Segunda-feira 23 de Setembro de 2024

Adeus Paris’2024 – Benvindo Los Angeles’2028

end paris 2024

Paris 2024

Este domingo, terminou mais uma edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, desta vez com os problemas verificados no Rio Sena mas com um salto nitidamente positivo em termos de resultados (singulares e coletivos), realçando o empate entre os Estados Unidos da América e a China na questão das medalhas (40 cada um) de ouro conquistadas.

Não foi a prolongamento nem a grandes penalidades, mas a bagagem norte-americana foi muito superior no desempate pelas medalhas de prata (44-27), contabilizando (42-27) os bronzes. Os EUA chegaram a um total de 126 contra 93.

De acordo com os relatos possíveis de saber, tirando as questões da alimentação e condições de “sobreviver” na aldeia olímpica – onde houve algumas situações eventualmente a mudar durante os Jogo Paralímpicos, não há notícias de atletas suspensos e ou desclassificados por dopagem (assunto nunca falado por ninguém, o que se estranha).

Quanto aos dois atletas portugueses no último dia dos Jogos, Maria Martins finalizou o Omnium na 14ª posição

JOParis-Portugal-Maria-11-08-2024

Francisco Paraíso/COP

A ciclista lusa somou 57 pontos, numa prova que consagrou Jennifer Valente (EUA) como campeã olímpica (144 pontos), tendo a prata ido para a polaca Daria Pikulik (131) e o bronze para a neozelandesa Ally Wollaston (125).

Maria Martins abriu o Omnium com um 13º lugar no Scratch (16 pontos), seguindo-se na corrida Tempo onde foi 8ª e somou mais 26 pontos, o que lhe permitiu para subir a 11ª, na geral, com 42 pontos. Na corrida de eliminação a atleta portuguesa foi a oitava a ser eliminada, o que significou um 15º lugar e mais 12 pontos, com nova descida ao 13º lugar.

Maria Martins finalizou a sua participação na corrida por Pontos, na qual foi a 15ª, somando mais 7 pontos, totalizando 61, o que lhe deu o 14º lugar final.

Maria Martins referiu que “fiz a preparação que fiz, abdiquei de muita coisa para estar aqui. Obviamente que precisamos que as coisas corram na nossa feição ao longo do dia e infelizmente não fui tão consistente como queria. Acho que vou sair daqui satisfeita por ter feito o possível, mas trabalhei para o diploma e isso ficou um bocado aquém. Queria repetir, estava consciente da dificuldade que era, mas trabalhei para ele.

É muito complicado gerir as emoções dos últimos dias e confesso que me senti, a certo ponto, vulnerável para o meu dia. Obviamente que isto para mim é uma grande felicidade e finalmente posso festejar o que eles alcançaram. Treino com eles quase todos os dias e sei o processo que fizeram até aqui. Tudo o que conquistaram é merecido.”

Na sua estreia olímpica, Susana Godinho Santos terminou a maratona em 57º lugar, com o tempo de 2.35.57. A portuguesa oscilou nos 42,195km entre o 63.º lugar registado à passagem dos 5km e o 48.º posto aos 10km, para a partir daí se colocar no grupo das 50, até terminar em 57ª. A vitória, com recorde olímpico, foi para Sifan Hassan – 2.22.55 – seguida da etíope Tigst Assefa e da queniana Hellen Obiri.

Susana Godinho Santos salientou que “estava no meu melhor momento de forma, sabia que não era para bater recorde pessoal, mas esperava aproximar-me. A partir dos 30km comecei a sofrer muito e então tive de gerir o esforço para não parar e chegar até ao fim. O meu pensamento era só acabar, foram 12km em sofrimento. Acho que é dos percursos mais duros que fizeram até hoje numa maratona, o desnível era muito grande, as descidas também eram muito acentuadas. Foi mais correr com o coração”.

JOParis-Portugal-Equipa-11-08-2024

Francisco Paraíso/COP

Em termos portugueses foi uma parte final em cheio, com a conquista das quatro medalhas (1 de ouro, duas de prata e uma de bronze), melhorando a qualidade do “material” em relação a Tóquio’2020, porque arrecadou duas de prata.

Recorde-se que Portugal passou a ter 32 medalhas olímpicas conquistadas, sendo 6 de ouro (5 no atletismo e uma no ciclismo de pista), 11 de prata e 15 de bronze, com o atletismo de liderar as medalhas, o que fez desde 1984, ou seja, durante 40 anos.

Registaram-se muitos recordes nacionais (países), olímpicos e até mundiais, com especial relevo para o sueco Armand Duplantis no salto com vara, que foi um espetáculo.

Com o desfile no Stade Olímpico de France, sem o colorido do que foi a cerimónia de abertura, tudo foi simples e a formação lusa completou no 48º lugar entre 91 países que foram medalhados, o que foi a melhor média dos últimos anos.

Com modalidades em estreia (com vista ao futuro) e outras de exibição, Thomas Bach, presidente do Comité Olímpico Internacional, salientou que “atingimos a plenitude da paridade de género”, o que é relevante, tendo agradecido ao presidente francês Emanuel Macron o apoio na organização, que não teve problemas de maior.

la 2028 olimpic gamesFoi ainda aproveitada a cerimónia de encerramento para coroar as três mulheres que cumpriram a prova feminina e para se ficar a conhecer mais quatro membros da Comissão de Atletas do Comité Olímpico Internacional, que tinham sido acabados de serem escolhidos pelos pares.

Tony Estanguet, presidente do Comité Organizador dos Jogos transmitiu a felicidade do país em ter promovido todo o programa dentro de condições normais, sem sequências negativas, pelo que considerou com um “êxito” do povo francês.

O último ato foi a transmissão da bandeira dos Jogos Olímpicos de Paris para Los Angeles’2028, que será a terceira vez que a recebe, desde 1932 (primeira), seguindo-se 1984 (onde Carlos Lopes se sagrou campeão olímpico da maratona).

 

Estados Unidos da América campeão dos medalhados

 

Os Estados Unidos da América foram os mais medalhados, numa luta cerrada até aos últimos minutos dos Jogos, ante uma China que igualou (e andou mais vezes na liderança) as medalhas de ouro (40), com os norte-americanos a somarem 44 pratas contra as 27 dos chineses, e 42-24 de bronze, que decidiram a contenda da oficiosa classificação das medalhas conquistadas.

O Japão entrou forte no último dia e foi conquistar o terceiro lugar do pódio, somando 20 de ouro, 12 de prata e 13 de bronze, num total de 45.

A Austrália desceu a um ainda excelente 4º lugar, com 53 (18-19-16), seguindo-se:

França, com 64 (16-26-22); Países Baixos, com 34 (15-7-12); Grã-Bretanha, com 65 (14-22-29); Coreia do Sul, com 32 (13-9-10); Itália, com 40 (12-13-15); e Alemanha, com 33 (12-13-8).

Portugal subiu ao 48º lugar, com 4(1-2-1), com a medalha de ouro, duas de prata e de bronze alcançadas pelos ciclistas Iuri Leitão e Rui Oliveira, Pedro Pichardo (atletismo) e a judoca Patrícia Sampaio (+ 14 Diplomas), com 91 países a contabilizar medalhas conquistadas.

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