Susana Feitor, que integrava a direcção presidida por Jorge Vieira, apresentou esta sexta-feira, a demissão do cargo que ocupava no executivo federativo.
A notícia foi conhecida através de um “post” colocado pela própria atleta no Facebook, não sendo de todo inesperada esta tomada de posição, face à sua exclusão da equipa portuguesa para o europeu que se inicia na próxima terça-feira, em Zurique.
Um regulamento com uma “pequena” lacuna e uma falta de diálogo entre a atleta e o técnico nacional responsável pela selecção dos atletas, gerou uma forte crítica por parte da mais medalhada marchadora portuguesa, depois que foi conhecida a sua exclusão do grupo dos escolhidos.
A lacuna regulamentar refere-se ao facto de, entre o Campeonato de Portugal e o europeu existir o Campeonato Ibero-Americano – sendo que quem fosse ao ibero-americano não iria a Zurique – e o diálogo (para esclarecer esta situação) não se realizou, a que se junta ainda a situação de Susana ser a quarta atleta com mínimo – e sem obrigação de os confirmar, como foi definido logo que foram escolhidas os atletas da marcha e das provas de fundo (10.000, maratona e marcha) – tornando-a, obrigatoriamente, a primeira suplente para qualquer anomalia que se pudesse registar em relação às três seleccionadas.
E foi isso que não aconteceu quando o médico da Federação comunicou que Vera Santos estava lesionada e não podia (ou não devia) seguir para a competição internacional.
A primeira decisão que o seleccionador nacional devia ter feito era subir Susana a efectiva, de direito pleno, porque tinha mínimo, independentemente de ter participado ou não no ibero-americano, até em distância menor (10.000), onde teve uma excelente prestação.
Uma vez mais, os regulamentos não se cumpriram, o diálogo não existiu, o seleccionador não procedeu da forma que estava definida, sendo certo que, técnica e moralmente, Susana Feitor devia ter integrado a selecção nacional.
Junta-se ainda a isto tudo o facto de a atleta se sentir mais penalizada porquanto, quase de certeza, este seria o último europeu da sua já longa e brilhante carreira.
A dirigente-atleta não divulgou as razões do pedido de demissão no Facebook, apenas que conversou com Jorge Vieira e decidiu demitir-se.