caminho até ao meio da prova. João passou com 17,12 no controlo do quarto quilómetro e deixou-se de “ouvir”, tendo desistido pouco depois.
Sérgio, por seu lado, ainda teve registo nos 10 km (40,52) mas a partir daí deixou de se ver. Outra desistência.
Em termos de medalhas, este segundo dia fechou com a G. Bretanha no comando, com 4 de ouro, uma de prata e duas de bronze, num total de 7, à frente da Alemanha (2-0-1), da França (1-5-1, Espanha (1-1-0) e Bielorrússia e Holanda, com apenas uma de ouro.
Para esta quinta-feira, houve alteração ao programa e não haverá eliminatórias dos 5.000 metros, pelo que Dulce Félix e Sara Moreira podem continuar a descansar … activamente.
O dia abrirá com os 20 km marcha, onde Inês Henriques (1.29.30,) e Ana Cabecinha (1.27.46) defenderão as cores nacionais mais ou menos “coxas” pela ausência de uma terceira atleta, que tem sido o padrão colectivo nas últimas provas do género.
Edi Maia e Diogo Ferreira vão tentar qualificar-se para a final do salto com vara, partindo Edi com um registo de 5,70 e Diogo a 5,67, enquanto Carla Tavares vai estar na primeira eliminatória, tendo com o objectivo chegar aos 23,48 que detém e ser apurada para a final, o mesmo sucedendo a David Lima, também nos 200 metros, para onde “parte” com os registos de 20,72 e 20,95.
Da parte da tarde, Vera Barbosa estará na meia-final dos 400 metros e tem condições para chegar à final, enquanto o campeão olímpico Nélson Évora participa na final do triplo salto, onde tudo pode acontecer, dado que o nível de resultados feitos na prova de qualificação dão para isso.
Que assim seja.