Pedro Pichardo conquistou ontem a medalha de prata no triplo salto dos Jogos Olímpicos Paris 2024, a segunda consecutiva depois do ouro em Tóquio 2020.
Esta é a terceira medalha da Equipa Portugal em Paris 2024, depois da prata de Iúri Leitão no Ciclismo de pista e do bronze de Patrícia Sampaio no Judo, e a 31ª em todas as edições dos Jogos Olímpicos.
Pedro Pichardo igualou Carlos Lopes como único atleta que tem medalhas olímpicas de ouro e prata e passam a ser seis os atletas portugueses com duas medalhas olímpicas: para além de Lopes e Pichardo, também Luís Mena e Silva (Equestre), Fernanda Ribeiro e Rosa Mota (Atletismo), e Fernando Pimenta (Canoagem) subiram duas vezes ao pódio, este com hipótese de ser o primeiro, neste sábado, a alcançar três medalhas olímpicas.
Pichardo abriu o concurso do triplo no Stade de France com um ensaio de 17,79, subiu mais cinco centímetros (17,84), mas teve de enfrentar a forte concorrência do espanhol Diaz Fortun, que saltou consecutivamente 17,86 (a marca vencedora), 17,64, 17,85 e 17,84. Pichardo fez um nulo no terceiro ensaio e 17,52 no quarto. As decisões ficaram para o sexto e último salto, porque Pichardo decidiu abdicar do quinto salto, enquanto Diaz Fortun fez 17,25.
Na sexta tentativa, Pichardo saltou 17,81, cedendo o título olímpico a Diaz Fortun, que se superiorizou por apenas dois centímetros. A medalha de bronze foi para o italiano Diaz Hernandez (17,64).
Pedro Pichardo salientou que “perdi por dois centímetros e nos primeiros saltos estava a saltar 20 centímetros atrás da tábua. Bastava ter acertado na tábua e ganhava. Infelizmente, nesta competição não se pode cometer erros. Paguei e perdi a medalha de ouro. Obviamente, custa muito perder assim, porque eu tenho trabalhado desde os Europeus para demonstrar o meu nível de melhor atleta do triplo salto. Hoje não aconteceu, perdi por dois centímetros. Infelizmente, não se podem cometer erros e hoje cometi vários. No quarto salto senti uma dor, por isso não fiz o quinto. Pensava que tinha uma lesão e pedi para não fazer o salto.”
“Há alguns anos prometi à minha mãe que acabaria em Los Angeles, mas os últimos tempos não têm sido fáceis. Infelizmente, em Portugal não temos apoio das instituições, só olham para o futebol. Tenho vindo a pensar em aposentar-me a partir de hoje. Não sei, vou pensar se continuo.”
Portugal conquistou até esta sexta-feira, em Paris 2024, três medalhas – prata por Iúri Leitão e Pedro Pichardo, e bronze por Patrícia Sampaio – e doze diplomas: dois no Ciclismo, por Iúri Leitão e Nelson Oliveira; um no Judo, por Patrícia Sampaio; três no Triatlo, pela Equipa mista e por Vasco Vilaça e Ricardo Batista; um na Ginástica, por Gabriel Albuquerque; um na Vela, por Diogo Costa/Carolina João; um na Canoagem, por João Ribeiro/Messias Baptista; um no Tiro com Armas de Caça, por Inês Barros, e dois no Atletismo, por Jéssica Inchude e Pedro Pichardo.
Está confirmado mais um diploma para a Equipa Portugal com o 8.º lugar alcançado por Jéssica Inchude na prova de lançamento do peso. A portuguesa teve o melhor lançamento a 18,41 metros, obtidos na segunda tentativa.
Vanessa Marina foi esta sexta-feira a 13ª classificada na histórica competição de Breaking que se estreou nos Jogos Olímpicos Paris 2024 e não estará no programa desportivo de Los Angeles 2028.
A “b-girl” da Equipa Portugal terminou a sua participação na fase de grupos, em que somou três insucessos frente a India, dos Países Baixos (0-2: 3-15), à chinesa 671 (0-2: 4-14) e a Sunny, dos Estados Unidos (0-2: 5-13).
Vanessa Marina: “O meu objetivo era representar Portugal da melhor maneira. Claro que as outras meninas, se calhar, têm um nível acrobático muito maior do que o meu, mas o meu objetivo foi cumprido. Fiquei em 13º no Mundo. Já é muito difícil chegar aqui, no top 16, e eu fiquei em 13º. Dei tudo o que podia dar e o resultado é só um resultado, depende do dia, do júri. Talvez na próxima consiga melhor.”
