Decorreu hoje, segunda-feira, o primeiro treino do estágio da SNA, realizado no campo 1 do quartel-general da FPF e Cristiano Ronaldo foi o jogador que veio a Sala de Imprensa responder dos jornalistas.
Cristiano Ronaldo, capitão da equipa nacional, fez a antevisão dos encontros frente a Croácia e Escócia, a contar para a Liga das Nações, recorde-se que o primeiro é com Croácia, quinta-feira, no Estádio da Luz a partir das 19h45.
Ainda antes do primeiro treino do estágio, realizado no campo 1 do quartel-general da FPF, o jogador mais internacional da história do futebol ficam aqui algumas das declarações :
“Isso foi tudo da imprensa. Nunca me passou pela cabeça, antes pelo contrário. Só me deu mais motivação para continuar”
“Sinto-me bem, quase em forma. Mas o Mundial é só em 2026 e não posso responder a essa pergunta. O momento é bom e é viver neste momento, que é muito positivo. É tentar entrar bem na Liga das Nações. Estou muito feliz por estar aqui na Seleção. 2026? Há muita história pelo meio.”
“A confiança está intacta, parece-me. A equipa fez um bom Europeu, temos dois testes bons pela frente e é em casa, o que é muito positivo. Gostava que o estádio estivesse cheio, seria bom sinal, seria sinal que os adeptos estão com a Seleção. Há que viver o presente, estar nessa linha. É um ciclo novo.”
“Depois de chegar à meta de 899 golos, achas que ainda estou preocupado com o golo 901 ou 902? São tantos, isso já não me move, mas sim a alegria de ir para o treino, ter competição, sentir a ‘suadeira’ de ir para um jogo. Isso é o mais importante. Haverá jogos em que não vou marcar, faz parte e não é problema. Não é fácil fazer esses números. Antes dos 1000, há os 900, que espero bater. Mas temos de encarar isto como uma brincadeira a sério. Não viver obcecado com o golo, porque isso vai acontecer naturalmente. Se o presente for bom, continuarei e tentarei chegar a essa marca. Se não, não tem problema. Ainda assim, esta marca de 899 golos não me parece nada má…”
“A crítica é ótima, se não houver crítica não há evolução. Sempre foi assim e não vai mudar. Tento ajudar a Seleção e o clube, não só com golos, mas com assistências, disciplina e sendo um exemplo. O futebol vai mais além de golos e assistências. As pessoas que acham que percebem, não entendem e nunca estiveram num balneário. É a mesma coisa que eu falar de Fórmula 1. Como vou opinar sobre F1 se nunca estive dentro de um carro – por acaso já estive! -, a conduzir, se não percebo de jantes, do peso do carro, etc? Mas é normal. Crítica é normal e faz parte, por isso continuem!”
“Terei sempre o pensamento de que serei titular, respeitando sempre as decisões do selecionador e nos clubes onde joguei, sempre respeitei. Uma ou outra vez… (risos), também se portaram mal comigo. Sempre que houver uma ética profissional, respeitarei sempre as decisões dos treinadores. Quando foge da ética profissional, aí sim pode haver controvérsia. Sinto que sou uma mais-valia neste momento para a Seleção e as palavras do míster assim o demonstram. Quando sentir que não sou uma mais-valia, sou o primeiro a ir embora. E irei de consciência tranquila. Sei o que posso fazer e que vou continuar a fazer. Encaro o presente de forma muito positiva. Sinto-me feliz, acho que em termos gerais foi positivo (qualificação e Euro). Quando chegar esse momento, mais cedo ou mais tarde, serei o primeiro a dar o passo em frente. É escusado as pessoas opinarem. Não será uma decisão difícil de tomar mas sim normal, como outros jogadores. Temos o exemplo do Pepe, que fez uma carreira excelente, foi um exemplo para todos e saiu pela porta grande. E acho que todos os jogadores que saíram da Seleção e que deram o seu contributo vários anos, têm de pensar que sairão sempre pela porta grande. É ver com alegria e não com tristeza.
“Na vida de um futebolista há bons e maus momentos. Quando as coisas vão bem, é dificil evoluir, por isso tiramos ilações, no futebol e na vida. Temos de saber encarar os momentos menos bons com otimismo e leveza. A vida é assim. No Europeu a expectativa que as pessoas colocaram na Seleção foi demasiado alta e acabaram por se perder nos seus pensamentos. Se ganhas nos penáltis, estávamos nas meias-finais e já ficavam todos contentes e encarávamos a Espanha. A meu ver não foi uma desilusão, foi parte do crescimento de uma Seleção, com novos jogadores e selecionador, que tem de ter o seu tempo. A meu ver foi positivo. Ninguém gosta de perder, mas para mim não foi fracasso, acho que foi uma vitória, temos de estar orgulhosos disso.”
“Sempre fez parte da Seleção integrar os mais novos, sempre foi assim e para mim é normal. Desde o tempo em que estou na Seleção que os mais novos têm sido sempre bem recebidos. O meu papel será sempre o mesmo, ajudar quem vem, mas muitos na equipa têm feito esse papel muito bem. Vejo com bons olhos essas experiências que o míster tem feito.”
“Muitos deles, dos mais novos, têm vergonha de falar comigo (risos)! Há bocado vi o miúdo de 17 anos, o Quenda, fui ter com ele e disse ‘então jogador, estás recuperado do jogo?’. E ele ficou envergonhado. Na Seleção sou um irmão mais velho, um pai pode ser para alguns (risos). Já passei pelo mesmo que eles e fui sempre bem recebido. É pensar agora na Liga das Nações, que queremos ganhar.”