Na canoagem, João Ribeiro e Messias Baptista foram esta sexta-feira os 6ºs classificados na final A de K2 500, nos Jogos Olímpicos Paris 2024.
A dupla de canoístas conquistou assim o 10º diploma para a Equipa Portugal, numa prova em que fez o tempo de 1.27,82. Foram campeões olímpicos os alemães Schopf/Lemke (1.26,87), a prata foi para os húngaros Nadas/Totka (1.27,15) e o bronze para os australianos Westhuizen/Green (1.27,29).
João Ribeiro referiu que “vínhamos com a ambição de levar uma medalha, tínhamos esse objetivo. Fomos campeões do Mundo no ano passado, sabíamos que todas as equipas estavam a reforçar-se para chegar aqui na melhor forma. Nós fizemos o nosso trabalho, fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para chegarmos bem. Sabíamos tudo o que era preciso fazer, ao milímetro, o que descansar, o que comer, o que fazer para recuperar, o que fazer na competição. Mas houve cinco barcos melhores do que nós. Ainda não analisámos a prova, mas sentimos que em relação à dupla do lado esquerdo [os húngaros medalha de prata] saímos bem atrás. Vamos ter de nos sentar e ver o que podíamos ter feito melhor. Agora impera um pouco a tristeza por não ter chegado à desejada a medalha, mas daqui a uns dias estarei orgulhoso de tudo o que fiz até hoje para representar bem Portugal.”
Messias Baptista salientou que “nós sabíamos que esta prova ia ser assim. Em todo o ciclo olímpico, do 1º ao 8º ou 9º acabamos todos no mesmo segundo. Preparámos a prova da melhor forma possível. Viemos para aqui como campeões do Mundo. Fizemos uma boa prova, mas ainda não sabemos o que podíamos ter feito melhor. Infelizmente, hoje não deu para nós, houve cinco barcos melhores e temos de lhes dar os parabéns.”
Já esta sexta-feira, na 2.ª meia-final, Ribeiro e Baptista tinham sido os 3.ºs classificados, com o tempo de 1.27,64, atrás dos australianos Westhuizen/Green (1.26,85) e dos espanhóis Rio e Cooper (1.27,24), apurando-se assim para a final A na qual viriam a ser 6ºs.
Primeiro-ministro viu e aplaudiu Pedro Pichardo, que ganhou a prata
Luís Montenegro, primeiro-ministro de Portugal, esteve em Paris e teve oportunidade de assistir à atuação de alguns dos atletas portugueses que estiveram em prova nesta sexta-feira, salientando-se Pedro Pichardo (prata no triplo salto), a quem agradeceu o esforço desenvolvido e os resultados alcançados, mantendo a premissa de que se deve continuar a apostar no desporto.
O quadro de provas para os portugueses, neste sábado, é o que aqui se apresenta
Recorde-se que, em 2021, nos Jogos realizados em Tóquio (2020), Portugal conquistou o maior número de medalhas alguma vez conseguido, com quatro exemplares: ouro por Pedro Pichardo no triplo; prata por Patrícia Mamona, também no triplo; bronze (2) por Fernando Pimenta na canoagem e Jorge Fonseca, no judo.
Com Fernando Pimenta em prova neste sábado, tal como a dupla Iúri Leitão e Rui Oliveira no Madison (ciclismo em pista), existem hipóteses de se bater, de novo, o recorde, com cinco medalhas, o que seria extraordinário.
Estados Unidos da América e China empatados no medalheiro do ouro
Os Estados Unidos da América e a China somam 33 medalhas de ouro conquistadas e seguem empatados no comando, ainda que os norte-americanos liderem no global, juntando mais 39 pratas e 39 bronzes, contra as 27 pratas e 23 bronzes dos chineses.
A Austrália mantem-se no terceiro lugar do pódio com 48 (18-16-14).
Seguem-se: Japão, com 37 (16-8-13); Grã-Bretanha, com 57 (14-20-23) – o primeiro país europeu; França, com 56 (14-20-22); Coreia do Sul, com 28 (13-8-7); Países Baixos, com 29 (13-6-10); Alemanha, com 29 (12-9-8); e Itália, com 36 (11-12-13).
Portugal subiu ao 66º lugar, com 3 (0-2-1), com as medalhas de prata e de bronze alcançadas pelo ciclista Iuri Leitão Pedro Pichardo, e a judoca Patrícia Sampaio (+ 12 Diplomas), com 86 países a contabilizar medalhas conquistadas.